Juiz e família que foram baleados no Rio contam como foi falsa blitz

O juiz e outros motoristas acharam que era uma falsa blitz e tentaram fugir

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Juiz baleado concede entrevista | Reprodução
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No último dia 2 de outubro, o juiz Marcelo Alexandrino, acompanhado da família, trafegavam a caminho de uma festa pela estrada Grajaú-Jacarepaguá, no Rio, quando se depararam com uma blitz e acabaram tendo o carro metralhado. O juiz contou que ainda não consegue esquecer o momento em que foi atingido pelso tiros da polícia.

O juiz e outros motoristas acharam que era uma falsa blitz e tentaram fugir. A partir daí, viraram alvo de inúmeros disparos efetuados não por bandidos, mas por policiais militares. ?Não consigo esquecer o momento em que fui atingido e disse: ?gente, fui baleado?. E aí meu filho respondeu que também. E logo em seguida minha sogra falou: ?a Natália também?. Isso eu não consigo esquecer de jeito nenhum. A partir daí dirigi a toda velocidade porque tinha que chegar ao hospital. Pensava muito nas crianças?, contou.

A mulher do juiz, Sanny, disse que o que viveram foi pior do que filme de terror. ?Por pior do que você possa imaginar não chega perto do que vivi, do que passei. Hoje eu dou outro valor para a vida. Nasci de novo?, falou.

Marcelo contou que um mês após o acontecimento ele e a família não foram procurados pelas autoridades. ?Apesar disso a investigação está caminhando bem. Conseguiram preservar a cena e a perícia foi feita rapidamente. Sinto até um empenho da polícia, que me conforta por um lado. Foi uma decepção muito grande saber da profissão das pessoas que nos atingiram, mas o empenho da polícia civil realmente me conforta?, falou

O juiz explicou ainda que foi impossível evitar o trauma e revelou que, atualmente, os filhos ficam com medo quando a noite chega. ?Eles pedem para que eu tranque as janelas, não querem mais sair de casa. Já até desenvolveram alopecia. Todo mundo sofreu muito?, revelou.

Para falar mais sobre o assunto, também conversamos com o psiquiatra e psicanalista Eduardo Ferreira Santos. ?Um grande problema de saúde pública é que as vítimas de violência, de uma maneira geral, não recebem qualquer apoio após o trauma?, disse.

Segundo ele, pessoas que passam por um trauma deste tipo precisam procurar um tratamento. ?Na vigência de um estresse pós-traumático, a pessoa deve procurar um tratamento médico para que o quadro não fique crônico. De qualquer maneira vai ficar uma cicatriz, mas o importante é que elas possam incorporar esse trauma às suas vidas. O grande problema é quando a pessoa perde as esperanças porque ela nunca mais será a mesma depois que passa por um trauma?, explicou



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