José Osmando

Coluna do jornalista José Osmando - Brasil em Pauta

Mounjaro: remédio para diabetes pode revolucionar saúde e economia

A aprovação regulatória do Mounjaro representará um importante marco no tratamento do diabetes 2 e impactará a forma como a doença é tratada até hoje

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O anúncio feito pelo Governo brasileiro, expresso pela liberação, através da ANVISA, do medicamento Tirzepatida, cujo nome comercial será Mounjaro, indicado para o tratamento de diabetes tipo 2, com forte efeito sobre a obesidade, pode se transformar num significativo avanço no tratamento de uma doença grave e crescente no país e, ao mesmo tempo, ser uma verdadeira revolução no terreno da economia. O remédio, cujo fabricante será a farmacêutica Ely Lilly, aponta nos estudos aprovados pela agência brasileira de saúde, poderá reduzir até 26.6% do peso corporal a longo prazo.

A aprovação regulatória do Mounjaro representará um importante marco no tratamento do diabetes 2 e impactará a forma como a doença é tratada até hoje. E seu anúncio ocorre no momento em que outra marca mundial, com características semelhantes, está impactando  o mercado farmacêutico mundial, não apenas pela atuação direta no tratamento, mas também pelo efeito extraordinário na economia do país fabricante.

É isso que vem acontecendo com o Ozempic, um remédio recente para o tratamento de Diabetes 2 e contribuição eficaz na redução da obesidade, é um produto da farmacêutica Novo Dordisk, da Dinamarca, que em pouco tempo de mercado está fazendo verdadeira revolução, reeditando o desempenho de remédios icônicos, como o Prozac (antidepressivo), o Lipitor( que combate o colesterol alto) e o consagrado Viagra ( contra a disfunção erétil).

O Ozempic virou um fenômeno mundial de vendas e está sendo capaz de mudar o status da empresa fabricante e até mesmo de superar o Produto Interno Bruto de seu país-sede. O valor de mercado da Nordisk chegou em agosto passado a RS$ 419 bilhões de dólares, superando o PIB dinamarquês. Passou a ser a empresa mais importante do país e agora em setembro assumiu o posto de empresa mais valiosa da Europa, desbancando marcas históricas como o conglomerado de luxo LVMH ( que detém ícones como Louis Vuitton, Dior e Givenchy).

CANETINHA AZUL

No Brasil, as vendas do Ozempic superaram R$ 3,17 bilhões em menos de um ano, entre julho e junho de 2023, embora seja um remédio caro, O preço do kit com quatro doses para um mês de tratamento (chamado de canetinha azul) varia no país entre R$ 994 a R$ 1,3 mil. De acordo com a plataforma Consulta Remédios, houve um aumento de 91% na busca pelo medicamento nas farmácias brasileiras no primeiro semestre, na comparação com o mesmo período do ano passado. Tamanho frenesi levou ao desabastecimento em vários estabelecimentos no país, assim como já havia ocorrido nos EUA.

REDUÇÃO DOS NÍVEIS DE AÇÚCAR

Esses aspectos curiosos e ao mesmo tempo surpreendentes em torno do Ozempic, certamente vão seguir os mesmos passos com o Mounjaro, o produto brasileiro anunciado hoje após a liberação da Anvisa, em razão do grande interesse e de uma notável necessidade em torno de um remédio que pode de fato ser efetivo no tratamento de uma doença preocupante como o Diabetes 2 e também dos inconvenientes da obesidade. Afinal, conforme apontam os estudos, o Mounjaro é capaz de reduzir os níveis de açúcar no sangue e promover a perda de peso em níveis inéditos. E esses dois fatores são determinantes no tratamento da doença.

OBESIDADE

É importante destacar dados do Ministério da Saúde apontando que a obesidade atinge 6,7 milhões de pessoas no Brasil. O número de pessoas com obesidade mórbida ou índice de massa corporal (IMC) grau III, acima de 40 kg/m², atingiu 863.086 pessoas no ano passado. As informações públicas estão sendo divulgadas pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM).

Outra advertência significativa indicada pela Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), no período entre 2006 e 2019, %, o número de prevalência de diabetes tipo 2 no Brasil passou de 5,% para 7,7%. O país já possui quase 17 milhões de pessoas com essa doença ( das quais 14 milhões do tipo 2), colocando o Brasil como 6º no ranking mundial, agravando-se com a notícia de que até 2045 teremos mais de 20 milhões de portadores de diabetes.



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