Médico brasileiro toma segunda dose da vacina nos EUA: 'Aliviado'

O profissional chega a atuar em até dez cirurgias por dia no hospital onde trabalha,

Médico brasileiro toma segunda dose da vacina nos EUA | Divulgação
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Há dois anos nos Estados Unidos, o médico urologista Marcio Covas Moschovas, de 35 anos, tomou a segunda dose da vacina contra a Covid-19 na manhã desta quarta-feira (6). O profissional, que chega a atuar em até dez cirurgias por dia no hospital onde trabalha, contou que se sente "finalmente aliviado" para trabalhar, sem se expor diariamente ao risco de contaminação pela doença.

O médico, que foi criado em Santos, no litoral de São Paulo, conta que tomou a segunda dose da vacina da Pfizer por volta das 7h30 no horário local (9h30 no horário de Brasília), entrando na fila assim que os portões do centro hospitalar abriram.

"O que me deixa contente é que está lotado lá. É a primeira vez que fico contente em fazer alguma coisa onde você tem que pegar uma fila, porque todo mundo está aderindo. Acho que é esse o espírito", comenta.

Moschovas atua no Advent Health Global Robotics Institute, hospital referência nacional e internacional para tratamento de câncer de próstata, que fica na cidade de Celebration, na Flórida. Apesar de não ser especializada em Covid-19, a unidade de saúde cedeu dezenas de leitos para pacientes com coronavírus. "Começaram a mandar pacientes para cá porque não tinha mais leitos na rede", conta.

Alívio e tristeza

A primeira dose da vacina da Pfizer foi aplicada em Moschovas no dia 17 de dezembro, um dos primeiros dias da campanha na região onde ele vive atualmente. Segundo conta, ele não sentiu nenhum efeito colateral ou reação adversa às doses.

Conforme o médico, o que ele sentiu, nesta segunda dose, foi alívio. "Desde quando começou a pandemia, principalmente a gente, da área da saúde, não sabia como isso ia acabar terminando", disse. "Sem dúvidas, estou me sentindo muito aliviado".

"Estou muito mais tranquilo e confiante para fazer as coisas que a gente faz aqui no hospital", desabafou. O médico conta que nunca apresentou sintomas da Covid-19, mas que diversos colegas de profissão e amigos foram infectados ao longo da pandemia. "A gente usa luva, máscara e higieniza as mãos, mas ainda fica com medo [de ser contaminado]", diz.

Apesar do alívio, o médico diz sentir tristeza pelos amigos e parentes brasileiros, que ainda não foram imunizados. "Tenho acompanhado a situação [do Brasil]. Infelizmente, como tudo no Brasil, a vacina acabou virando um meio político para ganhar popularidade, para atacar inimigos políticos. Enquanto isso, a população está sangrando", diz.

No entanto, ele avalia que a comparação entre os dois países, Brasil e Estados Unidos, em relação à compra da vacina contra a Covid-19, é "injusta". "O primo rico contra o primo pobre. Mas, da maneira que está sendo levada aí [no Brasil], de descredibilidade com a ciência, está sendo muito triste".

Expectativa para o futuro

"Antes, era uma pandemia que estava deixando 'gente' doente. Quando virou o pai, o irmão, a avó, o pessoal começou a 'cair na real'. De forma geral, após um tempo, as pessoas começaram a respeitar mais", diz.

O médico aguarda o futuro com expectativas boas, com o auxílio da vacinação contra a doença. "As vacinas mostraram, em estudos, que têm uma resposta muito boa para os pacientes. Foram milhões de pessoas morrendo, e acabou com a economia mundial. A vacina vem para colocar as coisas no trilho novamente", finaliza.




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