Jovem implora ajuda médica pela internet e pouco depois morre

Doyne morreu em março de 2013, 16 meses após desenvolver a doença.

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Uma adolescente vítima de câncer, na Inglaterra, implorou que médicos a levassem a sério em uma série de mensagens desesperadas escritas na internet, pouco antes de morrer.

Bronte Doyne, de 19 anos, disse que estava cansada de confiar em médicos que se recusavam a aceitar que ela estava morrendo. Um deles chegou a ironizar seus apelos, dizendo para ela “parar de pesquisar no Google a suposta doença rara”. Mas, o que eles não sabiam, é que ela estava falando a verdade. Ela possuía uma doença que a levaria à morte.

Doyne morreu em março de 2013, 16 meses após ela desenvolver carcinoma hepatocelular, com variante fibrolamelar (FBC), uma forma rara de câncer de fígado, que afeta apenas 200 pessoas por ano em todo o mundo. A adolescente realizou uma operação em setembro de 2011 para remover o câncer e ela teria uma recuperação completa, mas segundo uma pesquisa que ela realizou na internet, acabou descobrindo que FBC, muitas vezes, retorna.

Porém, os médicos do Hospital da Universidade de Nottingham (NUH), na Inglaterra, tratou a garota com uma "lamentável falta de cuidado e empatia" – para não dizer palavras mais agressivas – e se recusaram a aceitar um diagnóstico online, ironizando sua pesquisa. Eles disseram para ela parar de pesquisar sua doença no Google.

Semanas antes de morrer, ela escreveu nas redes sociais: “Preciso de respostas. Quero saber o que está acontecendo. Algo não está certo. Eu estou cansado de tudo isso”. Dias antes de morrer, ela escreveu: "Não consigo descrever como me sinto ao ter que dizer a um oncologista que eles estão errados. Estou farta de confiar neles".

Lorraine Doyne, mãe de Bronte, tornou as mensagens de sua filha públicas, para mostrar a todos o descaso médico e a falta de cuidado. “Negaram a Bronte alívios para sua dor, encaminhamentos médicos foram extremamente atrasados e os esforços da família para reunir informações e compreender o prognóstico de Bronte foram manuseados de forma distante. Seus temores de que os sintomas dos meses anteriores de sua morte tinham a ver com o câncer se confirmaram”, disse.

"Nós não tivemos nenhuma informação futura e as únicas fontes que encontramos foram através de nossa própria investigação. Nós encontramos um site para a Fundação do Câncer Fibrolamelar, nos Estados Unidos, que inclui um fórum internacional. Não é apenas um site patético do Google, ele já foi aprovado pela Casa Branca em publicações, e foi o único contato que tivemos para obter algum conhecimento sobre esta doença. Eu disse ao médico que eu sabia o que estava acontecendo com a minha filha e algo precisava ser feito, mas ele apenas disse para que ‘parássemos de pesquisar tolices no Google’”, revelou a mãe, indignada.

Bronte foi para o hospital em setembro de 2011, pela primeira vez, com suspeita de apendicite, e foi dito que ela tinha carcinoma hepatocelular fibrolamelar pouco depois de completar 18 anos. Ao longo de um período de 16 meses, ela foi informada pelos médicos de que ela iria sobreviver à doença e não precisava se preocupar. Ela retirou seu fígado em dezembro e achou que estava livre da doença. A pesquisa online revelou que havia uma grande chance do câncer voltar e, eventualmente, o que de fato aconteceu em 23 de março de 2013.

O Sistema Nacional de Saúde do Reino Unido, após este caso, prometeu abraçar a "era da Internet" e aceitar pacientes que usam a rede para pesquisar suas doenças e admitiu: "Nós não ouvimos essas coisas com atenção suficiente”.

Stephen Fowlie, diretor médico do National University Hospital da Inglaterra, disse: “Bronte morreu em menos de 16 meses após o diagnóstico de um câncer extremamente raro e uma cirurgia imediata. Nós exploramos todos os tratamentos possíveis, incluindo a participação em ensaios de outros centros quando seu câncer voltou. Infelizmente, não haviam mais opções cirúrgicas, quimioterapia ou radioterapia para o tratamento de seu câncer agressivo. Pedimos desculpas que nossa comunicação com Bronte e sua família não tenha sido a mais correta. Nós não ouvimos suas suspeitas com atenção suficiente. Deveríamos ter encaminhado Bronte a peritos do Teenage Cancer Trust muito mais cedo. Estamos aprendendo graças a experiência de Bronte. Lorraine está nos ajudando a melhorar a forma como ajudamos os pacientes”.



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