José Osmando

Coluna do jornalista José Osmando - Brasil em Pauta

Inflação em queda reforça esperança de que juros baixem

O Brasil está dando progressivos sinais de retomada do desenvolvimento econômico

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O Brasil está dando progressivos sinais de retomada do desenvolvimento econômico, criando ambiente favorável à queda do desemprego, ao aumento da produção industrial e da melhoria dos serviços, freando elevação dos preços de produtos consumidos pela população. Esse é o cenário desejado por investidores e também um motivo de júbilo para a maioria da população, que aos poucos vai se livrando dos históricos fantasmas da perda de vagas de trabalho, da elevação geral dos preços e do crescimento dos índices de inflação. 

Nesta quarta-feira, ao se revelar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), pelo IBGE, constatou-se que a inflação manteve no mês de Maio a tendência acentuada de desaceleração, situando-se em 0,23% na comparação com o mês de Abril. Em 2023, a alta acumulada do IPCA é de 2,95%. Já nos últimos 12 meses, o índice é de 3,94%. Em maio de 2022, a variação da inflação havia sido de 0,47%. Houve, assim, em Maio, ante Abril, uma queda de 0,18%. 

Queda da inflação 

Esse quadro mostra que a inflação em 12 meses, com seus 3,94%, fica abaixo de 4%, inferior ao esperado pelos analistas de mercado, superando até mesmo o consenso de avaliadores pessimistas, como o Refinitiv, que espera para o mês passado 4,04% no comparativo anual. A tendência da inflação é declinante. O IPCA de fevereiro havia ficado em  0,84% na leitura mensal, recuando para 0,71% em março e 0,61% em abril. 

Os grupos de Transportes (-0,57%) e de Artigos de residência (-0,23%) registraram queda no IPCA de maio. Noprimeiro, os destaques foram os recuos nos preços das passagens aéreas (-17,73%), além do resultado de combustíveis (-1,82%), por conta das quedas do óleo diesel (-5,96%), da gasolina (-1,93%) e do gás veicular (-1,01%). 

A desaceleração do índice em maio também foi influenciada pelo resultado do grupo de Alimentação e bebidas, que passou de 0,71% em abril para 0,16% em maio, segundo explica a nota de análise do IBGE. Trata-se do grupo com maior peso no índice, o que acaba influenciando bastante no resultado geral, conforme explica a análise.  

O principal destaque foi na alimentação no domicílio, que passou de uma alta de 0,73% no mês anterior para uma estabilidade em maio. O grupo registrou queda nos preços das frutas (-3,48%), do óleo de soja (-7,11%) e das carnes (-0,74%). 

Estímulos do governo

Acompanhando-se os esforços governamentais para fazer a economia voltar a crescer, a exemplo das recentes medidas para estimular a venda de carros mais baratos – o que é bom para a indústria, que vivia numa grave crise de produção, e também para quem deseja comprar seu automóvel a preço mais acessível-, e do programa Desenrola, criando para combater a inadimplência e socorrer pessoas endividadas, verifica-se que esse anúncio da queda da inflação, somando-se a um conjunto de melhorias, vem na hora certa para fazer baixar as taxas de juros Selic, que estão na estratosfera. 

Os argumentos sustentados com veemência pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que as elevadas taxas de juros (as mais altas de todo o mundo) têm o objetivo de evitar a volta da inflação, caem rigorosamente por terra. No último 29 de Maio, num discurso em Fortaleza,  Campos Neto falou que o mundo sofre um surto de inflação e destacou pontualmente:” O Brasil passa por esse surto de inflação global com índices de preços abaixo da média internacional.” 

E completou:” a inflação cheia do Brasil foi a que mais caiu entre os emergentes”.  Essa fala do presidente do Campos Neto foi anterior à revelação do índice de inflação de Maio, que voltou a cair, e que ficou abaixo do que o próprio mercado que controla e regula o Banco Central havia previsto. 

Taxa selic

Será que dá para esperar que a próxima reunião do Copom, agora em Junho, seja decisiva para diminuir a taxa Selic, ou ainda ficaremos aprisionados aos caprichos que Roberto Campos representa? 

É nisso que ficaremos de olho, na esperança de que novos indicadores de taxas de juros, no mínimo civilizadas, façam as indústrias, sobretudo estas, acessarem financiamentos bancários compatíveis com as suas necessidades e com a realidade nacional.



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