Gretchen e Esdras celebram união com bênçãos em ritual de pajelança

A artista conta que ela e Esdras frequentam a pajelança há dois anos e que os espíritos da floresta protegem o casal.

Gretchen e Esdras celebram união com bênçãos em ritual de pajelança | Reprodução
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Gretchen e Esdras celebraram a união em um ritual de pajelança em Soure, na Ilha do Marajó, no final da tarde desta sexta-feira (6). O ritual só foi possível após autorização de entidades espirituais que guiam a pajé Roxita.

"Quem faz o ritual não sou só eu, são entidades, e eles só fazem quando veem que o casal é feliz. Podem já ser casados ou não, mas precisam ser um casal de verdade", diz a pajé.

Gretchen e Esdras celebram união com bênçãos em ritual de pajelança (Foto: Reprodução/Madson Santos)Ela conta que após a celebração, o casal passa a conseguir coisas que ainda não alcançaram. 

"Desde que me mudei para o Pará tinha vontade de celebrar em um ritual de pajelança. Esse era um grande sonho, viver a cultura indígena, já que sou descendente e sempre pesquisei sobre meus antepassados", conta Gretchen.

A artista conta que ela e Esdras frequentam a pajelança há dois anos e que os espíritos da floresta protegem o casal.

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A pajé disse que depois que se conheceram passou a cuidar do casal.

"Quando demonstraram interesse, consultei as entidades e eles autorizaram. Mas não é algo de ontem para hoje. A cerimônia deve acontecer em uma lua cheia ou crescente para trazer felicidade", explica Roxita.

O casal escolheu a lua cheia por ser a mais forte e também para iniciar o ano blindados.

Esdras e Gretchen foram abençoados no dia da cerimônia e conseguiram realizar o ritual em meio à mata. Roxita contou que chegaram a pensar em desistir de fazer a celebração dentro da mata, pois no período do inverno amazônico, há muitos mosquitos, chamados de "carapanãs" na região.

Roxita diz que pediu às entidades que fosse possível realizar o ritual dentro da floresta, antes da cerimônia ocorrer. Ela conta o que sentiu.

"As entidades todas estavam lá. Tinha um clarão na mata, muito bonito, o que não costuma acontecer. Senti uma força muito grande da natureza. Quando chegamos na mata não tinha nenhum mosquito. Deus abençoou e as entidades também. Senti que eles vão ser mais felizes do que já são", conta a autoridade indígena.

"É como se tivéssemos chegado no ponto mais alto da nossa ancestralidade. É como se todo céu, o sol, o vento e a natureza se unissem para nos abençoar e nos blindar de todos que pensam e nos fazer algum mal", completou Gretchen.

Gretchen e Esdras celebram união com bênçãos em ritual de pajelança (Foto: Reprodução/Madson Santos)Antes da cerimônia, o casal foi preparado com banhos de limpeza e de atração feito pela própria pajé. Durante a cerimônia foi servido vinho ungido pelas entidades e o casal foi fortificado com defumação. O cocar deve ser usado durante a cerimônia.  

A pajé explica a presença da imagem de Santo Antônio.

"Deus deu o poder a Santo Antônio para casar, na pajelança ele é o casamenteiro que une o casal", conta.

A pajé mantém há 36 anos uma creche chamada Centro Filantrópico, localizada na zona urbana de Soure, e atende 140 crianças, e também a Casa Missão de Caridade Santo Antônio, na zona rural. Na noite deste sábado (7), Gretchen fará um show beneficente para arrecadar recursos para a creche, que precisa passar por reformas.

"Nosso trabalho de pajelança é de cura, é minha missão, por isso não tem preço e nunca vai ter", conclui a pajé.

Gretchen e Esdras casaram em setembro de 2020 e desde então moram na capital paraense, cidade natal do músico.



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