Senso de urgência e tom duro: políticos do Piauí acertam na crise

Senso de urgência e tom certo: políticos do PI acertam na crise

Avalie a matéria:
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Por Sávia Barreto

“Se você vai passar pelo inferno, não pare de andar”, do falecido primeiro-ministro britânico e líder na Segunda Guerra, Winston Churchill, que ergueu a resistência ao ditador alemão Adolf Hitler.

*

Além de qualquer disputa ou preferência política, a crise para combater a disseminação do coronavírus no Piauí têm revelado – para a surpresa de tantos - serenidade, senso de urgência e pulso das autoridades políticas ao lidar com um momento coletivamente delicado.

É preciso ter coragem política para tomar medidas como as que foram anunciadas pelo governador Wellington Dias, o prefeito Firmino Filho e os demais prefeitos no interior do Piauí, além do Legislativo estadual e da capital, através do deputado Themístocles Sampaio e do vereador Jeová Alencar, presidentes de cada Poder, respectivamente.

VOTOS TÊM CONSEQUÊNCIAS

Com picuinhas ideológicas exacerbadas nos últimos anos, esquecemos que os políticos são eleitos para formar governos, votar leis e adotar determinado projeto de implementação de políticas públicas. Agora, está perceptível a todos que os votos têm consequências e que decisões acertadas em gestão pública consistem na diferença entre a vida ou a morte de milhões de pessoas.

ERROS E ACERTOS

Gostar do governador, do prefeito, de vereadores ou deputados deixou de importar. A questão que se impõe agora é: nossos políticos estão tomando as medidas corretas para o bem-estar coletivo? A resposta no Piauí é sim. Naturalmente há críticas sobre a velocidade e abrangência de determinada medida e cito especificamente o caso dos call centers em Teresina e os bancos e loterias que seguem injustificadamente abertos.

VIDA VALE MAIS QUE ATIVIDADE ECONÔMICA

Para um gestor público - como o governador Wellington Dias fez com decreto ainda na quinta-feira - mandar fechar estabelecimentos comerciais afeta tanto a vida da população como de empresários e do próprio governo, que também vai deixar de arrecadar com a diminuição da atividade comercial. No Piauí a previsão é que caia 20% a arrecadação já em abril. Mas a vida das pessoas está em jogo e não é a atividade econômica que vai prevalecer sobre a população nesse momento.

RETÓRICA IMPORTA

A retórica também é importante. Ao usar as redes sociais em uma live no sábado, Firmino Filho adotou um tom enfático. Ele usou expressões como “não é somente uma gripe, é uma ameaça de morte”, “Teresina precisa parar”, “nunca enfrentamos um desafio como esse”, “esse vírus deixou um rastro de morte por onde passou”. Os discursos dos líderes políticos transmitem – ou deixam de passar – o modo como um povo deve encarar uma adversidade. Firmino deu o recado. Fora da bolha de uma classe média razoavelmente esclarecida e escolarizada, há muita gente sem acesso à internet, à TV a cabo e às nuances das informações da gravidade do caso. Por isso, nossos políticos devem ser exemplo.

O PAPEL DO ESTADO

Entramos no ano de 2020 com a certeza de que a discussão política seria pautada nos pilares das reformas administrativa e tributária, no máximo um aprofundamento no debate da questão social. Não que os temas tenham deixado de importar, mas agora eles vão além e questiona-se também a eficácia de um estado liberal em um país subdesenvolvido como o Brasil, agora que o Estado, mais do que nunca, se torna essencial para dar o norte e a organização das instituições, empresas e comportamento social, como lembra à coluna o economista e servidor público Paulo Pereira Júnior.

“Temos que levar a resposta do estado liberal a essa crise socioeconômica. Essa é a guerra que essa geração nunca viveu. As pessoas vão sucumbir à doença e nesse primeiro momento representa um decréscimo da força do trabalho, desvalorização de moedas”, destacou o economista. “O mercado total não vai encontrar espaço, especialmente na América Latina, que as pessoas vão estar vulgarmente expostas. Liberalismo não responde a essa crise e o Brasil precisa saber que modelo vai adotar daqui para frente. Pessoas vão precisar de crédito, de seguridade social”, afirmou Paulo Pereira.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES