Após a polêmica da menina de 10 anos que ficou grávida do tio após uma série de estupros no Espírito Santo, e o aborto concedido legalmente, o Brasil ficou na mira da militância internacional por ainda criminalizar a prática, sendo permitida apenas em casos de estupro.
No entanto, esta realidade que ganhou grande repercussão é cotidiana nas periferias do Brasil. Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2019 mostram que por dia, em média, acontecem seis internações aborto envolvendo meninas de 10 a 14 anos que engravidaram após estupro.
Só em 2020, foram 642 internações notificadas, com grande margem de subnotificações. A média anual é de 26 mil partos de mães entre 10 e 14 anos no Brasil. Desde 2008 foram registrados quase 32 mil abortos envolvendo garotas da mesma faixa de idade.
Deste número, 13,2 mil envolviam meninas pardas (66%) e 5,6 mil, de brancas (28%). Esses dados incluem abortos realizados por razões médicas, espontâneos e de outros tipos. Das 20 cidades com mais internações em números absolutos, todas são capitais, exceto Duque de Caxias (RJ), Feira de Santana (BA) e Campos de Goytacazes (RJ). Não há dados disponíveis sobre o sistema privado de saúde.
Estupros
Os números de estupros também são elevados. O levamento mostra que quatro meninas de até 13 anos são estupradas a cada hora no Brasil.
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