Comissários contam histórias de passageiros em momentos picantes

Fazer sexo nas alturas é um fetiche bastante popular.

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Fazer sexo nas alturas é um fetiche bastante popular, visto que a dificuldade de transar no avião e a possibilidade de ser pego tornam a ideia excitante no imaginário de muita gente. Os voos noturnos longos são os mais propícios para esse tipo de situação.

"Como regra de segurança, fazemos rondas obrigatórias pelo avião e acabamos flagrando algumas coisas", conta Beatriz*, que trabalhou como comissária de bordo durante 15 anos.

No Brasil, caso seja surpreendido, o passageiro pode responder pelo crime de prática de ato obsceno em público, sujeito à prisão, e ser obrigado a desembarcar. Mas se ninguém percebe ou reclama, Beatriz diz que os tripulantes buscam contornar a situação de maneira discreta.

"Chamamos outro comissário para ser testemunha, acendemos a luz de leitura em cima do casal e avisamos que estão cometendo um crime", explica a ex-comissária. "Pedimos que eles se recomponham para não terem que desembarcar com a Polícia Federal."

Apertado, mas popular

Apesar de bem pequenos, os banheiros da aeronave acabam sendo bastante procurado por casais aventureiros para consumar o ato. Contudo, muitos não sabem a dificuldade que é entrar acompanhado no lavatório sem ser notado.

"Lembro de uma moça jovem, entre 19 e 20 anos, viajando com seus pais para Los Angeles. Ela foi pega três vezes no toalete, com três parceiros diferentes, em um voo de 11 horas", conta Mandy Smith, autora do livro "Cabin Fever" ("Febre na Cabine", Editora Plume, sem edição em português), em que relata os bastidores de seu trabalho por 12 anos como aeromoça da Virgin Atlantic.

"Como era muito persistente, a tripulação precisou ficar de olho na moça porque era um voo diurno e havia muitas crianças a bordo", diz.

Cobertura suspeita

Longe de estarem distraídos, os comissários de bordo sabem muito bem quando algo diferente está acontecendo durante o voo. O uso compartilhado da manta, oferecida nos voos mais longos ou internacionais, é o sinal mais óbvio de que o clima esquentou entre o casal.

"Se cada um tem seu cobertor, por que estão usando apenas um? Já sabemos que está acontecendo algo. Embaixo desse famoso cobertor único, geralmente está rolando masturbação, mas também pegamos várias vezes sexo oral", diz Beatriz.

Em casos como esses, o comissário Antônio*, na área há 30 anos, costuma usar a estratégia de separar os passageiros. Ele lembra de um episódio, durante um voo que ia de Manaus para a Cidade do Panamá, em que duas passageiras estavam dividindo a mesma manta enquanto acariciavam os seios uma da outra. O fato foi presenciado por um comissário mais novo na carreira, que solicitou a ajuda de Antônio para cortar o clima.

"Uma delas estava sentada na poltrona junto à janela, com os botões da blusa abertos, enquanto a outra beijava-lhe os seios. Pedi a uma delas que fosse para outra poltrona que eu havia arranjado. De início ela recusou a oferta, mas, depois, entendeu que havia passado dos limites", relembra.

Aceita lenço de papel?

Além de conhecerem detalhadamente a aeronave, os comissários mantêm rondas regulares de segurança, checando inclusive os banheiros a cada meia hora, o que faz com que notem qualquer movimentação diferente.

Segundo Mandy Smith, algumas vezes eles fingem que não estão vendo o que se passa embaixo das mantas. A ex-comissária recorda uma ocasião, em um voo para São Francisco (EUA), em que percebeu um passageiro se masturbando. "Esperamos ele terminar e meu colega levou uma caixa de lenços para ele", revela.

Beatriz também confessa que muitas vezes fingia que não notava nada, especialmente se ninguém tivesse percebido ou não houvesse famílias e crianças por perto. "Só ficava de olho de longe para ver se a coisa não ia sair do controle e interferia apenas quando não tinha mesmo outra solução, ou se algum colega pedia ajuda", diz.

Para não chamar a atenção da tripulação e realizar um desejo impulsivo, Flávia* fez tudo o que o rapaz, que havia acabado de conhecer na viagem, sugeriu. Depois de trocarem beijos e carícias nas cadeiras, ela foi primeiro até o banheiro, tirou a calça, e ficou esperando-o com aquela ansiedade de quem sabe que está vivendo um momento único na vida.

"Estava todo mundo dormindo, foi bem calculado. Ele era muito simpático, sedutor, foi muito excitante e divertido. Nós ríamos muito no banheiro. Obviamente a aeromoça percebeu, mas foi legal", conta, sobre a lembrança desse voo inesquecível em 1992 de Madri (Espanha) para o Brasil.

Clube de milhas

Além do fetiche do sexo nas alturas, existe também a ideia de que pilotos e comissárias experimentam mais aventuras nesse ambiente, por estarem sempre viajando e longe de casa. "A impressão que as pessoas têm é que vivemos numa suruba. Já ouvi muito mais casos de envolvimento entre colegas de trabalho de outras profissões do que na aviação", afirma Beatriz, cansada de ouvir comentários com base nesse estereótipo.

Até os anos 1990, quando não havia câmera na entrada do cockpit, eram muito mais comuns as histórias sexuais envolvendo pilotos. Nessa época, quando um co-piloto passava muito tempo no café e só voltava para o seu posto depois do chamado do piloto, a tripulação já sabia o que estava acontecendo na cabine. Atualmente, isso não acontece, já que, além de ser monitorado por câmera, o cockpit tem acesso proibido aos passageiros.

Apesar de não ter feito sexo em seu ambiente de trabalho, Mandy Smith entrou para o chamado "mile high club" (expressão em inglês para denominar quem já transou no avião, que em tradução literal seria "clube da milha da altura). Ela relata em detalhes no livro a experiência que teve com o noivo piloto, transando durante um voo, com ele em pleno comando, a bordo de uma pequena aeronave.

Para quem deseja realizar essa fantasia nos ares, a principal dica dos comissários é ser discreto e ter certeza que ninguém está vendo a cena ou, sobretudo, se há crianças por perto, o que poderia trazer sérias consequências. Contudo, não custa relembrar que a prática é crime.

Sexo nas alturas

Uma alternativa, sem riscos ou contravenções, consiste em contratar uma empresa aérea privada para satisfazer esse desejo. Em Las Vegas (EUA), a Love Cloud oferece voos para casais ou swingers, já que o avião comporta até quatro pessoas, a partir de US$ 800 por meia hora (R$ 2.629,44, em valores convertidos em 25/07/2016) ou US$ 1.000 dólares a hora (R$ 3.286,80, em valores convertidos em 25/07/2016).

De acordo com o proprietário Andy Johnson, os passageiros podem desfrutar de total privacidade para concretizar suas fantasias, pois ficam separados do piloto por uma porta. Além disso, ele destaca que a aeronave, equipada com colchão e almofadas, passa por um processo profissional de limpeza a cada viagem.
Depois do voo, os casais recebem cartões como membros do hipotético "mile high club". "Eles podem mostrar aos amigos e começar uma boa conversa", brinca Andy.



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