Nos EUA, base militar de US$ 6 bilhões durou menos de 24 horas

Nenhum país do mundo gasta tanto dinheiro como os EUA

|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Nenhum país do mundo gasta tanto dinheiro como os Estados Unidos quando o assunto é guerra. São mais de US$ 600 bilhões por ano no setor militar, valor que é superior até mesmo à soma dos outros sete países que estão no topo desse ranking bélico. Apesar disso, não faltam histórias de investimentos fracassados pelo lado dos norte-americanos, e uma das mais bizarras é a do Complexo de Defesa Stanley R. Mickelsen. 

Em meio à Guerra Fria, o presidente Richard Nixon anunciou a criação do Programa Safeguard, em 1969. A ideia do projeto era construir uma série de bases militares espalhadas pelo território do país capazes de interceptar possíveis mísseis nucleares lançados pela União Soviética. Porém, o plano foi abandonado logo após a conclusão da primeira base, que custou cerca de US$ 6 bilhões. 

No dia 1º de outubro de 1975, os Estados Unidos inauguraram o Complexo de Defesa Stanley R. Mickelsen, localizado perto da cidade de Nekoma, no estado da Dakota do Norte. No dia seguinte, o Congresso Nacional votou pelo encerramento do projeto, alegando ineficiência defensiva. Era o fim mais rápido de uma base militar na história moderna. 

Como e por quê? 

O complexo, que tinha uma imponente pirâmide-radar de 24 metros de altura em seu centro, era equipado com dois tipos de mísseis: o Spartan, desenvolvido para interceptar lançamentos ainda fora da atmosfera terrestre, e o Sprint, que seria utilizado caso o primeiro falhasse, acertando o alvo inimigo já dentro do espaço aéreo norte-americano. 

Ambos levavam ogivas nucleares que desativariam os mísseis soviéticos não por impacto, mas sim pela emissão de radiação. O tempo entre a detecção do perigo e o lançamento defensivo era de apenas 6 segundos, sendo a primeira base construída pelos Estados Unidos com esse objetivo. 

Acontece que, durante os testes, os norte-americanos perceberam que o pulso eletromagnético gerado por suas bombas “cegava” seus próprios radares, impossibilitando a interceptação de outros mísseis que fossem disparados em sequência. Ou seja, não adiantaria nada parar o primeiro, pois o segundo, o terceiro e o quarto, por exemplo, cairiam em solo estadunidense.    

Além da falha técnica, a base somente ficou operacional 3 anos após a assinatura do Tratado sobre Mísseis Antibalísticos entre Estados Unidos e União Soviética. Pelo acordo, ambas as nações poderiam ter apenas duas instalações capazes de interceptar ogivas nucleares inimigas em funcionamento. Um fator se somou ao outro, e o Stanley R. Mickelsen teve suas verbas cortadas em menos de 24 horas de operação. 

Vitória da paz? 

Se isso não é bizarro o suficiente para você, vale destacar que o Programa Safeguard não foi planejado para proteger, necessariamente, grandes cidades dos EUA, mas sim outras bases militares que poderiam imediatamente lançar contra-ataques sobre os soviéticos. Em 2002, o país abandonou o tratado e hoje conta com inúmeros sistemas de defesa antibalísticos instalados não só nos Estados Unidos, mas também em outras nações aliadas. 

Para completar essa história muito estranha, em 2012 a base desativada foi comprada por US$ 530 mil pelos anabatistas da Dakota do Norte, um grupo cristão pacifista considerado “radical” dentro da Reforma Protestante. Eles vivem como se estivessem no século XVI e são religiosamente proibidos de servir ao Exército. 



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES