Descontentes tentam convencer Pessoa a mudar secretariado antes de 10h

Por Sávia Barreto

Tudo pode mudar em menos de 12 horas no organograma do que será o quadro administrativo de Dr.Pessoa (MDB). A coluna ouviu fontes próximas ao prefeito eleito e apurou que há descontentes e grupos de pressão para que o emedebista mude de última hora algumas das indicações já confirmadas nos bastidores. 

O PROBLEMA COM O AVANTE E PESSOINHA

Pessoa deve se reunir virtualmente às 8h com o senador Marcelo Castro (MDB), que é o interlocutor do partido Avante, presidido por Gustavo Henrique. A sigla alega que foi acordado o comando da secretaria municipal de Juventude. O impasse ocorre porque o filho de Dr.Pessoa, o advogado João Pessoa, já iniciou a transição na pasta.

BOMBEIROS COM O PTB 

Ainda segundo fonte próxima ao prefeito eleito, o ex-senador João Vicente Claudino estaria chateado com o fato de Pessoa decidir manter a Fundação Wall Ferraz, a secretaria de Desenvolvimento Econômico e a secretaria de Economia Solidária, separadas. A ideia inicial era fundir as pastas, que ficariam sob comando do PTB de João Vicente. Com uma secretaria menos turbinada, JVC prefere então se manter distante da gestão de Pessoa. Há bombeiros tentando fazer com o que o ex-senador mude de ideia até a hora do anúncio do secretariado, marcada para 10h.

E GESSY?

Mas, com muitos aliados que embarcaram no segundo turno, o prefeito eleito teve que tentar equacionar os interesses dos grupos políticos divergentes, mantendo assim as pastas separadas. A Fundação Wall Ferraz é indicação do PT, a secretaria de Desenvolvimento Econômico seria do PTB - caso o partido ainda decida indicar um nome - e a pasta de Economia Solidária é para ser assumida por Gessy Fonseca (outra que não teria ficado satisfeita em ter sido preterida pelo PT, que comandará a pasta mais robusta, FWF).

SECRETARIA DA MULHER, SEM MULHER. AGORA, SECRETARIA DOS DIREITOS HUMANOS

Conforme a coluna adiantou, a provável indicação de um homem para comandar a secretaria municipal de Mulheres em Teresina enfrenta resistência dos movimentos de mulheres na capital. O nome cotado é o de André Lopes Evangelista. A justificativa que o prefeito eleito deu aos interlocutores é de que a pasta se tornaria Secretaria dos Direitos Humanos, englobando ações não apenas para mulheres, mas também outros grupos vulneráveis, como os idosos. Os grupos de defesa dos direitos da mulher consideram a medida um retrocesso na busca pela igualdade de gênero.