Rafael Fonteles: "Estou entusiasmado e espero corresponder às expectativas"

O governador eleito agradeceu a todos os piauienses o voto de confiança e comentou que ser escolhido para governar o estado é motivo de orgulho

Isabel Cardoso e Amadeu Campos. 

PARA NOSSA GENTE

Eleito para governar o Piauí com 1.115.139 votos, Rafael Fonteles assume o comando do Estado na manhã deste domingo, dia 1º de janeiro e em entrevista ao jornalista Amadeu Campos, ele disse estar ansioso e com muita esperança de corresponder às expectativas de todos os piauienses.

“Quero desejar um feliz ano novo a todas as famílias do Piauí”, disse, enfatizando que em 2023 é um ano em que o Brasil passará por dificuldades, mas tem esperança e, segundo ele, pode garantir que está entusiasmado para trabalhar e cumprir o que prometeu de forma clara e espera que a vida de todos os piauienses melhore.


"A meta principal é gerar oportunidade para nosso povo"

O governador eleito agradeceu a todos os piauienses o voto de confiança e comentou que ser escolhido para governar o estado é motivo de orgulho. “Nos enche de orgulho, humildade e de muito trabalho e compromisso em atender essa grande expectativa que o povo tem no mandato”, disse.



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“ “Nos enche de orgulho, humildade e de muito trabalho e compromisso em atender essa grande expectativa que o povo tem no mandato”"
Rafael Fonteles

MN- Qual a mensagem de final de ano para os piauienses?

RF- Queria desejar feliz ano novo a todas as famílias do Piauí, será um ano difícil para o País, mas com esperança. Quero dizer que estou entusiasmado e espero corresponder às expectativas e cumprir o que prometemos de forma clara, nos comunicando de forma clara com o povo. Espero que a nossa vida melhore muito, de todos os piauienses, principalmente aos mais pobres para que tenham oportunidade de emprego, renda, moradia. Desejo a todos os piauienses um feliz 2023 com muita paz.


MN- Qual a expectativa com relação aos outros poderes que vão governar o Piauí?

RF - Muito diálogo. Aliás, esse é um legado do governador Wellington Dias, a capacidade de dialogar e pacificar o estado e isso passa por conversa permanente com os poderes, o Judiciário, o Legislativo, o TCE, o MP, a DPE. Vou continuar nessa toada para discutir soluções conjuntas. Na segurança pública, a solução passa pelo MP e TJ, o orçamento passa pela discussão na Assembleia Legislativa, peça principal, como colocar mais recursos, os deputados têm legitimidade para discutir, alterar, criticar e dizer onde o governo deve pesar a mão. Trabalho será feito com harmonia e respeitando a independência entre poderes.


MN- Como foi elaborado o Plano de Governo?

RF- Eu participei de mais de 30 reuniões, foram vários encontros e na hora de condensar participei de todas as reuniões, olhei parágrafo por parágrafo. O Plano de Governo será uma forma de GPS dos gestores.


MN- Sobre prioridades que dará a partir de janeiro?

RF- Tivemos privilégio, um caso raro, de fazer programa de governo ancorado na realidade, divulgar apenas ele durante a campanha, não lancei mão de nenhuma promessa mirabolante para jogar à plateia e conseguimos a vitória. O Programa de Governo será o livro de cabeceiras dos nossos secretários e tem quatro eixos como base. A segurança pública maior clamor da sociedade de Teresina, Parnaíba e algumas cidades do interior, precisa de atuação enérgica na repressão ao crime, mas também na oportunidade aos jovens, que não têm oportunidade e migram para o crime porque vê alguma vantagem imediata e ai aumenta o crime, o furto, homicídio, roubo e clima de insegurança, ponto fundamental é aumentar o efetivo e a tecnologia. O secretário Chico Lucas terá total autonomia para integrar polícias e com a justiça criminal, TJ e Ministério Público e de levar oportunidade para juventude, com esporte, lazer, cultura e educação.

