Filme discute a presença de grupos neonazistas no Brasil. Veja trailer

O filme já ganhou prêmios e homenagens (melhor filme no California Film Awards, abertura do Italian Film Fest e abertura do Festival Novos Rumos

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Cineasta Tristan Aronovich | Divulgação
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‘Black & White’ acompanha a jornada de um grupo de detetives e caçadores de nazistas internacionais filiados à polícia Global (Globepol) liderados por David (Eric Sherman), ex-instrutor da Mossad Israelense. Juntam-se a ele a psicóloga Taika (interpretada pela atriz finlandesa Marjo-Riikka Makela), Frank (Chad Christopher) e Isabel (Jodi Nelson).

Tendo por objetivo aprisionar definitivamente Josef, mentor das células nazistas na América do Sul e criminoso implicado em redes de tráfico humano e pedofilia, o grupo de detetives desenvolve uma estratégia absolutamente não ortodoxa: através de uma operação infiltrada e bastante arriscada, eles deverão convencer (e converter) Freddie (Tristan Aronovich) e Lola (Amanda Maya), dois jovens líderes carismáticos de movimentos de supremacia branca e integrantes de uma banda de heavy metal, para que eles deponham contra Josef e auxiliem no processo de coleta de provas e evidências.

Assim é desenvolvido o enredo do filme escrito e dirigido pelo brasileiro Tristan Aronovich, que também atua no longa. Experiente, ele tem se dedicado há quase uma década em diversos projetos onde consegue dirigir e atuar na mesma produção. E embora ele descreva isso como um desafio enorme, diz também encarar como algo prazeroso e um alicerce essencial no que toca o processo de storytelling - sua grande paixão. “Evidentemente, como sou adepto de um estilo de interpretação chamada "Method Acting" (em que o ator mergulha completamente na "pele" da personagem) não é possível eu dirigir enquanto atuo, para isso, desenvolvo um trabalho extenso e detalhado com os meus assistentes de direção - durante toda a pré-produção e período de ensaios - para que eles possam assumir as rédeas quando eu estiver "in character"”, descreve.

O filme já ganhou prêmios e homenagens (melhor filme no California Film Awards, abertura do Italian Film Fest e abertura do Festival Novos Rumos

do Cinema Brasileiro). E atualmente está em exibição exclusiva no Paramount Channel. Aproximadamente 70 pessoas trabalharam no projeto entre equipe e elenco. “Foram 6 meses de pré-produção, um mês de gravação e um ano de edição, pós-produção e finalização”, conta Aronovich.

Filme brasileiro, mas gravado em inglês

Embora ‘Black & White’ retrate grupos de supremacia branca no Brasil, ele foi gravado inteiramente no idioma inglês, por diversas razões, como explica o diretor: “essa situação trágica que se desenha no Brasil deve chegar ao conhecimento do maior público possível. Português como língua, infelizmente ainda atua com um fator limitante em termos de distribuição e viabilização internacionais, então, achamos essencial que a língua não fosse um empecilho. Além disso, a trama envolvia figuras já tarimbadas do cenário que abrange o combate ao nazismo e intolerância (como os famosos caçadores de nazistas) - muitas dessas figuras sabidamente internacionais - daí a escolha do inglês como língua que poderia unir, na mesma trama, personagens da Alemanha, Finlândia, Estados Unidos, Israel e Brasil”, diz Aronovich.

Ficção com realidade

Ao longo do filme, o plano dos detetives não sai exatamente conforme o planejado - pois acabam se deparando com um verdadeiro exército já bastante estruturado e doutrinado por Josef. Segundo o diretor de ‘Black & White’, o fato descrito na ficção acaba ganhando força com o aumento no número de casos de intolerância que têm permeado o país nos últimos anos. “Dizem que o Brasil é o país do samba, futebol, carnaval, tolerância e alegria. A pátria do homem cordial onde todos são bem recebidos com gentileza e celebração. Mas não é exatamente isso que apontam as estatísticas. Além dos já tão conhecidos e debatidos problemas (miséria, corrupção endêmica, desequilíbrio e abismos sociais, deficiências graves em educação e saúde), outras mazelas gravíssimas devastam o país nas sombras”, argumenta.

De acordo com Aronovich, essas questões não são abertamente discutidas e nem mesmo aceitas como problemas que merecem atenção ou solução: “de acordo com diversas ONGs e instituições de pesquisa, o Brasil desponta hoje como uma das nações mais intolerantes, violentas, preconceituosas e extremistas do globo. O Brasil também já foi sede do segundo maior partido nazista do globo, atrás apenas da Alemanha”, justifica.

Avaliando esses dados, Tristan Aronovich diz que rapidamente cai por terra a tese de que somos a nação da alegria, do carnaval e do samba. “Muito pelo contrário - somos a nação do ódio velado, do preconceito escondido e da violência invisível. É disso que trata o filme Black & White. Toda essa situação absurda e beirando o inacreditável motivou a ideia para a realização deste projeto”, finaliza o cineasta.



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