Anvisa deve aprovar autotestes para Covid no Brasil; como funciona?

Anvisa enviará ao governo “recados” sobre a falta de consistência da política pública enviada pelo Ministério da Saúde.

Anvisa deve aprovar autotestes para Covid no Brasil; como funciona? | Reprodução
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Diretores da Anvisa devem aprovar na tarde desta quarta-feira (19) a venda de autotestes para Covid no Brasil, tipo de exame feito pelo paciente na própria casa. A Globonews apurou que na votação na Anvisa, a agência enviará ao governo "recados" sobre a falta de consistência da política pública enviada pelo Ministério da Saúde.

Fontes da Anvisa informaram que há uma série de perguntas sem respostas. Entre elas:

  • por que uma política pública não destina testes suficientes à demanda gerada pela ômicron?
  • quando o teste der positivo, a pessoa deve notificar qual órgão? Volta à farmácia, com risco de contaminar mais gente?
  • precisa fazer outro teste para comprovar o positivo?
  • qual a regra pra quem teve contato com positivados?
  • onde deve ser depositado o lixo dos autotestes?

Vendidos em farmácias ou distribuídos pelo sistema público de saúde em outros países, autotestes são diferentes dos exames que já estão disponíveis em algumas drogarias no Brasil. Enquanto os exames já disponíveis para os brasileiros são coletados e interpretados nas farmácias, os autotestes são feitos e interpretados pelo próprio usuário, que coleta sua própria amostra e segue as instruções do fabricante. 

Autoteste Covid (Foto: Reprodução / Internet)

Os autotestes podem ser comprados com antecedência e mantidos em casa para usar quando necessário, por exemplo. 

Segundo patologistas, a confiabilidade do teste depende de uma série de fatores: a capacidade da pessoa para seguir instruções de coleta da amostra e realização do teste, a carga viral no momento da amostragem e a prevalência da doença em uma população quando o teste é feito.

Estados Unidos

Nos Estados Unidos, o CDC (Centro de Controle de Doenças) autoriza a venda de autotestes em farmácias como parte de uma política de ampla testagem da população – com uma série de recomendações para o uso.

Segundo a entidade de saúde americana, o uso de autotestes é uma das muitas medidas de redução de risco adotadas ou aconselhadas pelo governo, como a vacinação, uso de máscaras e distanciamento social.

Autoteste Covid (Foto: Reprodução / Internet)

A entidade explica que a vantagem dos autotestes são resultados rápidos. "Autotestes são uma de diversas opções de exame para Covid-19 e podem ser mais convenientes que testes feitos por laboratórios", diz o CDC.

"Você pode fazer o autoteste mesmo que não tenha sintomas e esteja totalmente vacinado", afirma o órgão. Por exemplo, se tiver tido contato com pessoas que ficaram doentes ou tiver se exposto a algum risco. "Isso contribui para tomar decisões que vão ajudar a prevenir a disseminação de Covid-19".

União Europeia

Os autotestes para covid também são autorizados na Europa, mas o ECDC (Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças) afirma que o uso rotineiro de testes de farmácia nos países da União Europeia (UE) para detecção da doença precisa ser muito "bem-planejado e cuidadosamente implementado".

Em um documento direcionado às autoridades de saúde dos países da UE, o órgão de saúde afirma que, antes de implementar os autoexames, as autoridades de saúde precisam analisar a prevalência da doença (número de casos) e o cenário em que eles serão usados – como, por exemplo, para testar a população geral ou para grupos ou situações específicas.

Autoteste Covid (Foto: Reprodução / Internet)

O ECDC afirma que os autotestes podem contribuir para a capacidade de testagem de Covid-19 através da detecção de casos logo no início e para a redução da transmissão, porque permitem um rápido auto isolamento de pessoas contaminadas.

"Contudo, transferir a responsabilidade de relatar os resultados dos testes de profissionais de saúde e laboratórios para indivíduos pode levar à subnotificação e tornar medidas como rastreamento de contratos e quarentena ainda mais desafiadoras", afirma o ECDC.

Reino Unido

No Reino Unido, os autotestes de Covid são distribuídos pelo sistema público de saúde sem custos, em kits com sete exames. Os britânicos podem retirá-los em farmácias ou pedir, pela internet, para entrega pelo correio – sem cobrança adicional.

No fim de dezembro, com o avanço da ômicron no Reino Unido e um aumento na procura por testes, a distribuição desses testes ficou comprometida por desequilíbrio entre a oferta e a demanda.

Após a realização do autoteste, a recomendação do governo britânico é que os usuários reportem os resultados, pela internet, ao sistema público de saúde.

Outros países

Outros países, como Austrália e Canadá, também incluíram a detecção com autotestes em suas políticas de combate à Covid. Em ambos os países, também é possível obter os testes gratuitamente com o sistema público de saúde.

Na Austrália, é possível solicitar os autotestes ao governo e é obrigatório que resultados positivos sejam notificados pelos usuários.

As autoridades de saúde do país orientam os cidadãos a fazerem os autotestes em situações como antes de uma visita a um local onde haja alto risco (como um asilo ou unidade de saúde), antes de ir a algum lugar onde possa haver multidões, antes de voltar ao trabalho presencial e para se tranquilizar caso não tenha sintomas mas esteja se sentindo ansioso. No entanto, as autoridades determinam que no país, caso a pessoa tenha qualquer sintoma de Covid, ela precisa fazer um teste laboratorial.



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