Na educação, a palavra-chave é escola de tempo integral, coloquei no programa dobrar a quantidade e acho que vou ampliar a meta, estou estudando com o novo secretário Washington Bandeira para ver se a gente chega o mais próximo da universalização da escola de tempo integral no Ensino Médio, que são responsabilidade do governo.

Na Saúde, a rede se expandiu, mas o sistema precisa de muitas coisas, principalmente na regulação e nos serviços de exame, consulta especializada e cirurgia eletiva nos hospitais do interior.

A meta principal é gerar oportunidade para nosso povo, com a proposta de gerar 80 mil novas oportunidades de emprego e renda, sendo trabalhada nas várias secretarias, as ações são muitas e distribuídas na agricultura familiar, agronegócio, o turismo é fundamental e a Investe Piauí terá terá importância enorme com a ZPE, o distrito tecnológico, o parque industrial para atrair grandes investimentos.

Vou dar destaque especial à tecnologia da informação tanto no governo, quanto na formação de nossos alunos e fomento de nossas startups. O povo do Piauí vai ouvir muito o governador falar de formação em TI para alunos da rede estadual, governo digital com serviços feitos pela internet e fomento aos empreendedores digitais.


MN – Wellington Dias no Ministério do Desenvolvimento Social como pode nos ajudar?

RF - Vai nos ajudar muito no próprio Ministério e na interlocução com outros. O MDS tem o objetivo específico de combater a fome e a estratégia de porta de saída do Bolsa-Familia, ele vai se articular com outros para além de transferir a renda, gerar soluções para emprego como uma forma para essas famílias passarem a empreender e tenham renda do suor do seu trabalho. Não tenho dúvida de que assim como ele brilhou como governador vai brilhar como ministro e vai ajudar o Piauí, proporcionalmente mais como todo ministro faz com relação à sua terra natal. Estou mais feliz ainda, o ministério do Lula 2003 tem uma diferença, com muito nordestinos experientes na Justiça e Segurança, Educação, MDS, Casa Civil, Secretaria Geral da Presidência, Defesa Civil com Zé Mucio, de Pernambuco. Gente que governou estados nordestinos. Nordeste além de dar votos a Lula se capacitou em gestão. Veja como as experiências no Nordeste têm visibilidade, o Ceará na educação é exemplo, Flávio Dino é juiz, o Wellington Dias no Desenvolvimento Social é a sua praia, Rui Costa na Casa Civil. Vejo isso com muita alegria. O Nordeste vai contribuir para o Brasil e os nordestinos terão muito mais acesso à Esplanada dos Ministérios.


MN- O papel de Lula e a vinda dele?

RF – O presidente Lula é a maior força política do Piauí. Ele teve 77% dos votos no segundo turno e 74% no primeiro turno. Eu tive 57%. Lula é realmente a maior força que o Piauí tem, ele representa, de fato, a esperança de que o povo pobre vai ser visto e bem cuidado por ele. O fato dele dizer que eu sou candidato dele, me apoiar, ajudou muito. No dia 3 de agosto foi o maior evento da campanha dele. A bandeira que circulou pelo Brasil na campanha de Lula foi a nossa feita por mãos piauienses e acho que essa escolha dele de indicar Wellington para o Desenvolvimento Social tem a ver com isso. Tanto o Piauí foi o piloto do Bolsa-Família como o estado que deu a maior votação a Lula, que reconhece e é grato por ter escolhido o nosso índio para o ministério.


MN – O papel de Wellington Dias na campanha?

RF - Foi fundamental, sou grato pela indicação dele para Secretaria de Fazenda e pela oportunidade de servir ao povo do Piauí por quase 8 anos e também por coordenar o PRÓ Piauí, foi quando pensei o Piauí de fato, o que me permitiu visitar todos os municípios em 8 meses. Não era tarefa fácil, não era passar pela cidade, era cumprir uma programação de 3 a 4 horas. O senador e agora ministro Wellington Dias sou grato eternamente por essa oportunidade de me permitir na vida pública ajudá-lo como secretário e indicar meu nome para base aliada para ser governador. Ser apoiado por Wellington e por Lula me deu uma credencial forte no Piauí inteiro.


