Brasília: Carnaval de humor com a vida política do País

O Pacotão faz sátiras políticas com caricaturas e alas improvisadas

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Há 33 anos, o Pacotão, bloco mais tradicional de Brasília, concentra os foliões que querem comemorar o Carnaval de maneira irreverente. Com sátiras políticas, marchinhas, caricaturas e alas improvisadas, o bloco reuniu cerca de duas mil pessoas este ano. A presidenta Dilma Rousseff é uma das principais figuras políticas ironizadas pelo bloco.

O Pacotão foi criado em 1978 por um grupo de jornalistas como forma de protesto contra a ditadura militar. O nome é uma crítica ao pacote de medidas que alteravam as regras das eleições, conhecido como Pacote de Abril, criado pelo então presidente da República general Ernesto Geisel, em 1977.

O bloco saiu por volta das 15h30 da concentração, na entrequadra 302/303 norte, e seguiu pela contramão da Avenida W3, em direção à 504 Sul.

As irmãs Irone e Iridan Queiroz participam do bloco desde o início e, há mais de 30 anos, vestem-se com fantasias iguais. "Sempre saio pareada com a minha irmã. Morei muito tempo no Rio e resolvi fazer aqui o que duas irmãs, que hoje têm 90 anos, faziam durante o Carnaval da Banda de Ipanema", afirmou a jornalista Irone, que também cuida do acervo fotográfico do bloco.

O corretor de seguros Jafé Tôrres é outro veterano do Pacotão, mas desde 1993 tornou-se presença confirmada do bloco. Há 18 Carnavais, ele veste o terno branco e usa topete para se caracterizar de uma das figuras políticas mais satirizadas do País, o ex-presidente da República Itamar Franco. "Estou aqui desde a fundação do bloco. A primeira vez que me vesti de Itamar, vim de Fusca. Foi ótimo, depois disso, não parei mais", disse.

Para o músico Milton Sá, o Pacotão é um bloco que reúne as pessoas para aproveitar o Carnaval de maneira descontraída. "É um bloco que não pode acabar. As pessoas se concentram para ver isso daqui. O pessoal da organização deveria fazer camisetas do bloco e outros eventos ao longo do ano para continuar com a tradição", falou.

Pauline Seidler, que faz mestrado em agronegócio, começou a frequentar o bloco há três anos. "É bom manter a tradição, pois a gente fica perdido no Carnaval de Brasília que não é muito tradicional. O bloco é muito divertido, sempre discutindo as questões políticas".



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES