Juliana Caldas perdeu a mãe aos 16 anos e teve trabalhar desde cedo

Atriz faz sucesso na novela “O outro lado do paraíso”

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Interpretar uma personagem com a força e o peso de Estela em pleno horário nobre não é único desafio da estreante Juliana Caldas. Acostumada com a vida noturna de São Paulo, ela teve que se mudar para o Rio de Janeiro no ano passado por conta das gravações de "O outro lado do paraíso", e vive, desde então, como uma típica garota carioca.

Morando sozinha em um apartamento em frente à praia da Barra, a atriz, que acaba de completar 31 anos, adotou novos hábitos à sua rotina e hoje gosta de passar as tardes livres apreciando o mar, fazer trilhas e ir de barco até à Ilha da Gigoia. Também vai ao teatro e adora descobrir restaurantes. Sozinha ou com amigos, numa realidade bem diferente da filha insegura e rejeitada de Sofia (Marieta Severo) na trama de Walcyr Carrasco.

Com novos companheiros na Cidade Maravilhosa (entre eles, os colegas de elenco da novela), Juliana lida com a saudade do irmão, Fernando, com quem dividia uma casa em São Paulo, e também da mãe, que morreu após adquirir um coágulo quando ela tinha 16 anos. Da dor da perda e os ensinamentos deixados por Dona Mirian, Juliana ficou com a lição de que é preciso ser feliz em um mundo que ainda não é adaptado para ela.

"Nunca tive casa adaptada, e a vida me fez ser independente. Comecei a trabalhar com 15 para 16 anos para ajudar em casa e depois, quando minha mãe morreu, acabou virando uma necessidade mesmo", conta a atriz, que foi recepcionista de balada, atendente de telemarketing e trabalhou dois anos como bancária. Com a morte da mãe, foram embora os planos de Juliana em fazer faculdade de Administração para abrir uma clínica veterinária, profissão de dona Mirian.

'Tive um namoro que durou três meses'

A carreira da atriz aconteceu por acaso, há dez anos. "Trabalhava no banco quando uma amiga disse que estavam precisando de pequenos para trabalhar em um parque da Xuxa em São Paulo. Fui para ter mais um extra, e ali comecei a gostar da área. Conciliei um tempo com o banco até decidir sair e focar no teatro. Fiz peças infantis e trabalhei como modelo".

O pai da atriz é anão, e a mãe, tinha estatura normal, o que ensinou Juliana que o importante é o que a pessoa tem por dentro e não o exterior. Ela, no entanto, só viveu um amor. "Tive um namoro que durou três meses com um rapaz de estatura normal. A gente se gostava, mas não deu certo por termos prioridades diferentes. Estava começando a fazer teatro e a viajar. Terminamos bem e até hoje somos amigos", revela ela, que está solteira.

A artista, de 1,22m de altura, e o irmão, também anão, moram na mesma casa que passaram a infância, num imóvel herdado da família, onde apenas a cozinha é adaptada para sua altura. "As coisas que eu utilizo no dia a dia, como panelas, eu deixo em um armário mais baixo. Fora isso, não tenho nenhum tipo de dificuldade", explica.

'Não tenho problema em mostrar o meu corpo'

Dos meses como garota da Barra, Juliana "zerou a internet" na semana passada com uma foto de biquíni na praia e exibindo um piercing no umbigo. Tímida, ela entrega que ficou surpresa com tantos elogios e aproveita para dar uma aula de autoestima:

"Não tenho problema em mostrar o meu corpo. Estava pensando na vida e nessa coisa de liberdade, de se sentir livre. Às vezes, você é julgada ou questionada por querer ser livre, se sentir bem e fazer o que quer, e foi isso que eu quis mostrar com o post. Mas se as pessoas verem a foto e entenderem por esse lado da aceitação, do empoderamento, ótimo, serve também. Você pode pensar: 'nossa, a autoestima dela é boa, ela não tem problema nenhum', e não tenho mesmo".

Feliz na vida profissional, a atriz espera ter outras oportunidades de mostrar o seu talento, mas diz não planejar o futuro: "Se for pra casar e ter filho, ótimo. Porém, também, se isso não acontecer, vou continuar buscando a felicidade, que, para mim, é constante". Ela acredita que a novela abriu caminho para as pessoas olharem para o nanismo com mais respeito. "Mudou um pouco a abordagem nas ruas, mas a luta contra o preconceito é constante. Mereço respeito por ser mulher e ser uma pessoa com deficiência".



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