MN – Como era o  tempo com a família?

RF - O que importa é a qualidade, sempre procurava almoçar com todos à mesa, No calor da campanha não tinha hora. Às vezes chegava em casa 1h da madrugada e tinha que sair às 5 horas da manhã. Reputo isso como algo diferenciado, nossa campanha foi muito mais presente, próximo do povo.


MN - Qual o papel da família no processo, do seu pai, da Isabel e da irmã?

RF - Minha família se envolveu totalmente na campanha, os amigos. São pessoas que me conhecem através das redes, viram meu propósito e que eu tinha uma contribuição a dar. Costumava dizer que se eu não convencesse nem a família e amigos, como iria convencer o povo do Piauí? Eles tinham que ser os mais entusiasmados e foram, eles foram importantes e várias dessas pessoas me representavam em reuniões, pois haviam cerca de 50 por dia, eu ia a duas ou três e fui representado por meu pai. Nós revelamos ao povo o Rafael família, o cristão, que acredita na força da oração, na força da família unida. Todos se apaixonaram pela causa, a Isabel muito tímida, discreta, meu pai afastado da política, com seu padrão ético, nos ajudou muito a convencer o povo do Piauí da nossa intenção, do propósito, do nosso estilo de vida e a vontade de melhorar a vida do povo.


MN- O que é mais fácil ganhar eleição ou compor governo?

RF- Duas habilidades difíceis. Considero a formação da equipe o meu principal ato enquanto governador, acertando na equipe acerto no governo, que é muito grande, muitas pastas, responsabilidades, como governador todo tempo tenho que prestar contas ao povo, aos outros poderes. Se não tiver equipe e braço para executar o que se propõe, não pode fazer bom governo. É uma atividade difícil formar o time ainda mais conciliando com as forças políticas que nos tornaram vitoriosos, nos ajudaram a convencer o povo de que nosso projeto era melhor. Esse é um desafio que encaro com muita importância e acredito que vai dar certo. Vamos ter estabilidade política, governabilidade para atingir as metas. Estou animado e otimista que vamos cumprir o programa de governo.


MN- Assim também será o governo?

RF- Estou ansioso, tem que passar pela campanha e ser validado pelo povo. Sem dúvida, a minha votação é a gestão. Gosto de gerir, estabelecer metas, de formar equipe, motivar e cobrar equipe, fazer ajuste de rota. Isso eu fiz a vida toda. É minha praia. Durante minha gestão, todo time anunciado está preparado para trabalhar com Rafael que conheceram na campanha e de outros tempos, na SEFAZ ou por meio das empresas. Será uma gestão de muito foco, resultado, metas e monitoramento e claro com habilidade que tem o gestor público de conversar, dialogar e tomar decisões mais democráticas.


MN - Foi uma campanha profissional?

RF - Foi um mérito que divido com equipe, quem se envolveu desde a minha família, amigos de escola, pessoas entraram de cabeça, mergulharam, executaram e cumpriram todas as etapas do processo, desde os grandes aos pequenos eventos, tudo era planejado. Tentamos diminuir a margem de erro.


MN- Foi uma campanha de suor, cinco agendas por dia. Como o senhor define a campanha?

RF- Cheguei a fazer sete cidades por dia. Fui gestor da área privada e depois pública, conduzi minha campanha com Chico Lucas como coordenador, que tem perfil parecido com o meu, a gente se entende muito, ele é organizado. Realmente planejamos bem cada etapa, a agenda, o programa de governo, distribuição do material de campanha, a defesa do programa de governo na comunicação, tudo era planejado e executado.

MN - Qual foi o momento que o senhor percebeu que ganharia?

RF - Foi bem antes, essa foi a campanha que mais fez pesquisas internas para consumo próprio, dificilmente teve uma campanha na história do Piauí com tanta base de  dados e quando via a consistência desses números e acredito muito nas estatísticas, sou matemático por formação e sei o poder das estatísticas. Então no momento que a gente viu a confluência das pesquisas todas atribuindo uma ligeira vantagem, a gente concluiu, claro que fica a adrenalina, pois uma coisa é a intenção de voto e outra, é voto na urna. Não parei um minuto até as 17h do dia da eleição.

