“Na verdade, a ficha não caiu até hoje”, diz Buchecha sobre morte do pai

Em 2002, Buchecha perdeu o companheiro Claudinho em acidente.

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Uma semana depois do assassinato de seu pai, o cantor Buchecha falou ao programa ?Fantástico?, da TV Globo, sobre mais essa tragédia em sua vida. A morte do pai, que também era seu parceiro musical, aconteceu oito anos depois de o músico perder seu companheiro de dupla, Claudinho, em acidente de carro.

Buchecha tinha acabado de voltar para o Rio depois de uma série de shows do lançamento do novo sucesso, a música "Romântico", quando soube da morte do pai. ?O velho não merecia isso. Era um homem de bem, uma pessoa pacata. Na verdade, na verdade, a ficha não caiu até hoje. Quando eu recebi a notícia de que meu pai tinha falecido, eu pensei que ele tinha sofrido um infarto?, lamenta.

Claudino de Souza Filho foi morto em um bar por causa de um cigarro. Depois de discutir com um amigo, ele saiu para comprar um maço em um posto de gasolina. Quando voltou, o amigo, Flavio Figueiredo, achou que o pai de Buchecha estava armado e disparou quatro vezes. O assassino confessou o crime e está preso.

?Eu não desejo mal, não guardo rancor. Não sou uma pessoa de guardar rancor, mas eu quero que a justiça seja feita. Quero que ele pegue a pena máxima, o que rege a lei. Espero que ele fique lá por muito tempo, pagando o crime que ele fez, que ele cometeu?, afirma Buchecha.

O pai do cantor era também seu parceiro musical. ?A gente fazia músicas. Ele gostava de dançar, então, inventava as coreografias. Eu falava que meu pai era meu velho herói e eu acho que ele também me via como o pequeno heroizinho dele, porque através da música eu consegui mudar a história da nossa família. Ele ficava contando lá onde ele morava: ?Eu sou o pai do Buchecha, eu sou o pai do Buchecha??, relata o cantor.

Em uma entrevista inédita, gravada em 2008 para o programa ?Por toda a minha vida?, Claudino falou do carinho pelo filho: ?Botaram o apelido dele de Buchecha e aí um colega nosso lá, o Zé Banana, sempre que ele me via falava: ?Aí, é Buchecha e Buchechão, chegou o Buchechão, chegou o Buchechão?. E é o apelido que pegou e eu até gosto de ser chamado de Buchechão, porque pelo menos eu estou na trilha do meu filho?.

Última música composta com o pai fala sobre saudade

O cantor falou ainda sobre a última música que compôs com o pai. ?Ele estava com dificuldade de fazer uma música que já estava na cabeça dele há um tempão e cantou um pedacinho para mim. Falei: ?Vamos terminar, porque a música é muito bonita?. A música está aí. Eu ainda não tirei no violão, mas está na minha mente, porque a música tem uma frase muito forte, inclusive parece um prenúncio, um recado. A música diz: ?Se eu não tenho o teu sorriso, a vida perde o valor. É de você que eu preciso para viver um grande amor. A saudade me maltrata e aumenta o meu sofrer. Ou a solidão me mata ou eu morro por você??

Coincidência parecida aconteceu antes da morte do companheiro, em 2002. ?Já parecia uma coisa de premonição, porque fala de Buchecha sem Claudinho e veio a acontecer logo em seguida a perda dele. Não vou mais fazer música de perda, de saudade, porque parece que eu faço e algo assim acontece. Eu não quero ficar muito apegado a isso, a esse dogma, esse estigma, mas é difícil de não pensar. Acho que eu tenho que fazer músicas como conquista, como ?Só love, só love?, coisa alegre, pra cima, que me ajude a um voo mais alto.

O músico diz ainda que não considera parar de compor e cantar tão cedo. ?Não vou parar. Eu preciso seguir em frente. Acho que se eu parar, eu morro. Eu preciso fazer o que eu gosto de fazer. Essa foi a minha missão?, afirmou.



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