Grandes plumas de poeira do Saara está em direção ao Brasil

Imagens de satélite da semana passada ganharam a atenção de muitos meteorologistas e admiradores do tempo

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Plumas de poerias deixando o deserto do Saara na sexta (18) em direção à América. Foto:Google Maps

Imagens de satélite do Atlântico Norte chamou a atenção de muitos meteorologistas e admiradores do tempo na semana passada. Grandes plumas de poeira foram capturadas deixando o Saara ocidental em direção às Américas, inclusive em direção ao Brasil. As informações são do O Tempo.

Eventos como este são comuns durante o verão do Hemisfério Norte e tem vários desdobramentos, incluindo impactos na temporada dos furacões do Atlântico. Mas para entender os mecanismos de formação das plumas de poeira do Saara, é preciso recorrer aos processos atmosféricos existentes nesta época do ano sobre o deserto.

O norte-africano se torna uma contradição no verão quando o assunto é sua relação com os furacões do Atlântico. Ao mesmo tempo que as ondas tropicais geradas na monção de lá são importantes na gênese dos ciclones tropicais, as plumas de poeira se tornam um elemento supressor dos mesmos. Só que os efeitos da poeira vão muito além dos furacões.

Mecanismos de formação das plumas de poeira

No verão boreal, o aquecimento diurno no Saara supera 40°C durante às tardes. As altas temperaturas levam a formação de baixas pressões térmicas e a intensificação dos ventos sobre partes do deserto. Esses fatores geram turbulência que levantam a poeira no ar em vastas áreas do Saara.

Mais ao sul, sistemas convectivos de mesoescala (SCM) se propagaram para oeste em meio ao jato tropical de leste. Essas fortes tempestades geram frentes de rajada que também podem contribuir para a suspensão de poeira ao penetrarem o extremo sul do Saara, mas numa escala menor. Isso também é válido para as trovoadas isoladas que eventualmente se formam sobre o deserto.

O predomínio de ventos de leste no trópico favorece o transporte do ar seco e empoeirado do Saara em direção às Américas ao longo do Atlântico Tropical.

Os impactos a jusante

Segundo a NASA, cerca de 182 milhões de toneladas de poeira deixam o Saara anualmente. Esse ar seco e empoeirado atravessa o Atlântico Tropical até alcançar a América do Sul, Caribe e a América do Norte, impactando a saúde humana e a fertilidade do solo.

Na América do Sul, a poeira atinge parte da Amazônia e fertiliza a floresta com fósforo e nitrogênio (nutrientes para as plantas). Estudos ainda mostram que os aerossóis da poeira africana influenciam o regime de chuvas na Amazônia Central. Os aerossóis são partículas microscópicas que atuam como núcleo de condensação na atmosfera, ou seja, são importantes para o processo de formação de nuvens e precipitação.

Embora tenha benefícios ambientais, a poeira é uma ameaça para a população alérgica ou asmática. O aumento da contaminação do ar é comum de ser registrado na costa leste dos Estados Unidos. Já no Caribe e no norte da América do Sul, a falta de uma rede de observação em superfície dificulta o monitoramento da qualidade do ar.

Quando a poeira é depositada sobre os oceanos na região do Caribe, podem atingir o fundo do mar e prejudicar a vida marinha. Isso porque, elementos tóxicos e fungos presentes na poeira são nocivos aos corais.



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