Giulia Gam diz: “Achei que não fosse conseguir voltar a atuar”

Na entrevista, Giulia falou sobre todos os temas com bom humor. E não perdeu a simpatia nem mesmo para tocar em assuntos mais delicados.

Giulia falou sobre todos os temas com bom humor | Foto: Claudio Augusto
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Não seria exagero dizer que Giulia Gam está em uma de suas melhores fases da vida. Aos 45 anos de idade e 30 de carreira, ela está no auge de sua maturidade como atriz e, como ela mesmo diz, ?de uma vida profissional bem-sucedida?.

O lado pessoal também vai muito bem. Em cena como narradora do espetáculo infantil o ?Pedro e o Lobo?, no teatro Tuca em São Paulo ? onde conversou com o iG Gente ? e na televisão na novela ?Amor Eterno Amor?, ela divide o tempo ainda com o filho, Theo, de 14 anos (do casamento com o jornalista e apresentador Pedro Bial) e com o namorado americano, o instrumentista e professor universitário Stephen Bocskay.

Na entrevista, Giulia falou sobre todos os temas com bom humor. E não perdeu a simpatia nem mesmo para tocar em assuntos mais delicados, como o tempo em que ficou afastada do trabalho e sua relação complicada com Bial, com quem já brigou na Justiça pela guarda do filho. Confira o bate-papo:

iG: Como surgiu o convite para ser a narradora de ?Pedro e o Lobo??

Guilia Gam: A Muriel (Matalon), diretora do espetáculo, é minha amiga há muito tempo. Há quatro anos, fizemos seis apresentações dessa peça no Auditório Ibirapuera (em São Paulo). Meu filho tinha 9 anos e ela também estava com uma filha pequena. Acho que foi uma vontade fazer um trabalho para os nossos filhos, até mesmo para eles entenderem as mães.

Só que isso contaminou a gente: o contato com a orquestra, os bonecos (o espetáculo é todo encenado por bonecos comandados por atores e a orquestra fica em cima do palco, na qual cada instrumento representa um personagem) e a receptividade do público. Então, a gente tinha certeza de que queria voltar com ?Pedro e o Lobo?.

iG: O que você acredita ser o ponto forte do espetáculo?

Guilia Gam: É impressionante como em 40 minutos ele toca tão fundo em uma ternura porque acho que não é uma coisa infantil, apesar de ter sido feito para crianças. Acho que toca em um ponto da nossa infância, da imaginação. Hoje em dia, um espetáculo tão artesanal ganha uma importância muito maior nesse mundo dominado pelo virtual e tecnológico.

iG: Como é sua relação como o público infantil?

Giulia Gam: É uma loucura! É um prazer enorme ver as crianças, os comentários, os olhares. A gente tem um sentimento de uma certa missão, de apresentar esse universo para essas crianças. É um público tão puro, espontâneo. A gente fica tão feliz, é tão bonito.

iG: Você sempre teve a preocupação de levar o seu filho ao teatro? Ele te acompanhava nas peças?

Giulia Gam: Eu tinha, mas ele não gostava (risos). Quando levei ele a espetáculos ligados à música, isso deu uma sensação para ele de que é possível ter vida no teatro, uma coisa mais louca, com mais sensações. Talvez porque ele frequentou tanta coxia, via a mãe indo tanto ao teatro, por um momento falou: "chega, cansei". Mas com certeza isso está dentro dele.

iG: Acredita que ele possa seguir a carreira artística?

Giulia Gam: O Theo tem uma coisa de esporte muito forte, incentivei bastante ele a surfar. Ele gostava, tinha um professor muito bacana e virou uma paixão. Sempre falei que tem três coisas muito importantes: falar inglês, praticar esporte e música. E ele se apaixonou por violão. Por ver muita coisa comigo, tem um senso crítico de ator, mas até para a liberdade dele, eu não falo muito para ele seguir a carreira. Mas, com certeza, se ele vir a ser ator, vai para o lado da comédia porque a mãe já é muito dramática (risos).

iG: Sua personagem Laura, em ?Amor Eterno Amor? é moderna, educou uma filha sozinha, trabalha, viaja bastante. Vocês têm esses pontos em comum?

