Capitão de “Tropa de Elite” vive travesti em novo filme

Ladr?o de cenas em filmes como Tropa de Elite - em que fez o corrupto Capit?o F?bio - e Carandiru - ele era o assassino Peixeira -, Milhem Cortaz promete surpreender o p?blico em seu pr?ximo trabalho no cinema. Em Se Nada Mais Der Certo, terceira parceria com o diretor Jos? Eduardo Belmonte, o ator paulista usa salto alto, lingerie, esmalte e maquiagem para encarnar Sibele, travesti temperamental e de l?ngua afiada que circula pelo submundo de S?o Paulo.

"? um personagem de muita solid?o, ela tem uma ironia quase macabra. ? um jeito de se defender, mas acaba afastando as pessoas", conta Milhem, que sofreu para compor o travesti.

"Depilei tudo, queria ver como era. Quando acabou, falei para a mo?a: "Sai daqui sen?o eu vou te matar". Mas o mais dif?cil foi usar salto", lembra ele, que ainda mantinha as unhas do p? pintadas esta semana, quando passou pela 11? Mostra de Cinema de Tiradentes para divulgar Meu Mundo em Perigo, tamb?m de Belmonte.

Os dois trabalharam juntos pela primeira vez em A Concep??o. "Quero trabalhar com o Z? o resto da vida. Fa?o tudo o que ele pedir", assegura.

Por "tudo" entenda-se expor tra?os de sua personalidade n?o explorados na maioria de seus filmes, como uma certa fragilidade emocional. "Sou muito inseguro", diz.

Al?m de Sibele, Fito, personagem do drama Meu Mundo em Perigo, tamb?m foge aos tipos truculentos pelos quais o ator de voz potente e corpo sarado ficou conhecido. "Ele ? totalmente passivo, o t?pico brasileiro desencorajado. Precisa que as pessoas lhe digam o que fazer", define.

Na trama, Fito ? t?o dominado pelo pai que permite a ele abusar sexualmente de sua mulher. Quando seu "velho" morre atropelado, Fito ? pressionado por um amigo a se vingar do motorista.

Este ano, Milhem poder? ser visto ainda em Nome Pr?prio, de Murilo Salles, e Encarna??o do Dem?nio, de Jos? Mojica Marins, o Z? do Caix?o. Esse fecha a trilogia iniciada com ? Meia-Noite Levarei Sua Alma (1964) e Esta Noite Encarnarei no Teu Cad?ver (1967).

"Foi demais fazer esse filme. Tentei imitar o estilo do Z?", conta Milhem, que adora desafios. "Odeio ator que n?o se arrisca. Sou artista para errar. Se quisesse acertar, seria matem?tico."