Brasileiro viaja por 70 países e publica “Crônicas de uma pandemia”

“Viajar faz você ter outra dimensão de como ver o mundo e até mesmo onde você mora”

Destinos de Gustavo Miotti | Divulgação
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Destinos complexos como a Coréia do Norte, a Etiópia, a Cuba. São 70 países visitados pelo empresário gaúcho e imigrante nos Estados Unidos, Gustavo Miotti, que publica o livro "Crônicas de uma pandemia" com reflexões intimistas sobre ditaduras e democracias a partir da queda do Muro de Berlim.

O autor uniu experiências pelo mundo a reflexões sobre a condição humana nos dois principais sistemas socioeconômicos. Os destinos complexos como Coreia do Norte, Etiópia e Cuba são abordados na primeira parte da obra. Em “Sob a sombra do comunismo”, Gustavo compartilha histórias, descobertas e a impressão de um brasileiro acerca das imposições da doutrina econômica no cotidiano de homens e mulheres. 

Gustavo narra viagem à antiga Tchecoslováquia. "Queria conhecer a vida do outro lado do muro e como estavam se adaptando à democracia”. 

Escritor Gustavo Miotti narra suas experiências em livro (Divulgação)

Meio Norte: Dos 70 países por onde viajou, quais os mais inesquecíveis?

Gustavo Miotti: Pergunta difícil, todos os destinos de se modo marcam de alguma maneira, por mais ordinário e similar que sejam. Mas aqueles que mais marcaram são os que estavam durante um processo de transformação (Etiópia, Mianmar e Tibete) ou que de certo modo vivem de forma isolada do mundo (Coreia do Norte).

MN: Qual foi o período de tempo das suas viagens?

GM: Viajo desde os meus 18 anos, algumas de estudo, trabalho ou de exploração.

Gustavo Miotti em suas experiências (Divulgação)

MN: Quais foram as experiências mais marcantes em suas viagens?

GM: Acreditava-se num mundo em que nos tornaríamos mais iguais e que o pensamento democrático iria se difundir para os quatro cantos do planeta. Teríamos um mundo mais plano, análogo e pacífico; mas, ao mesmo tempo, menos diverso e fascinante. E, viajando pelo mundo, não deparei com isso. Na prática, apesar dos avanços e percalços da globalização, continuamos sendo um mosaico de culturas e costumes. Em transformação, porém, em velocidades bem diferentes. Dentro deste contexto uma das viagens mais marcantes foi ao Tibete em 2005, meses antes de chegar a conexão de trem ligando com a China, o que dava um ar ainda de um mundo diferente, preservado da globalização. Três anos depois o povo tibetano se rebelou contra a “invasão” cultural e econômica da China, que foi muito facilitada com a chegada do trem ligando Lhasa (capital do Tibet) a China. Neste ano também pisei na Coreia do Norte, o país mais fechado do mundo. Na época, sem internet, celulares e com total controle sobre a população e os poucos estrangeiros. (coloco reportagem da antiga Revista Terra que fala da minha viagem)

MN: O que o senhor levou em conta na hora de escolher o destino e elaborar o roteiro das viagens? Grande parte das pessoas viajam para conhecer e experimentar culturas, gastronomia, modos de vida e voltar. Qual foi a sua proposta?

GM: Cada viagem tem uma proposta em si, que parte do destino. Gosto muito de conectar com algum livro ou filme, de entender a história do país, de como a cultura é formada. Isso ajuda a compreender o destino.

Destinos do autor Gustavo MIotti (Divulgação)

MN: O senhor dividiu o livro em narrações sobre países com economias, sistema políticos variados. Quais as impressões e lições desses roteiros econômicos, sociais e políticos?

GM: Dividi o meu livro em viagens a países que sofrem pela falta de liberdade e uma análise do período da pandemia na mais antiga democracia do mundo. Os EUA tiveram a sua democracia testada como nunca antes e, apesar de tudo, foi resiliente e venceu. Apesar de suas dificuldades, a democracia e o único sistema que permite que todos tenham a sua voz.

MN: Qual a diferença entre o Gustavo Miotti antes e depois das viagens realizadas?

GM: Nunca mais vi o mundo de forma tão simples, binária do certo ou errado. Viajar faz você ter outra dimensão de como ver o mundo e até mesmo onde você mora.

MN: Que lugares o senhor pretende voltar e por que razão?

GM: Pretendo voltar a antiga Iugoslávia, que hoje se tornou um emaranhado de sete países diferentes. Escrevi recentemente uma crônica que fala da minha motivação de ir para lá.

Experiências pelo mundo (Divulgação)

MN: Quais novos roteiros pretende seguir em próximos roteiros?

GM: Conhecer os outros países da Ex-Iugoslávia que ainda não conheço: Servia, Kosovo, Macedônia do Norte.

MN: Existe viajante que não seja apaixonado?

GM: Acho que até possa existir aquele que chega num destino e não vê a hora de voltar.

MN: Como brasileiro, que lições o senhor indica para que o nosso país esteja no roteiro dos turistas do mundo?

GM: O Brasil provavelmente tem o maior ativo do mundo que é o calor do povo brasileiro, que recebe muito bem o turista. Pelo mundo, nunca vi alguém que não tenha gostado do Brasil, e que não tenha ficado impressionado pelo nosso povo. Por outro lado, temos sérios problemas de estrutura logística como o transporte interno. A questão da segurança também pesa na nossa imagem lá fora.



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