Bailarina Ingrid Silva lança “A sapatilha que mudou meu mundo”

Bailarina brasileira conta sua trajetória desde a descoberta do balé em um projeto social no Rio até se tornar um dos maiores nomes da dança no mundo

Ingrid Silva e Ana Maria Braga | @guiferraresi
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A bailarina brasileira Ingrid Silva lançou nesta sexta-feira, 27, a biografia "A sapatilha qe mudou meu mundo", pela Globo Livros. Na obra, Ingrid conta ao leitor a sua trajetória desde ue saiu do bairro de Benfica, no Rio de Janeiro, há 13 anos, para uma das maiores companhias de ballet dos Estados Unidos.

A bailarina entrou no projeto social que mudaria sua vida até se tornar referência para tantas meninas e mulheres e a Primeira Bailarina de um dos corpos de dança mais importantes do mundo.

Em conversa com a apresentadora Ana Maria Braga, Ingrid relembrou como tudo começou no projeto social “Dançando para não Dançar”, como a família foi fundamental em incentivá-la a praticar esportes e os desafios que enfrentou para viver de dança.

Ingrid Silva com Ana Maria Braga (@guigferraresi)

Desafios

“É poder contar toda a minha jornada. Ter saído de Benfica, do Rio de Janeiro, sem falar inglês, ter chorado mil vezes(...) Tem uma coisa que eu nunca esqueço, que minha mãe falou, Ingrid você não vai voltar, aqui não tem nada pra você, vai dar tudo certo, continua seguindo. Isso mexeu muito comigo, me deu forças para continuar”

Ingrid revelou ainda o fato que dá nome a sua biografia: a coloração de suas sapatilhas. O balé é conhecido por ser um espaço elitizado e majoritariamente branco. Mas foi ao entrar para a Dance Theatre of Harlem que Ingrid se deparou com uma questão de pertencimento e representatividade: a cor da sapatilha. Os acessórios e figurinos do balé, criado na Europa, servem como extensão das linhas do corpo do bailarino. O tom rosa é próximo à pele branca e, por isso, sua companhia passou a adotar a customização da cor da sapatilha de acordo com o tom de pele de cada dançarino. Por onze anos, Ingrid pintou suas sapatilhas até que, após uma longa negociação com fabricantes, o modelo usado por Ingrid passou a ser produzido para seu tom de pele - o que gerou notícia no mundo todo, tornando Ingrid uma importante voz de sua geração. Hoje, as sapatilhas que costumava pintar integram o acervo do Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana Smithsonian, nos Estados Unidos.

“O que as pessoas as vezes não entendem é que, a sapatilha e a meia-calça não combinam com o figurino, elas são a continuação da pele da pessoa(...) Então quando eu cheguei no Dance Theatre of Harlem eu lembro que uma amiga minha me ensinou a pintar minha sapatilha, e aí sabe quando você se reconhece pela primeira vez numa coisa que é sua?”, revela a bailarina.

Biografia de Ingrid Silva (Divulgação)

Obstáculos vencidos

Ao longo de sua vida, Ingrid venceu obstáculos, sofreu preconceito e narra no livro toda a sua caminhada até aqui.

“Eu me reconectei com a minha negritude. Me aceitei de verdade. Hoje em dia eu posso ser inspiração para outras mulheres, para outras meninas que realmente querem se assumir. Não é só por moda, essa é a minha identidade.”

Ingrid inclusive realizou um sonho de criança ao provar a receita do programa com Ana Maria e topar a famosa brincadeira da apresentadora, passando embaixo da mesa. ‘Eu cresci vendo o programa da Ana Maria, é uma referência muito grande, tem sido de uma importância muito grande na minha vida, e eu nunca imaginei poder estar ali compartilhando a minha história, quem dirá contando sobre o meu livro. Foi uma oportunidade muito importante, e um sonho de infância, passar embaixo da mesa. Engraçado que eu já fui pensando nisso, e depois de ter provado aquele prato delicioso, eu não ia perder essa oportunidade!”, diverte-se.



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