A defesa de Washington Bonfim às decisões de Firmino na pandemia

A defesa de Washington Bonfim às decisões de Firmino na pandemia

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Por Sávia Barreto

O ex-secretário Washington Bonfim fez circular nas redes sociais um longo texto em que defende a política de combate ao coronavírus do prefeito Firmino Filho em Teresina. “O resumo da ópera para mim é que se nesses 45 dias em que estou trabalhando tivéssemos empreendido mais do nosso tempo coletivo e individual em manter as questões do isolamento em melhor patamar, certamente estaríamos em outro nível de discussão”, destacou Bonfim, respondendo às críticas de grupos que pendem a reabertura imediata do comércio.

PODE SER OU NÃO SER

Nos bastidores, avalia-se que não está descartado que Bonfim possa ser o candidato. “Pode ser ele, como pode não ser. Isso está sendo avaliado”, resumiu à coluna fonte do Palácio da Cidade. Ou seja, não está descartado que Washington seja o nome para disputar a prefeitura da capital. Por enquanto, oficialmente, é Kléber Montezuma que se mantém candidato, representando a velha guarda dos tucanos. Bonfim, mesmo sendo um nome tradicional no PSDB, teria mais vínculo com os tucanos da nova geração. O detalhe é que se o candidato for Washington, o vice da chapa não deve ser Sílvio Mendes.

LEIA O TEXTO DE WASHINGTON BONFIM NA ÍNTEGRA:

Meus caros, boa tarde! Pondero algumas coisas, de um ponto de vista absolutamente pessoal, portanto, não institucional:

1. Estou trabalhando no comitê desde a segunda metade do mês de abril, quando retornei de São Paulo e fiz minha quarentena, até ser testado negativo, juntamente com a família;

2. De lá para cá, mais ou menos 45 dias, não tem havido sábado, domingos ou feriados, muito ao contrário, sempre mais 12 horas de trabalho, sem contar os momentos de leitura na madrugada, whatsapp logo cedo, por volta das 5h da manhã, ou mais tarde, 23h da noite;

3. Sempre me impressionou, durante todos esses dias, a capacidade do Prefeito de estar disposto ao diálogo, são muitas as horas de conversa com todos os segmentos, com diversos grupos de empresários, médicos, lideranças comunitárias, governos locais, como vice-presidente da FNP, governos internacionais, imprensa, enfim, todo os tipos de contatos com a sociedade local, pelos diferentes meios disponíveis;

4. No meio disto, avolumaram-se dois tipos de tendências: uma correta, sadia e honesta, embora compreensivelmente dura, de pressão pelo retorno; uma outra muito mais midiática, sem ser capaz de colocar argumentos de ajuda e contorno da situação difícil que vivemos. Para as câmeras, sempre há muito o que falar, sem que se tenha a responsabilidade de decidir sobre o destino de quase 1 milhão de pessoas;

5. Com a construção civil, por exemplo, conversamos muitas vezes, falo isto pela Comissão e, individualmente, também o prefeito conversou com muitos;

6. Sobre os dados, semanalmente o prefeito tem apresentado a situação à sociedade, através da apresentação das pesquisas que, pela sexta semana, têm sido feitas na cidade para entender como vêm se dando a disseminação do vírus;

7. E, além disso, monitora-se com cuidado a situação de estados e municípios vizinhos, que têm impacto sobre Teresina, porque atendidos por nossa rede de saúde;

8. Quanto aos recursos, temos um médico no grupo, que entende quanto custa uma diária de UTI, as dificuldades de organizar pessoal especializado para este atendimento e, principalmente, as medidas que têm de ser tomadas para que as pessoas não cheguem às UTIs, pois as chances de saírem quando chegam a este momento, já se reduziram bastante;

9. Da parte do governo federal, fora a habilitação de novos leitos, o que significa recurso a mais para o município, a ajuda não tem sido como deveria: não há testes, não há fornecimento de respiradores, nem suprimento de EPIs, capazes de fazer com que os recursos que se diz que estão chegando pudessem servir ainda mais à sociedade;

10. Na sexta, a Prefeitura apresentou um plano de retomada, com métricas claras, utilizadas em todos os lugares mais bem sucedidos na luta contra a pandemia: redução de disseminação, disponibilidade de recursos médicos, testes e rastreamento;

11. Sobre isto, quando olhamos para quem foi bem sucedido, fica fácil perceber que é mais rápida a volta quando temos um engajamento maior com as metas do próprio isolamento: Uruguai, Portugal, Nova Zelândia, Alemanha, Coreia, Vietnã, China, Japão, enfim, todos esses lugares tiveram um misto de engajamento social e medidas de saúde, muitas vezes duríssimas quanto ao isolamento e ao rastreamento de casos;

12. Ainda assim, fora a Nova Zelândia, que zerou casos de Covid-19 esta semana em seus hospitais, todos continuam olhando para esses mesmos índices, para monitorar a situação e, na Coréia, por exemplo, houve esta semana suspensão de várias atividades em função do crescimento da disseminação.

O resumo da ópera para mim é que se nesses 45 dias em que estou trabalhando tivéssemos empreendido mais do nosso tempo coletivo e individual em manter as questões do isolamento em melhor patamar, certamente estaríamos em outro nível de discussão. 

Não se trata de crítica, é constatação, nos envolvemos em discussões que tiram o foco do que interessa, isolar o vírus e voltar às condições de atividade na economia, de maneira controlada, como tem que ser. 

Sempre razoável esperar que haja oposição, sempre natural antever o comportamento que não se conforma e não se adequa à maioria, mas passamos longo tempo buscando subterfúgios, sem nos unirmos para enfrentar nossa duríssima realidade.

Se tivermos a capacidade de, enquanto sociedade, nos juntarmos para fazer o que tem de ser feito, sairemos do outro lado desta crise mais fortalecidos.

Washington Bonfim



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