Conheça 4 alimentos que não são tão saudáveis como parecem

Nutricionista doutora da USP e autora do best-seller “O peso das Dietas”, Sophie Deram, mostra quais são esses itens que podem enganar os consumidores

Pão | Divulgação
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Escritora

Durante o período de isolamento social, algumas pessoas têm buscado hábitos alimentares mais saudáveis. Com isso, muitos consumidores começaram a adotar em seu cardápio diário alimentos chamados de "light", os iogurtes, as barras de cereais, os pães integrais, entre outros itens. Mas nem tudo é como parece ser. Muito pelo contrário.

Alguns desses deles, na verdade, não são tão bons quanto a gente pensa. A dica é da nutricionista doutora da USP e autora do best-seller "O peso das dietas", Sophie Deram. Para ela, é preciso muita atenção na hora de fazer mudanças na alimentação. Muitos optam pelos alimentos "light", que podem não ser a melhor opção.

"Eles apontam, por exemplo, que têm redução de gordura. Na verdade, esses itens ficam sem um gosto bom se diminuírem esse teor. Para resolver isso, os fabricantes colocam mais farinhas ou açúcares na composição do que nos tradicionais. Observamos que quando as pessoas comem algo ‘light’, a tendência é consumir mais e temos duas hipóteses para explicar isso: uma delas é quando a pessoa acha que pode comer mais por ser ‘light’; a outra é o fato de a pessoa não estar satisfeita, porque não é isso que ela queria de fato comer", explica.

Para esclarecer quem ainda tem dúvidas e não quer se enganar na hora de escolher um determinado item, a nutricionista lista quatro alimentos que se passam por saudáveis, mas não são tanto:

Barras de cereais

As barras de cereais são conhecidas por serem uma ótima opção de lanche, já que são práticas e cheias de fibras. Muitas prometem ser uma fonte de fibras, dar energia, aumentar a sensação de saciedade e até ajudar no funcionamento do intestino. Mas é necessário atenção, pois muitas vezes elas contém muitos açúcares.

"As barras de cereais, geralmente, são vendidas como um alimento prático que tem uma grande fonte de fibras. É até verdade, mas é preciso alertar às pessoas que os fabricantes usam muitos açúcares para grudar essas fibras. Os consumidores devem estar sempre de olho nesse quesito", orienta Sophie.

Sucos de caixinha

Uma grande quantidade de pessoas troca o consumo de refrigerante por sucos de caixinhas porque buscam algo mais saudável. Em muitas vezes, eles não são tão saudáveis quanto parecem, até mesmo em suas versões lights.

"Muitos acreditam que esses sucos vêm só da fruta. Acreditam que são saudáveis porque as frutas vêm com fibras e compostos naturais. Mas esses sucos são sempre muito refinados e contêm uma concentração muito grande de açúcar. O suco de uva, por exemplo, pode conter mais açúcar do que um refrigerante. O interessante é diminuir as bebidas doces", explica.

Iogurte grego

O iogurte grego é um alimento que as pessoas consomem sem preocupação, mas nem todas as opções do mercado são saudáveis e nutritivas como os fabricantes prometem. A quantidade de açúcares depende muito do seu processo de fabricação.

"Esse iogurte é conhecido como um alimento saudável com bastante proteína e mata a fome. Mas a maioria tem uma grande quantidade de açúcacares escondidos. É um dos alimentos que as pessoas comem sem peso na consciência porque é vendido como um alimento totalmente saudável, mas isso não é verdade", diz.

Pão integral

Para quem gosta de manter uma alimentação mais saudável, os pães integrais são a opção escolhida. Muitas embalagens são identificadas como integral, mas não são. Em um caso como esse, uma dica boa é sempre olhar o rótulo e buscar um produto menos industrializado.

"Esse tipo de pão ainda é muito industrializado, então se eu pudesse dar uma dica, acredito que seria sempre escolher os pães caseiros ou de padaria que tem menos ingredientes. Eles são a melhor alternativa para quem gosta e quer algo realmente mais saudável", conclui.

Sobre Sophie Deram: Autora do livro "O Peso das Dietas", é engenheira agrônoma de AgroParisTech, Paris, nutricionista franco-brasileira e doutora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) no departamento de Endocrinologia. Além de especialista em tratamento de Transtornos Alimentares pelo AMBULIM - Programa de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP é coordenadora do projeto de genética e do banco de DNA dos pacientes com transtorno alimentar no AMBULIM.



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