No aniversário de 450 anos, Rio terá a disputa mais equilibrada de sua história

Em seus 450 anos, Rio terá o Carnaval mais equilibrado de sua história Comente

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Há 50 anos, o Rio de Janeiro completava 400 anos de existência. Por conta da efeméride, o regulamento do desfile das escolas de samba determinou que todas as então dez escolas do grupo principal homenageassem a data. A honra de ser campeã do 4º Centenário foi disputada ferrenhamente e conquistada pelo Salgueiro, com o enredo "História do Carnaval Carioca", desenvolvido pela dupla de carnavalescos Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues. O campeonato até hoje é motivo de orgulho para os componentes da vermelha e branca da Tijuca.


Neste domingo, a partir das 21h30, está em jogo outro título histórico e, com certeza, digno de muita comemoração. Além do campeonato dos 450 anos do Rio de Janeiro, a serem comemorados no próximo dia 1º, as doze escolas se digladiarão em uma competição que é tida pelos especialistas como a mais equilibrada de todos os tempos. Se a disputa, até alguns anos atrás, estava polarizada em um grupo de poucas escolas, atualmente está totalmente pulverizada graças ao crescimento de novas forças e à reorganização de gigantes do Carnaval Carioca que estavam adormecidos por conta de administrações equivocadas.

Neste atual cenário de equilíbrio, os palpites são variados. Escolas como Beija-Flor e Salgueiro sempre integram o grupo das favoritas e, certamente brigarão ferrenhamente pelas primeiras posições. A escola de Nilópolis, que conquistou seis campeonatos nos últimos quinze anos, vem mordida depois da sétima colocação do carnaval passado e disposta a recuperar o título. A vermelha e branca tem como característica um time forte, que defende bem os quesitos, e a tradição de desfilar com empolgação – o que sempre garante a empatia das arquibancadas.

 No grupo das grandes que estão voltando ao protagonismo, Portela e Mocidade Independente de Padre Miguel roubaram a cena no período pré-carnavalesco por conta das boas notícias que vêm de seus barracões – guardados a sete chaves – e também devido à rivalidade que surgiu entre as duas diretorias e torcidas. A escola de Madureira, há 31 anos sem ser campeã, aposta no seu samba-enredo e na reestruturação administrativa imposta pela diretoria liderada pelo presidente e integrante da Velha Guarda, Serginho Procópio e pelo vice-presidente Marcos Falcon. A Mocidade, remodelada e de novo sob a administração da família Andrade, investiu considerável quantia em seu carnaval e tem, no comando de seu barracão, Paulo Barros, que conquistou três títulos nos últimos cinco anos pela Unidos da Tijuca.

Tijuca, por sinal, é a campeã mais silenciosa dos últimos anos. A atual detentora do título adotou a discrição em seus preparativos e não vem merecendo muitos comentários dos especialistas. Porém, tem quesitos muito fortes, como a bateria, mestre-sala e porta-bandeira, harmonia e evolução. Realizou um ensaio técnico muito competente e, sem dúvidas, não pode ser descartada da briga. Escola de porte médio há 15 anos, hoje é uma das gigantes do Carnaval Carioca graças a uma administração profissional, implantada por seu presidente Fernando Horta (que, por sinal, desde dezembro é o vice-presidente do Vasco da Gama).

 Se a Unidos da Tijuca hoje é uma realidade, quem irá desfilar disposta a mostrar que está se tornando uma escola grande é a União da Ilha. Fundada em 1953, chegou ao grupo das grandes escolas em 1975 e, apesar de grandes sambas e ter conquistado a simpatia do público, nunca foi campeã. Após oito anos no Grupo de Acesso, voltou ao convívio das grandes em 2010 e vem trazendo carnavais consistentes. Após o quarto lugar em 2014, a tricolor quer mostrar que o bom resultado não foi obra do acaso.

Quem nunca pode ser descartada é a Imperatriz Leopoldinense. Com oito títulos do carnaval, a escola, que dominou a competição nos anos 90, viveu alguns anos fora da disputa, mas, pelo que vem apresentando nos últimos desfiles, parece preparada para voltar aos bons tempos. Presença certa no sábado das campeãs, a Acadêmicos do Grande Rio aposta em um carnaval mais leve e com extrema organização em suas alas para conquistar o seu primeiro título.

Duas grandes escolas que viveram maus momentos nos últimos carnavais pisarão na Sapucaí dispostas a mostrar que estão revigoradas e prontas para voltar ao protagonismo. A tradicional Estação Primeira de Mangueira, em recuperação de uma grave crise financeira, trará um enredo sobre as mulheres, com homenagem às figuras de Dona Zica e Dona Neuma – o que certamente trará uma carga emocional que poderá fazer o desfile crescer em qualidade. Campeã em 2013, a Vila Isabel, no ano passado, teve sérios problemas com alegorias e fantasias e escapou por pouco do rebaixamento. Com uma nova administração, pretende dar uma resposta na pista de desfiles e mostrar que o cortejo de 2014 foi um acidente de percurso.

São Clemente e Unidos do Viradouro, que, à primeira vista, disputariam a permanência no Grupo Especial, possuem trunfos que podem fazer viáveis sonhos mais audaciosos. A escola de Niterói, que volta ao Grupo Especial após quatro anos de ausência, tem um samba bastante elogiado, criado a partir de dois sucessos do sambista Luiz Carlos da Vila. Já a amarela e preta de Botafogo, que nos últimos anos se manteve no grupo com classificações próximas da zona de rebaixamento, aposta na carnavalesca Rosa Magalhães para chegar ao desfile das campeãs. E seu enredo, por uma agradável coincidência é justamente sobre Fernando Pamplona, o carnavalesco campeão do antológico carnaval de 1965.




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