Mitomania: saiba como lidar com crianças que mentem o tempo todo

O neurocientista Dr. Fabiano de Abreu comenta sobre a alteração comportamental e suas características.

criança | Reprodução
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Mentir é uma ação desenvolvida com o processo evolutivo do ser humano. De acordo com o neurocientista, PhD e biólogo, Dr. Fabiano de Abreu, ao mentirmos, deixamos claro que além da realidade em que vivemos, existe um outro mundo inacessível em cada um de nós. “Normalmente, mentimos quando há necessidade de alcançar algum objetivo. Ativando assim, o modo de sobrevivência, por medo de sofrer punições ou enfrentar consequências”, explica o especialista.

Porém, mentir de forma exagerada traz prejuízos ao cérebro, ao criar uma espécie de ciclo vicioso por conta da liberação do neurotransmissor dopamina. “Essa compulsividade altera a forma do cérebro trabalhar e, se isso acontecer na infância, a criança pode simplesmente não conseguir mais dizer a verdade e se tornar um adulto estrategista e frio, desencadeando desde cedo problemas como a depressão, a ansiedade e a negatividade perante a própria vida”, alerta o neurocientista.

Para Fabiano de Abreu, as crianças estão mais aptas a mentir por conta da fase de desenvolvimento cognitivo. (Foto: Divulgação)

Para Fabiano de Abreu, as crianças estão mais aptas a mentir por conta da fase de desenvolvimento cognitivo. “Com a sensação de prazer que algumas mentiras podem trazer, as crianças podem acabar desenvolvendo uma mania, gerando uma desregulação neuronal e criando distúrbios mentais”, pontua.

A mitomania pode ser tratada com uma intervenção clínica denominada Terapia Cognitiva Comportamental (TCC), que tem como objetivo trabalhar sobre a negatividade interiorizada pelo paciente e o desenvolvimento do pré-frontal oriunda da cognição. “Os estímulos exteriores são vistos como fatores negativistas e segregacionistas pelas crianças que têm uma compulsividade em mentir, ou seja, as sinapses são modificadas perante a realidade interiorizada pelas pessoas que já possuem um distúrbio neuronal”, detalha o especialista.

Estímulos exteriores são vistos como fatores negativistas e segregacionistas pelas crianças que têm uma compulsividade em mentir. (Foto: Divulgação)

Segundo análises de especialistas, ao verificar a reação do cérebro humano na hora de mentir, existe uma alteração no córtex pré-frontal em conjunto com o giro do cíngulo anterior, onde a pessoa tenta inibir transparecer suas emoções para não sofrer punições. Com a prática constante da mitomania, a criança pode começar a criar estratégias de forma compulsiva para ludibriar as pessoas. “Em caso de mentira e a percepção dela, os pais deverão conversar com as crianças, mostrando que tal ato não deve ser repetido, sem criar algum tipo de receio traumático”, aconselha.



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