Listão de comissionados bota fogo na relação de vereadores com Palácio

Por Sávia Barreto

A divulgação de uma lista de indicações de vereadores na Prefeitura de Teresina na gestão de Firmino Filho, feita pelo secretário de Finanças e vice-prefeito Robert Rios, foi recebida com perplexidade por vereadores e demais políticos, algo inédito na política local. O resultado foi de constrangimento por parte dos vereadores e ao mesmo tempo em que se sentiram expostos, também colocaram os dois pés atrás a respeito de qualquer diálogo ou espaços a serem preenchidos no Executivo municipal na atual gestão.

Tiro ao alvo

Para parlamentares ouvidos pela coluna, e que preferiram resguardar a identidade para evitar atritos públicos com o Palácio da Cidade, o argumento é o de que se o alvo era a deputada estadual Lucy Silveira, esposa do ex-prefeito Firmino Filho, a munição terminou acertando todos os vereadores, inclusive aqueles que declararam e tiveram seus apoios aceitos por Dr.Pessoa no segundo turno da campanha. Outros acreditam que foi estratégia para tirar o foco dos problemas enfrentados hoje pela PMT, como a questão do transporte público. 

Irregulares e regulares

Além disso, os vereadores que tiveram seus nomes citados argumentam que, tirando os casos de pessoas que moram em outras cidades, recebem pagamentos sem trabalhar ou foram contratados em período eleitoral – irregularidades que devem ser devidamente encaminhadas para investigação e punição pelos órgãos competentes – a maioria dos comissionados e terceirizados são de funcionários de limpeza, merendeiras e demais categorias com rendimento menor e que efetivamente prestam serviços à cidade. E, caso esses sejam demitidos, outras indicações políticas seriam feitas para o lugar, mudando assim apenas o autor da indicação.

Fio de lógica

No dia anterior a essa divulgação da lista dos comissionados e terceirizados indicados por parlamentares, o próprio prefeito Dr.Pessoa falou aos vereadores que caberia a cada um deles fazer indicações nas Unidades Básicas de Saúde. Ou seja, é com a ocupação de cargos disponíveis – enquanto não há dotação orçamentária ou vontade política para concurso público – que os aliados de uma gestão participam da administração da cidade, destacam os vereadores, que ainda acreditam que essa possa também ser uma forma de criar um conflito político e gestar uma oposição na Câmara. Mesmo assim, o cenário é confuso.

Defesa 

Há também quem defenda a estratégia de divulgação avaliando que a meta é imputar ao ex-prefeito Firmino e a deputada Lucy a autoria de crime eleitoral, tirando os dois de uma possível disputa em 2024. Nesse caso, seria uma jogada de xadrez pensando a longo prazo.