Livro e show contam Os segredos de Chico

A pretensão do autor é trabalhar dentro desse projeto outros nomes importantes, como Toquinho.

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Wagner Homem saiu do papel de amigo e responsável pelo site de Chico Buarque e revela com exclusividade os segredos, os porquês e alegrias das razões e sensibilidades que deram origem às canções de Chico no livro ?Histórias de Canções?. O projeto tomou corpo, voz e Wagner Homem, apelidado carinhosamente de Cachorrão pelo amigo poeta, traz o que todos os sabedores de Chico mais anseiam: degustar as canções, causos e artes do artista, o que resulta no show de banco e violão.

A pretensão do autor é trabalhar dentro desse projeto outros nomes importantes, como Toquinho. Segundo Homem, a ideia é cobrir, além da carreira toda do próprio Toquinho, os onze anos em que ele e Vinicius de Moraes constituiram uma das principais duplas da MPB.

Em entrevista ao Jornal Meio Norte, Wagner Homem diz que por trás de cada canção há sempre uma intenção. No caso de Chico Buarque, há histórias de amores, de dores, de vidas ceifadas pela intolerância, de sentimentos que compõem a alma de todo brasileiro.

Wagner Homem diz que foi um trabalho de formiguinha desenvolvido durante onze anos administrando o site oficial do Chico. ?Foram muitas leituras, conversas com outros especialistas, entrevistas e muitas vezes eu mesmo perguntava ao Chico coisas sobre as quais havia dúvidas?, explica, acrescentando que o livro tem 133 histórias. ?Felizmente a maior parte engraçada. Eu gosto muito daquelas que revelam fatos das relações com parceiros como Tom Jobim (Sabiá, Retrato em branco e preto) e Vinicius de Moraes (Gente Humilde, Valsinha e Samba de Orly)?, informa.

Para o autor, grandes histórias precisam ser contadas, seja em prosa e verso, seja em show. Wagner escolheu as duas formas ? depois do livro, onde sua pena detalha cada recanto escondido e mal iluminado da vida e obra de Chico, ele brinca o público com o espetáculo. Com a vantagem de se ouvir a música enquanto a história é contada; de escutar o áudio de fatos relevantes, enquanto a História é repassada diante de nossas memórias.

Para quem conhece a obra de Chico Buarque e sua importância, o show é imperdível. Para quem desconhece, é obrigatório. Cada música brota de um fato histórico, como a angustiante Angélica, feita para chorar Zuzu Angel e sua morte até hoje não esclarecida. ?Cada música nasce de uma peraltice, como o impagável Julinho da Adelaide e suas gaiatices com os homens da censura. Cada verso pinça a alma feminina, como na belíssima Atrás da Porta?, afirma. Bom mesmo é registrar esse show que tem encantado o Brasil em CD e DVD.

Sobre o livro, o próprio Chico declara: ?Gostei da leitura, flui muito bem. Fiz algumas correções, até de erros de digitação, e assinalei-as com asteriscos. Enquanto lia, eu pensava, tenho uma história boa para contar ao Cachorrão*. Mas à medida que o livro avançava, todas essas histórias apareciam. Vou pensar mais um pouco, procurar alguma anedota inédita, mas acho que você as conhece todas, melhor que eu?.

Com mais de 340 composições, Wagner Homem diz que é natural que canções com os mais diversos temas em se tratando de um artista atento ao seu tempo. ?De futebol, especificamente há duas canções: "Ilmo Sr. Ciro Monteiro", que é uma brincadeira que Chico fez pelo fato de Ciro Monteiro ter enviado de presente para a recém nascida Silvia Buarque uma camisa do Flamengo. Vale lebrar que Chico é Fluminense. E uma outra música , "O Futebol", em que Chico homenageia seus grandes ídolos nesse esporte. Há também algumas histórias que desmistificam versões correntes sobre a origem ou inspiração para algumas canções?, comenta.

Além de livro, ?Histórias de Canções? também virou show e Wagner Homem conta que ele surgiu meio por acaso. ?Foi culpa da chuva. Havia uma sessão de autógrafos em São Paulo. Caiu uma chuva daquelas e a pessoa que levaria os livros ficou detida no trânsito. Pra entreter o público pedi a um amigo, o cantor e violonista Rogerio Silva, que cantasse algumas músicas enquanto eu ia contando as histórias.

Só que a Bárbara, a moça dos livros, não chegava e ficamos nisso uma hora e meia. Quando terminamos descobrimos que isso podia dar show?, diz, contando ainda que fez o roteiro, criou um texto e inseriu alguns documentos sonoros raros como uma raríssima entrevista que Julinho da Adelaide (psedônimo criado por Chico para driblar a censura) e virou um show que tem agradado muito. ?Estreamos em Belém com duas noites de casa lotada e temos levado as diversas cidades, sempre com muito boa receptividade?, diz Homem.

Wagner Homem mostra no show que viver Chico é clamar o amor mais íntimo de cada mulher, entender a poética cotidiana, saber que, por de trás de cada tijolo, tem a construção de um ser humano; que a cada mulher que o inspira estão todas as mulheres brasileiras e todas elas únicas. Que das secas severinas sai uma música; que os adultos também revivem as canções infantis.



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