Na virada do século XXI, de repente, urinar se tornou uma necessidade fisiológica que precisava ser controlada. Como mostra uma matéria do Milwaukee Journal Sentinel, dois urologistas universitários apresentaram a condição em conferências médicas em 2001, após realizar uma pesquisa por telefone perguntando quantas vezes ao dia as pessoas precisavam ir ao banheiro.
A doença chamada "bexiga hiperativa" apontou que não era normal para o ser humano ir tantas vezes no banheiro ao dia, diagnosticando que cerca de 33 milhões de norte-americanos sofriam da patologia.
Ironicamente ou não, as conferências em que o estudo foi apresentado foram todas patrocinadas por empresas farmacêuticas, que passaram a promover a cura da doença através de medicamentos. Só entre 2013 e 2016, os remédios para tratar a suposta bexiga hiperativa foram associados a quase 200 mortes.
O Food and Drug Administration (FDA) recebeu mais de 12 mil reclamações sobre os comprimidos e seus efeitos colaterais.