Ataques de mulheres suicidas matam dezenas

Duas explosões consecutivas atingiram principal sistema de transporte da capital russa

Resgate carrega corpo de vítima de ataque. | r7
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Dois ataques a bomba no metrô de Moscou, na Rússia, mataram ao menos 35 pessoas mortas e deixaram cerca de 30 feridos na manhã desta segunda-feira (29), madrugada no Brasil.

Ambas as explosões, segundo dados preliminares, foram obra de mulheres suicidas, informou o Serviço Federal de Segurança da Rússia ( FSB, antiga KGB) em comunicado citado pela agência Interfax.

Embora ainda não haja posição oficial do governo sobre os responsáveis pelos ataques, a principal suspeita recai sobre os separatistas da Chechênia. A rede de televisão CNN cita uma suposta mensagem postada em um site dos rebeldes, clamando responsabilidade pelos atentados.

As explosões ocorreram com um intervalo de cerca de 30 minutos. A primeira delas atingiu a estação Lubyanka, no centro de Moscou, perto da sede do FSB, e matou ao menos 23 pessoas. A segunda detonação, na estação de Kultury, deixou 12 mortos e um número não divulgado de feridos.

Pavel Novikov, um eletricista de 25 anos citado pelo jornal New York Times, estava na estação Park Kultury:

- Eu sentia cheiro de borracha queimada. Também vi sangue e roupas ensanguentadas no chão. Foi muito desagradável.

O pânico se espalhou entre os passageiros conforme as notícias da explosão eram divulgadas pela cidade. As linhas do metrô onde aconteceram os atentados foram fechadas. O tráfego de veículos foi interrompido em várias regiões do centro da capital russa e as linhas telefônicas entraram em colapso.

As vítimas dos ataques foram levadas a hospitais próximos à região central. Muitos prontos-socorros ficaram sobrecarregados por causa do alto número de feridos.

Os serviços de segurança russos ainda procuram por possíveis bombas escondidas nos pontos mais movimentados da cidade.

Ataques aconteceram na horário de pico

O primeiro dos ataques ocorreu por volta das 7h50 no horário local (0h50 de Brasília), momento em que o sistema de transporte de Moscou registra picos de movimento.

O metrô da capital russa é um dos mais extensos do mundo e transporta cerca de 10 milhões de pessoas todos os dias. O sistema funciona como uma rede vital de artérias de tráfego que liga os bairros periféricos da cidade ao centro.

Conforme as notícias do ataque se espalhavam, parentes e amigos de pessoas que estavam nas estações começaram a se dirigir aos locais, causando medo de que uma nova explosão pudesse atingir a multidão reunida. As redes de telefones celulares ficaram sobrecarregadas.

Ataque ao metrô não é o primeiro

Em fevereiro de 2004, uma outra explosão no metrô de Moscou deixou 39 pessoas mortas e 130 feridas. Na ocasião, o então presidente Vladimir Putin responsabilizou o ex-presidente checheno, Aslan Maskhadov, um dos líderes dos separatistas da Chechênia, pelo atentado. Em setembro do mesmo ano, outro ataque a bomba matou nove pessoas em outra estação do metrô da capital russa.

A estratégia de usar mulheres suicidas também não é nova. Os ataques desse tipo começaram em 2003, quando uma mulher detonou um cinto explosivo durante um show de rock, matando ao menos 12 pessoas.

Em dezembro do mesmo ano, outra mulher suicida detonou explosivos no centro de Moscou, matando seis pessoas e ferindo dezenas. A terrorista foi identificada como a viúva de um guerrilheiro checheno.

As mulheres suicidas da Rússia passaram a ser conhecidas, então, como as "viúvas negras".



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