Família de Mércia planeja protesto no TJ

Manifestação deve marcar também os três meses da morte da advogada

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A advogada Mércia Nakashima | Reprodução -Globo
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A família da advogada Mércia Nakashima, encontrada morta numa represa em Nazaré Paulista, no interior de São Paulo, prepara uma manifestação pública para a tarde desta sexta-feira (20) em frente ao Tribunal de Justiça (TJ), na capital paulista.

O objetivo é protestar contra a decisão de uma desembargadora do órgão que concedeu liberdade provisória aos acusados de assassinar a advogada. A caminhada vai pedir a prisão do ex-namorado da vítima, o advogado e policial militar reformado Mizael Bispo de Souza, e do vigia Evandro Bezerra Silva. Além disso, o evento marcará os três meses da morte da advogada.

"Até agora, não há uma definição sobre o caso e os réus continuam soltos", disse Márcio Nakashima.

Intitulada ?Caminhada pela Justiça para a doutora Mércia Nakashima?, o ato terá continuidade na manhã de sábado (21), na Igreja Matriz de Guarulhos, na Grande São Paulo, onde ela morava. Uma missa está programada para as 8h. Uma hora depois, terá início a passeata.

Os parentes de Mércia estão convocando pessoas que se sensibilizaram com a morte da advogada para participar dos eventos.

Decisão

O TJ de São Paulo deverá decidir na próxima quarta-feira (25) se Mizael e Evandro permanecerão soltos ou ficarão detidos. Ambos estão provisoriamente livres por causa de uma liminar concedida pela desembargadora Angélica de Almeida. Ela e mais dois desembargadores do TJ-SP vão analisar e julgar o mérito do habeas corpus para decidir se os réus responderão ao processo em liberdade ou ficarão detidos. Eles negam o crime.

O juiz Leandro Bittencourt Cano, de Guarulhos, na Grande SP, havia decretado a prisão preventiva de Mizael e Evandro em 3 de agosto, quando aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público. Naquela ocasião, o promotor Rodrigo Merli Antunes, também de Guarulhos, e o delegado Antônio de Olim, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da capital paulista, pediam a prisão do ex e do vigia por entender que eles atrapalharam a investigação e poderiam fugir.

Mizael, que é ex-namorado de Mércia e chegou a ficar foragido, teve a prisão revogada no dia 5 de agosto pela desembargadora Angélica. Os advogados de defesa Samir Haddad Júnior e Ivon Ribeiro alegaram que não havia elementos para se decretar a prisão.

O mesmo embasamento usado para conseguir o habeas corpus de Mizael foi citado pelo advogado José Carlos da Silva para soltar o vigia. Evandro, que ficou um mês preso entre a prisão temporária e a preventiva, ganhou a liberdade em 9 de agosto, também após decisão da desembargadora Angélica.

A expectativa das partes agora é para o julgamento do mérito dos dois habeas corpus. O sistema é simples, baseado em votação. Ganha a decisão da maioria. Votarão a relatora, Angélica, e mais outros dois desembargadores. Em outras palavras, os desembargadores poderão manter a revogação da prisão contra os réus ou anão. Neste último caso, a decretação da preventiva voltaria a valer e os dois poderiam ser presos.

O crime

Mércia desapareceu em 23 de maio, depois de sair da casa de seus avós, em Guarulhos. O corpo dela foi encontrado em 11 de junho em uma represa, em Nazaré Paulista. O veículo onde ela estava havia sido localizado submerso um dia antes. Segundo a perícia, a advogada foi agredida, baleada, desmaiou e morreu afogada dentro do próprio carro no mesmo dia em que sumiu. Ela não sabia nadar.

Um pescador disse à polícia ter visto o automóvel dela afundar e um homem não identificado sair do veículo. Além disso, afirmou ter escutado gritos de mulher.

Para o DHPP, Mizael matou a ex por ciúmes e o vigilante o ajudou na fuga. Mizael alega inocência. Evandro, que chegou a acusar o patrão e dizer que o ajudou a fugir, voltou atrás e falou que mentiu e confessou um crime do qual não participou porque foi torturado.

Segundo a polícia, Mizael e Evandro trocaram diversos telefonemas combinando o crime. Os investigadores chegaram a essa informação a partir da quebra dos sigilos telefônicos dos dois. O rastreador do carro do ex também mostrou que ele esteve próximo ao local onde Mércia foi achada, na época do crime.



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