Giulia Gam: Quisera eu ter tanta atitude quanto ela. Mas profissionalmente acho que sim, ela é uma profissional extremamente competente. Claro que não me visto como ela em tempo integral, mas talvez seja a personagem mais próxima de mim. Ela morou fora do país, não é casada, educou uma filha sozinha, se interessa por todos os tipos de assunto. E eu também. É uma pessoa bem-sucedida profissionalmente, depois de 30 anos de carreira, acho que posso falar que também sou. Mais ainda não sei o que vai acontecer com ela na novela.

iG: Você ficou um tempo afastada da televisão logo após o nascimento do Theo. Na época se falou de depressão. Qual foi o motivo real de você ter ido para Nova York e ter ficado longe da profissão durante um longo período?

Giulia Gam: Eu brinco que tem duas etapas, duas gerações que me viram atuando. Aqueles que me viram fazendo papéis de mocinha, como em ?Que Rei Sou Eu? (1989), ?Fera Ferida? (1993), entre outras. Depois tive filho e fiquei sem fazer TV por uns três anos. Morei um ano em Nova York e depois voltei e fiz a ciumenta compulsiva Heloísa, em ?Mulheres Apaixonadas? (2003). Foi quando uma outra geração já me conheceu "enlouquecida" (risos).

iG: Então você se afastou para cuidar de seu filho? Ou para se resguardar um pouco da mídia?

Giulia Gam: Não pensei nisso, foi natural, foi acontecendo. Aliás, com o primeiro filho tudo vai acontecendo, você não tem muito controle (risos). Amamentei, queria ficar com ele. Foi uma experiência que foi acontecendo e foi muito bacana. O primeiro filho recebe muito amor, a maternidade é um espetáculo à parte. Achei que não fosse conseguir voltar a atuar porque (a maternidade) foi incrível.

iG: Como foi voltar depois?

Giulia Gam: Foi muito interessante, vivi outras coisas, a maternidade, morei fora. Quando voltei para ?Mulheres Apaixonadas?, Manoel Carlos (o autor) falou: "parece que estou te relançando". Fiquei surpresa como fiquei mais técnica, me protegi mais, tinha uma maturidade que era da vida.

iG: O Theo hoje tem 14 anos, como é sua relação com ele?

Giulia Gam: É o momento de "separação", agora na adolescência ele começa a se desprender. Sofri um pouco com isso, mas ele ainda mora comigo. Ele está correndo atrás das coisas dele e eu estou correndo atrás das minhas, senão ia ficar uma mãe muito chata.

iG: Você é uma mãe moderninha?

Giulia Gam: Hoje posso dizer que o mais importante é o afeto. Acho que sou muito rígida com questões de valores, muito mesmo. Óbvio, ele tem que cumprir as regras, mas tem um momento que você pode ir para o sítio, se sujar. Tem que ter um canal em que seu filho tem que ter confiança em você, se acontecer algo sério, não tem que ter medo de se abrir.

Quando voltei para "Mulheres Apaixonadas", Manoel Carlos falou: "parece que estou te relançando". Fiquei surpresa como fiquei mais técnica, me protegi mais, tinha uma maturidade que era da vida"

iG: Você continua namorando o americano Stephen Bocskay?

Giulia Gam: "Yes I am (sim, estou, em inglês), mas deixa ele quieto.

iG: Mas como você arranja tempo para cuidar do filho, trabalhar no teatro e na TV e ainda namorar?

Giulia Gam: O primeiro desafio é manter uma relação amorosa porque você tem uma vida fora da rotina, tem uma exposição na mídia, é complicado. Com o filho, você tem que pensar na pré-produção, quando tem viagem, não sabe se programa as férias de julho, se faz espetáculo, se tem fim de semana, não sabe o que prioriza. É uma questão de sorte para as datas baterem. E um aprendizado também.

iG: Você disse certa vez numa entrevista que sua relação com Pedro Bial era bizarra. Continua assim?

Giulia Gam: Posso dizer que hoje minha relação com Pedro está muito boa, acho que a gente tem conseguido conversar sobre o Theo e isso é muito bacana. O Theo cresceu e ele próprio vai recolocando as coisas. Eu e Pedro não temos nenhuma intimidade, mas já conseguimos falar com mais naturalidade sobre o Theo. Talvez um dia a gente vai se sentir mesmo pai e mãe dele, mas hoje a gente já consegue estar mais próximo disso.



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