Cobra marinha finge ter duas cabeças para enganar predadores

Os cientistas da Real Academia Dinamarquesa, em Copenhague, descobriram que a cobra da espécie Laticauda c

Arne Rasmussen e um espécime da Laticauda colubrin | Divulgação
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Uma pesquisa dinamarquesa revelou que uma espécie de cobra marinha venenosa encontrada na Ásia usa marcas na pele e faz movimentos para dar a impressão aos predadores de que o seu rabo é uma segunda cabeça.

Os cientistas da Real Academia Dinamarquesa, em Copenhague, descobriram que a cobra da espécie Laticauda colubrina torce o rabo de uma forma que dá a ilusão de que tem duas cabeças.

Os estudiosos acreditam que esse "disfarce" seja uma evolução que protege a cobra marinha de ataques enquanto procura por suas presas.

Apesar de serem extremamente venenosas, estas cobras são vulneráveis a vários predadores, incluindo tubarões e outros peixes.

"Isto [a estratégia de fingir ter duas cabeças] pode aumentar as chances [de as cobras] sobreviverem a ataques de predadores, ao expor uma parte do corpo "menos" vital", afirmou Arne Rasmussen, que liderou a pesquisa.

"Mas, mais importante, pode impedir o ataque se [os predadores] acharem que o rabo é tão venenoso quanto a cabeça da cobra", acrescentou.

Mergulho

Rasmussen e seus alunos estudaram as cobras marinhas ao mergulharem na costa da ilha Bunaken, na Indonésia.

Eles seguiram espécimes da Laticauda colubrina enquanto elas nadavam entre corais e fendas submarinas, procurando por alimento.

Rasmussen notou a ilusão das duas cabeças quando viu uma cobra com a cabeça aparentemente virada para ele enquanto "examinava" os corais com o rabo.

A "segunda cabeça" da cobra então emergiu do meio dos corais e ele percebeu que a primeira cabeça que tinha visto era, na verdade, um rabo.

Rasmussen e seus colegas examinaram quase cem destas cobras marinhas em três grandes coleções de museus em Paris, Berlim e Copenhague, e monitoraram o comportamento de cobras selvagens durante uma expedição às Ilhas Salomão.

A pesquisa confirmou que cada espécime de Laticauda colubrina tem variações de sua coloração característica --uma marca amarela brilhante em formato de ferradura na ponta da cabeça e do rabo e padrões semelhantes de marcas pretas.

A pesquisa foi publicada na revista especializada "Marine Ecology".



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Avalie a matéria:
Tópicos
SEÇÕES