Memória

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Maior tragédia climática do Rio de Janeiro deixa 918 pessoas mortas

O município mais atingido foi Nova Friburgo com 451 mortes. Teresópolis, Petrópolis, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto também foram afetados

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Na madrugada de 11 para 12 de janeiro de 2011, nada menos do que 918 pessoas foram mortas na região serrana do Rio de Janeiro, na maior tragédia climática de todos os tempos. Mais de 100 pessoas foram todas como desaparecidas. Aproximadamente 35 mil pessoas perderam suas casas ou tiveram que sair por conta do risco de desabamento.

O município mais atingido foi Nova Friburgo com 451 mortes. Teresópolis, Petrópolis, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto também foram afetados. Além de deslizamentos, rios também transbordaram. Casas, comércios, pontes e ruas ficaram destruídas.

Viatura dos bombeiros que ficou soterrada no deslizamento de terra na Rua Luís Spinelli, em Nova Friburgo; Três bombeiros morreram no local — Foto: Jadson Marques/AE 

Uma das cenas mais impactantes aconteceu no município de São José do Vale do Rio Preto. Nas imagens, uma mulher aparecia na laje de uma casa segurando cachorros. O entorno era de destruição. Ao redor do imóvel, uma forte correnteza de água e lama deixava um rastro de destruição. A mulher foi resgatada com uma corda segundos antes de a casa desabar.

De acordo com o especialista em drenagem urbana e professor da Escola Politécnica da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Matheus Martins, a chuva que atingiu Petrópolis nesta terça-feira (15) teve um volume semelhante a dos eventos de 2011 na região serrana.

Igreja de Santo Antônio, em Nova Friburgo, RJ, atingida pelo deslizamento provocado pela chuva em 2011. — Foto: Divulgação 

“O pico da chuva que atingiu Petrópolis na tarde de terça-feira no posto do Alto da Serra, teve uma intensidade máxima de 199,2 mm/h. Foram quatro horas de chuva. Em Nova Friburgo Friburgo, em 2011, choveu 281,6 mm em oito horas, no Posto Ypu. A intensidade máxima registrada foi de 88 mm/h no posto Olaria. Na chuva de Petrópolis de terça-feira o pico foi de 200 milímetros por hora, enquanto em 2011 o pico máximo foi de 90 milímetros”, explicou.

O professor ainda disse que diferente de 2011, a chuva foi concentrada em uma área da cidade,o que provocou estragos ainda maiores.

“A chuva de ontem foi atípica. Foi uma ocorrência muito rara. Muito mais forte do que Petrópolis está acostumada. Foi uma chuva mais localizada ali no entorno do Centro. Não como a de 2011 que foi em vários municípios. E ela encontrou um solo seco. Diferente de em 2011 que o solo já estava úmido. O mês de dezembro já tinha sido com chuvas maiores. O solo mais saturado possibilidade maiores chances de acontecer deslizamento.”

Carro fica pendurado após deslizamento de terra em Nova Friburgo — Foto: Marcos de Paula/Agência Estado 

Ele também destaca que Petrópolis está localizada em uma região bastante úmida que chove acima da média de outros pontos do Rio de Janeiro e que a formação da cidade também influência nesses eventos.

“A topografia é bem propícia a esse tipo de evento. Uma inundação rápida com alta velocidade. O que chamamos de enxurrada”, disse Martins.



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