Memória

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Incêndio destrói boate e deixa 233 pessoas mortas na China

O prédio da discoteca Yiyuan, de apenas um andar, foi tomado pelas chamas em poucos minutos

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Um incêndio de grandes proporções destruiu uma discoteca e matou 233 pessoas no nordeste da China durante o fim-de-semana, em 29 de Novembro de 1994. A tragédia teria sido provocada por um curto-circuito nas instalações elétricas, no que parece violação de normas de segurança. A tragédia ocorreu em Fuxin, Província de Liaoning, na tarde de domingo, mas os detalhes só foram divulgados ontem.

Foi o mais grave incêndio no país desde 1979, quando o fogo destruiu um cinema em Xinjiang, matando mais de 600 pessoas.

O prédio da discoteca Yiyuan, de apenas um andar, foi tomado pelas chamas em poucos minutos e a maioria das vítimas foi asfixiada por fumaça ou gases venenosos liberados na queima dos materiais da decoração do salão de 302 m2.

Os bombeiros chegaram em cinco minutos, mas conseguiram salvar apenas 16 pessoas. O gerente da discoteca –privada, mas instalada num prédio alugado do governo– foi detido para interrogatório.

Autoridades chinesas relutam em revelar detalhes de tragédias e negaram permissão para que jornalistas estrangeiros fossem a Fuxin.

Apesar disso, o governo tem admitido nos últimos meses que o problema de segurança industrial e comercial está se agravando.

A situação de locais públicos na China é desastrosa. As campanhas oficiais por segurança são ignoradas. O crescimento econômico acelerado elevou os riscos, especialmente nos locais de trabalho.

O ministro do Trabalho, Li Boyong, criticou este ano a prática ilegal das empresas de desmantelarem seus departamentos de supervisão de segurança durante reestruturações administrativas.

As estatísticas são precárias, mas informes oficiais recentes destacaram os seguintes casos:

Nos primeiros nove meses desse ano, pelo menos 1.300 pessoas morreram e 2.780 ficaram feridas em 27.236 incêndios.

Saídas de incêndio bloqueadas são um problema comum. Os incêndios em restaurantes, hotéis e lojas cresceram em número.

O Ministério do Trabalho baixou um decreto este mês exigindo melhor supervisão nas minas da China. O número de mortes acidentais de mineiros cresceu 73% no primeiro semestre de 1994.

Não foram divulgados dados oficiais, mas há estatísticas indicando que desabamentos, explosões e outros acidentes em minas matam mais de 9.000 trabalhadores a cada ano.

Entre janeiro e outubro de 1993, pelo menos 60 mil pessoas morreram em acidentes industriais.

Muitas das vítimas são camponeses que migraram de zonas rurais para trabalhar nas Províncias litorâneas, que estão em desenvolvimento acelerado.

Acidente ocorrido no fim do ano passado provocou campanha oficial contra negligência em procedimentos de segurança nas joint ventures formadas com investimentos chineses e estrangeiros.

Em novembro de 1993, 84 trabalhadores morreram no incêndio de uma fábrica de brinquedos de um empresário de Hong Kong em Shenzhen (sul do país).

Como resultado desse e de outros acidentes, o governo chinês aprovou legislação exigindo a criação de sindicatos oficiais de trabalhadores na maioria das empresas criadas com capital estrangeiro.



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