Idosa de 103 anos mora sozinha e com saúde

Senhora de 103 anos mora sozinha, faz a comida e tem ótima memória

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Dona Pulcina é mais conhecida como Vó Pequena. No apelido, não cabe a grandiosidade dessa matriarca. Todos os, dias ela acorda cedo, faz a própria comida, gosta de caminhar e observar a natureza. ?O que marcou a minha vida foi o serviço da roça, que eu nunca me esqueci até hoje. Coisa boa é trabalhar na roça?, declara a senhora.

Vó Pequena tem 103 anos. Se o assunto é longevidade do cérebro, o que vai nessa cabecinha é um espanto.

A Vó tem memória de menina e se lembra até de quando o zeppelin passou pela cidade: ?era uma coisa redonda, parecia que não tinha asa. Eu não sabia que era um zeppelin e me assustei, mas fiquei olhando para ver o que era. Fiquei fisgada ali, olhando, olhando, até que ele cruzou e foi para Porto Alegre. Lembro de tudo. Faz pouco tempo. Tem 75 anos?.

Que cérebro privilegiado. Vó Pequena mora sozinha, mas não vive só. E o que não faltam são convites e muita insistência para ela ir viver com um dos filhos.

Os filhos ficam admirados, com tanta independência.

?Nos casos em que, por exemplo, é impossível manter aquela pessoa naquela casa, precisa se levar para a casa de algum filho ou filha, o que precisa ser feito para minimizar ou reduzir um pouco isso é você carregar o quarto da pessoa. Então, você leva os objetos pessoais, a cama, a cômoda, as fotografias, os objetos pessoais, para tentar de algum modo reproduzir aquele mesmo ambiente em outro local?, explica o neurologista Paulo Caramelli, da UFMG.

Mas por quanto tempo Vó Pequena planeja morar sozinha? ?Eu vou indo até Deus querer me cuidar. Deus está me cuidando e está junto comigo?, diz.

Vó Pequena vai longe. Não usa óculos e, depois de uma cirurgia de catarata, então... ?Estou enxergando tudo. Operei e ficou tudo tão bonito, tão alegre. Está aparecendo tudo?, conta.

De que maneira devemos olhar para o nosso próprio envelhecimento? No teste do espelho, ganha quem consegue encarar o passar do tempo com naturalidade, sem perder de vista o exemplo de avó, de mãe, de pai para filho, de tataravó para a família inteira.

Para o neto, Sidnei dos Santos de Souza, de 28 anos, é assim: ele se espelha na avó para manter o cérebro sempre em atividade. Na cidade, ele dá aulas de boxe. É atleta profissional e já venceu muitas lutas. ?Eu acho que você sabendo regrar a sua vida com alimentação saudável e exercício físico, você chega muito longe. Perto dos 100?, comenta.

Para o doutor em biologia do envelhecimento, Emílio Jeckel, genética e estilo de vida andam juntos. ?Nós temos uma herança genética, sim, mas esses genes só entram em ação ou não, dependendo dos estímulos ambientais que a gente tem?, explica.

Mais do que herança genética, somos nós que decidimos como vamos envelhecer. E não se trata de estar protegido de tudo, de viver em uma redoma, mas de fazer o melhor com o que o cotidiano oferece.

A casa de madeira, cheia de frestas, parece frágil, mas, para Vó Pequena, é perfeita. Ela já enfrentou os muitos invernos gelados do Rio Grande do Sul nela. Não é para qualquer um.

?Todo centenário tem uma coisa comum: ele tem resiliência. Ele sabe enfrentar as adversidades e sair inteiro delas. Não é sair ileso, mas é sair inteiro, é voltar para o prumo, declara o médico gerontólogo Fernando Bignardi, da Unifesp.

Vó Pequena é uma mulher de fibra, e a cabeça branca guarda um cérebro de ouro. ?As pessoas vão viver mais quando elas conseguirem olhar para além do espelho. A pessoa é muito mais do que aquilo que ela aparenta ou daquilo que ela é fisiologicamente?, afirma o doutor em biologia do envelhecimento Emílio Jeckel. ?Às vezes, a parte externa pode estar meio careca, mas lá dentro está muito bem. O espelho não enxerga isso de jeito nenhum, talvez no brilho dos olhos?.



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