Memória

Coluna sobre fatos históricos, acontecimentos e pessoas que marcaram a história da humanidade

Justiça italiana conclui que não teve culpado na morte de Ayrton Senna

A conclusão da justiça da Itália ocorreu três anos e sete meses após o acidente fatal.

Avalie a matéria:
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

No dia 16 de dezembro de 1997, a justiça italiana declarou não haver culpados na morte do piloto brasileiro Ayrton Senna. A conclusão da justiça da Itália ocorreu três anos e sete meses após o acidente fatal que tirou a vida do grande campeão brasileiro, que bateu contra a mureta na curva Tamburello, uma das mais famosas da F-1, no Grande Prêmio de Ímola, em 01 de Maio de 1994.

O resultado das investigações trouxe enorme frustração, pois sempre, e ainda hoje, há justificadas suspeitas de que ocorreram falhas sérias causadas por negligência dos organizadores da prova. O acidente com Ayrton Senna ocorreu quando ele completa a sexta volta do GP de Ímola, com o alemão Michael Schumacher 0,675s atrás dele.

O piloto brasileiro passa reto na primeira curva e sai pela tangente. O piso de concreto não freia o carro e a William bate a quase 300 km/h no muro. O carro ricocheteia para a pista com os lados direito e da frente completamente destruídos. Senna bate a cabeça e fica desacordado.

Alguns crêem que a quebra na suspensão pode ter sido a causa do descontrole do carro. Pode ser. Michael Schumacher declarou que, momentos antes da batida, a traseira do carro de Senna abaixou bruscamente. Em seguida, o carro saiu de controle.

Sobre a hipotese de ter havido óleo na pista, isso realmente foi descartado, pois a prova estava no começo. Nenhum carro havia derramado óleo. Também não havia nenhuma mancha de óleo na entrada da curva Tamburello.

Quanto a alegação de alguns de que poderia ter havido erro de pilotagem, isso é quase certamente não. O Williams do piloto Ayrton Senna não derrapou. Foi direito para fora. Isso sugere que houve uma causa mecânica ou eletrônica.

Quanto a outra falha mecânica, como quebras de motor e câmbio fariam o carro frear. Furo de pneu faria o carro derrapar. O piloto francês Alain Prost, disse um dia após a morte de Senna que "o pesadelo de Imola é a demonstração da irresponsabilidade que reina hoje na Fórmula 1".

Nos treinos e na própria corrida em que Ayrton Senna morreu, ocorreram três acidentes graves, o que bem demonstra falhas dos responsáveis pela Fórmula 1. Vejam o que disse Alain Prost : "Foi um fim-de-semana incrível". Três acidentes graves com consequências diversas: um piloto morto, outro que escapou por milagre e, por último, um que luta pela vida."

Sobre Senna, Prost disse: "Ele foi meu rival, e muitas vezes foi até mais do que rival. Mas é um piloto, como eu fui por tanto tempo, e somos ambos apaixonados pelo automobilismo."

Prost considerou que havia uma diferença entre os dois. "Senna dedica ao automobilismo 100% de sua vida. Talvez 110%. Eu nunca fui tão longe, talvez tenha dedicado 85% ou 90%."

Prost disse que os acidentes evidenciam que era preciso voltar a pensar no problema da segurança dos pilotos. "Todos esses problemas não acontecem à toa. Nos esquecemos de pensar na segurança. Quando os carros estão naquela velocidade, não há muito o que fazer se algo dá errado."

Crédito: Schlegelmich/Getty Images

Para Prost, os avanços tecnológicos estão direcionados exclusivamente para melhorar o espetáculo. "O objetivo não é fazer uma corrida mais segura, mas uma corrida melhor para o público. Há dois anos que não se fala mais em segurança."

Antes da conclusão de seu julgamento em 16 de dezembro de 97, a Justiça italiana trabalhou com hipótese de homicídio culposo para a morte de Ayrton Senna. Dirigentes do autódromo, da corrida e da equipe Williams passaram a ser investigados.

Chegou a ser emitido um "avvisi di garanzia" para Federico Bendinelli, presidente da Sagis, a empresa que administra o autódromo de Imola, onde foi realizado o Grande Prêmio de San Marino.

A lei italiana determina que toda pessoa envolvida num inquérito policial receba um "avviso di garanzia" (aviso de garantia), uma notificação informando que ela está sendo investigada.

A suspeita contra o presidente da Sagis era de homicídio culposo. O aviso não significa que ele fosse culpado, só diz que está sendo investigado num inquérito policial. O começo da investigação trabalhou nessa linha. Mas a conclusão final foi de que não teve culpado na morte de Senna.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES