Sabia que você pode ganhar US$ 13 mil por ano doando as suas fezes? Descubra

Esse procedimento é relativamente novo, mas extremamente eficiente no tratamento da infecção por Clostridium difficile, oferecendo um índice de 90% de sucesso

Fezes | Reprodução
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Você sabia que, além de doadores de sangue, esperma e óvulos, agora existe uma organização nos EUA em busca de pessoas dispostas a doar cocô? E a novidade não para por aí! Para ajudar os possíveis interessados a superar o constrangimento — e o nojinho —, a companhia está pagando pelas fezes, e inclusive criou uma espécie de sistema de gratificação extra para os doadores mais... generosos.

De acordo com Rachel Feltman do portal The Washington Post, a iniciativa foi proposta pela OpenBiome, uma organização norte-americana sem fins lucrativos que se dedica a processar fezes humanas para que elas sejam usadas em transplantes de microbiota fecal. Esse procedimento é relativamente novo, mas extremamente eficiente no tratamento da infecção por Clostridium difficile, oferecendo um índice de 90% de sucesso.

Bactéria difficile

A C. difficile é uma bactéria que pode ser encontrada na água, solo, ar e fezes de animais e humanos. Contudo, enquanto esse microrganismo não costuma causar maiores problemas para pessoas saudáveis, alguns indivíduos reagem à presença da bactéria, sofrendo com dores abdominais, febre e diarreia severa. Em casos mais extremos, os infectados precisam de hospitalização, e algumas pessoas chegam a falecer por conta das complicações.

Indivíduos com a imunidade debilitada ou tomando antibióticos correm mais riscos de desenvolver a infecção. Isso ocorre por que esses medicamentos não têm como alvo apenas as bactérias do mal e, ao dizimar os microrganismos do bem também, acabam criando um ambiente propício para que a C. difficile se instale. Os idosos são os mais susceptíveis à infecção, e estima-se que entre 14 mil e 30 mil mortes ocorram anualmente por conta da bactéria só nos EUA.

Segundo Helen Clark do site Gizmag, até recentemente o tratamento envolvia a administração de mais antibióticos, mas frequentemente acontecia de C. difficile resistir aos medicamentos, voltando a surgir. É aqui que entra a alternativa (ainda experimental) de realizar os transplantes, que consistem em introduzir matéria fecal de pessoas saudáveis — contendo bactérias, fungos e vírus — nos organismos dos doentes para ajudá-los a combater a infecção.

Gratificações

Acontece que, como se trata de um procedimento experimental, nem sempre é fácil encontrar um doador saudável — tanto que alguns pacientes desesperados chegam a se tratar com fezes de amigos e familiares. Aliás, foi esse tipo de situação que inspirou o pessoal da OpenBiome a criar um banco nacional de matéria fecal, e eles já distribuíram cerca de 2 mil tratamentos para 185 hospitais.

Para contornar a dificuldade de achar pessoas dispostas a doar cocô, a organização decidiu oferecer gratificações bem interessantes. Assim, para cada amostra de 50 gramas, a OpenBiome paga US$ 40 (perto de R$ 110), e se o doador comparecer cinco vezes por semana, o valor sobe para US$ 50 (cerca de R$ 135) por coleta.

Isso significa que uma pessoa com intestino regular pode faturar até US$ 250 (RS$ 680) por semana — ou US$ 13 mil por ano (cerca de R$ 35 mil) enquanto, de quebra, salva várias vidas. Veja o diagrama de doações abaixo:

Parece fácil? Bem, a coisa não é tão simples assim... Na verdade, para se tornar doador, é necessário ser extremamente saudável e passar por uma enorme bateria de exames. E só para que você tenha uma ideia, de mil interessados em fazer parte do time, apenas 4% foram selecionados nos últimos 2 anos. Segundo o pessoal da OpenBiome, a maioria dos doadores é composta por universitários ou jovens recrutados da academia vizinha da organização.

Promessas para o futuro

A introdução da matéria fecal ocorre por meio de tubos nasais, colonoscopias ou ingestão de cápsulas. De momento, o transplante é realizado exclusivamente para tratar as infecções por C. difficile, mas a OpenBiome também está fornecendo material para a realização de testes que exploram outros usos para as fezes.

Atualmente os cientistas já sabem que a “microbiota” humana é diferente em pessoas que sofrem de doença inflamatória intestinal, obesidade e até autismo. Portanto, existe a possibilidade de que os transplantes fecais possam ajudar a sanar ou amenizar muitas outras condições.

Clique aqui e curta o Meionorte.com no Facebook



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES