Na quinta-feira, 13 de janeiro, o Ministério da Saúde fez uma solicitação à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que seja feita uma avaliação do uso de autotestes de Covid-19 no Brasil. Isso porque o país só pode utilizar os autotestes se a agência autorizar.
Segundo as regras atuais da Anvisa, autotestes de doenças infectocontagiosas como a Covid-19, só podem ser registrados caso haja uma política de saúde pública e estratégia de ação estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Atualmente no Brasil são permitidos apenas autotestes de diabetes, HIV e gravidez.
O Ministério da Saúde informou que pretende aumentar a ação Testa Brasil para permitir o autoteste rápido para sintomáticos e assintomáticos “com foco na monitorização de situação epidemiológica e direcionar os esforços na contenção da pandemia no território nacional”.
Critérios de avaliação dos testes
Os exames, que podem ser feitos em casa, permitem realizar o acompanhamento das condições da doença. No entanto, os testes não são conclusivos para o diagnóstico segundo a Anvisa.
De acordo com a agência, a utilização de autotestes como medida de saúde pública deve considerar diversos aspectos, incluindo a orientação quanto ao uso dos exames pela população, medidas de segurança, a observação de limitações, advertências, cuidados quanto ao armazenamento, condições ambientais do local que será utilizado e intervalo de leitura.
“Deve-se levar em consideração também o impacto relacionado a possíveis erros de execução de ensaios, que, além de repercutir na qualidade de vida dos usuários, podem afetar os programas de saúde pública”, informou a Anvisa em nota.
População deve receber instruções quanto ao uso
Em entrevista à CNN, a médica cardiologista e intensivista Ludmila Hajjar defendeu a adoção dos autotestes para a Covid-19 no país. “Com o autoteste queremos aumentar a possibilidade do diagnóstico para a população. Para o autoteste ser seguro, primeiro precisamos ensinar a população, o autoteste é simples por definição. O importante é ter ele liberado, aprovado, mas que treine a população”, afirmou.
Para o infectologista Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), a utilização dos autotestes deve ser feita com cautela, sendo o treinamento essencial para evitar a interpretação equivocada dos resultados.
“As pessoas podem achar que estão com a doença e não estão. Ou acha que o resultado deu um falso negativo. Não é simples, às vezes, interpretar esses testes, especialmente se eles não forem colhidos de maneira adequada”, disse Kfouri em entrevista à CNN.
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