“Armaram para mim”, declarou advogado ex-de Mércia

Réus no processo falam à Justiça no quarto dia de audiência sobre o caso

Avalie a matéria:
Mizael chega a Fórum de Guarulhos | AE
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O policial militar reformado Mizael Bispo de Souza, de 40 anos, negou na tarde desta quinta-feira (21) ter assassinado a ex-namorada, a advogada Mércia Nakashima, em maio deste ano. ?Nunca, jamais. Eu acho que foi uma armadilha que armaram para mim?, disse ao ser questionado se matou Mércia. O interrogatório dele durou cerca de duas horas no Fórum de Guarulhos, na Grande São Paulo, e terminou por volta das 15h30. O vigia Evandro Bezerra Silva, outro réu no processo, será o próximo a falar.

Também advogado, Mizael Bispo disse que os profissionais da área ?sempre têm inimigos?. Ao ser questionado se gostaria de ver o assassino de Mércia atrás das grades, ele respondeu afirmativamente. ?Gostaria e ainda vou ver. Quando acabar isso aqui, vou começar as minhas investigações. Quem comete uma barbaridade dessas tem que pagar com a mesma moeda?, disse o réu.

Mizael respondeu a várias perguntas sobre o dia 23 de maio, data do desaparecimento. Primeiro, ele disse que ligou ?duas ou três vezes? para a ex-namorada. As investigações apontam, no entanto, que ele telefonou 16 vezes para ela de um telefone cadastrado no nome de outra pessoa. Mizael confirmou que esse telefone pertencia a ele. ?Agora, sim, eu me recordo, comprei no shopping. Não era de uso contínuo, mas de uso pessoal?, afirmou. Questionado por que não falou sobre o aparelho, ele disse que esqueceu. ?Não lembrei. Com toda aquela pressão, a gente acaba ficando sem muita noção das coisas. Devo ter ligado [as 16 vezes], mas completadas foram três.?

O réu continua alegando que esteve com uma prostituta na data do desaparecimento de Mércia. Em outros depoimentos, ele afirmou ter ficado três horas com a mulher. À Justiça disse que o encontro durou cerca de uma hora e meia. Ele afirma ter encontrado a prostituta em uma alça de acesso da Rodovia Hélio Smidt. Houve uma conversa rápida, de cerca de ?cinco segundos?, e a mulher seguiu com ele de carro, até o ponto onde estacionaram o veículo. Mizael disse que a mulher tem olhos claros, cabelo preto, é morena clara e mede cerca de 1,67 metro.

Mizael confirmou que esteve com Mércia na noite do dia 22 de maio, um dia antes do desaparecimento, e que os dois foram ao cinema. Uma semana antes, no dia 16, eles se encontraram e dormiram juntos em um local na Rodovia Fernão Dias, ainda segundo o réu. Ele lembrou que, na manhã do dia 23, a ex-mulher ligou para ele várias vezes dizendo que a filha tinha sido sequestrada. Depois, o rapto não se confirmou, mas ele ficou abalado com o fato.

Ele nega ter estado na represa de Nazaré Paulista, onde o carro e o corpo da advogada foram encontrados. ?Nunca estive na represa de Nazaré, ninguém me viu lá?, afirmou. Mizael disse que não costuma usar sapatos no fim de semana ? a perícia encontrou uma alga compatível com as existentes na represa em um dos calçados dele. Ele afirmou que a descarga elétrica que afetou a mão dele também prejudicou o pé e, por isso, só usa tênis nos dias de folga.

O advogado também confirmou conhecer Evandro, porque "passava alguns bicos" ao vigia. Em duas ocasiões durante o interrogatório, houve discussão entre os advogados de defesa e os responsáveis pela acusação, principalmente durante as perguntas da Promotoria.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES