Multidão faz fila de sete quarteirões por velório de Néstor Kirchner

Os argentinos começam a entrar no “Salão dos Patriotas”, dentro da Casa Rosada, e passam em frente ao caixão

Morte de Néstor Kirchner | Divulgação
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O velório do corpo do ex-presidente argentino Néstor Kirchner, que morreu ontem (27) em El Calafate aos 60 anos, começou às 10h (11h de Brasília) desta quinta-feira (28) na Casa Rosada, sede do governo, com uma multidão fazendo fila de até sete quarteirões para se despedir do governante --a vereadora Graciela Benitez passou 19 horas na fila para ser a primeira a se despedir do ex-presidente.

Os argentinos começam a entrar no "Salão dos Patriotas", dentro da Casa Rosada, e passam em frente ao caixão, cercado pela presidente Cristina Kirchner e por integrantes do governo do país. Muitas pessoas entram no salão com camisas da seleção argentina e fazem gestos com a mão em direção ao corpo do ex-presidente. Outros não se contêm e choram; já alguns puxam salvas de palmas para o ex-presidente. Também foram ouvidos aplausos e gritos de "Néstor, Néstor!", "Néstor não morreu, Néstor vive no povo!" e "Vamos, Cristina!".

O presidente da Bolívia, Evo Morales, foi o primeiro a chegar a Buenos Aires para o funeral, seguido pelo governante do Equador, Rafael Correa. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva alterou sua agenda para poder ir ainda nesta quinta ao funeral. Também já estão na Argentina Sebastian Piñera, do Chile, e José Mujica, do Uruguai.

Os portões da Casa Rosada foram abertos às milhares de pessoas que desde as primeiras horas da noite de ontem começaram a se concentrar no local para prestar homenagens a Kirchner e apoiar sua mulher, a presidente Cristina Kirchner, e fizeram vigília no local durante a madrugada. A fila de espera se estende até a Avenida 9 de Julho, cerca de sete quadras da entrada da Casa Rosada.

O corpo do ex-presidente chegou a Buenos Aires às 3h da madrugada (horário de Brasília), e foi levado para o Salão dos Patriotas Latino-Americanos, onde será velado ao longo do dia de hoje. Todos os ministros e autoridades do primeiro escalão do governo argentino participarão do velório e das homenagens públicas.

Cem mil pessoas estavam reunidas na Praça de Maio, diante da sede do governo, para homenagear e se despedir do ex-presidente.

Autoridades

Além de Evo e Correa, confirmaram presença nos funerais os chefes de Estado Fernando Lugo, do Paraguai; José Mujica; do Uruguai; Sebastián Piñera, do Chile; e Juan Manuel Santos, da Colômbia.

O governo argentino ainda não confirmou o local do enterro do ex-presidente, mas é provável que o corpo siga na tarde de amanhã para Río Gallegos, cidade em que Kirchner nasceu e onde os pais dele estão enterrados. Em várias ocasiões informais, ele havia expressado o desejo de ser enterrado na cidade natal.

O trânsito próximo à Casa Rosada foi fechado e, segundo as autoridades, não será permitido o ingresso no prédio do governo com bandeiras, placas nem câmeras.

A Associação do Futebol Argentino (AFA) cancelou a rodada de todos os campeonatos de futebol profissional deste fim-de-semana, como forma de respeito e luto pela morte do ex-presidente.

Carregando velas, bandeiras e flores, milhares de argentinos fazem vigília nesta quinta-feira pelo ex-presidente ao mesmo tempo em que demonstravam apoio ao governo de sua viúva, a presidente Cristina Kirchner, cujo mandato termina em 2011.

entenas de jovens militantes permaneceram toda a noite na Plaza de Mayo, em frente à sede do governo, e já de madrugada começaram a formar uma fila para garantir sua entrada no velório do "Pingüino", como era conhecido Kirchner.

Guardada por um forte esquema de segurança, a Plaza de Mayo, em frente à Casa Rosada, amanheceu coberta por flores e mensagens. "Força, Cristina" são os dizeres de centenas de cartazes de apoio à presidente.

"Força, presidente. Precisamos de você mais do que nunca. Estamos com você", afirmavam cartas deixadas na noite de quarta-feira por milhares de argentinos, que em meio a muita comoção foram prestar suas condolências na capital federal.

A Confederação Geral do Trabalho (CGT) convocou para o meio-dia uma nova manifestação na Praça de Maio. "Depois de (Juan) Perón e Eva (Duarte de Perón), vem Néstor Kirchher, sem sombra de dúvida", disse Hugo Moyano, poderoso líder da CGT, declarando apoio a Cristina Kirchner.

A presidente, que ainda não apareceu publicamente nem deu declarações sobre a morte do marido, "está sem um pedacinho, as coisas não são fáceis, mas ela vai encontrar uma maneira de fazer com que esta morte não seja em vão", afirmou Aníbal Fernández, chefe de Gabinete.



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