Se eu falar de alguns momentos subjetivos, teve algumas carreatas numa mesma semana em Valença, Oeiras, Parnaíba e Piripiri, que foram as maiores carreatas da história dessas cidades. Do ponto de vista que você pergunta foi aquela semana e eu disse vamos acelerar e começou o movimento de rua, quase uma micareta, carro de som puxando a multidão a pé, o povo dançando as nossas músicas que eram muito alegres.

MN- Como combateu o desânimo em alguns momentos da campanha?

RF- Combatemos com mais ânimo, sempre digo que o líder é que dá o tom. Se eu era o cabeça de chapa, tinha que dar o tom. Em alguns momentos um ou outro que parecia desanimado, dobrava a agenda, fazia de seis a oito municípios, sempre com aquela animação que marcou nossa campanha, caracterizada por muita alegria, contato com o povo. Gastamos sola de sapato, de tênis. Estávamos  a todo vapor para nos tornar conhecidos, que era o primeiro desafio, entregar a mensagem de que Rafael era candidato de Wellington Dias, de Lula e tinha tais propostas, apresenta tal perfil, está disposto e com vontade e isso se acentuou na reta final.


MN - Algumas pesquisas feitas por institutos sérios, no começo o senhor estava efetivamente atrás, o outro candidato começou na frente. É história, retrato, a trajetória demonstrava essa possibilidade que o senhor nunca abdicou dela.

RF - Os institutos que a gente considerava sérios e corretos. Não estou julgando que A ou B, errou. Mas o que a gente acompanhava mostrava crescimento, como era natural de candidato desconhecido. Isso aconteceu várias vezes em Teresina em outros pleitos, candidato que começava com 5% a 10%, não porque era ruim, mas porque eram desconhecidos, depois crescem e ultrapassam o adversário e foi o que aconteceu conosco. Claro que muitos duvidavam da expressiva maioria que tivemos. Na nossa pesquisa, já tínhamos ultrapassado, no começo da campanha.


MN - Não foi uma história tão tranquila, durante a campanha houve momento de descrédito. Não foi fácil.

RF – Essa eleição foi uma verdadeira saga. Da minha parte, tive convicção forte, em nenhum momento eu tive dúvidas de que a caminhada seria vitoriosa. Claro que tudo é Deus que decide e o povo também. 

Do ponto de vista de confiança interior, ela sempre estava presente e também era o sentimento dos coordenadores mais próximos. Eu realmente sei que isso aconteceu, principalmente depois que algumas pesquisas que se revelaram falsas e equivocadas, isso desanimou um pouco.


MN- O senhor tinha o sonho de governar o Piauí?

RF - Tinha sim, no momento em que me dediquei à gestão pública isso passou a ser um sonho e esperei o momento certo, pois sempre tive a consciência de que o cargo majoritário de governador não depende exclusivamente de uma vontade pessoal. Claro que a vontade pessoal é necessária e ninguém será um candidato sem ter vontade. Mas isso não define a candidatura, o que define  é ser respaldado por um conjunto de líderes.

O que aconteceu foi isso, Wellington nos deu oportunidade de iniciar esse debate, andar pelo Piauí, conversar com forças políticas. Graças a Deus tive boa relação com deputados e com lideranças políticas ao longo da minha atuação como secretário e terminou, de certa forma consensual, com unanimidade da base aliada, a escolha do meu nome para disputar a eleição de governador. O resto da história todos conhecem, a pré-campanha, a campanha e a eleição vitoriosa no dia 2 de outubro.


Meio Norte - Em que momento o senhor se propôs a ser candidato ao Governo do Piauí. Foi iniciativa do senhor, do então governador Wellington, como surgiu a ideia?

Rafael Fonteles - Me permita resgatar um pouco da história Eu estava seguindo minha carreira profissional, como empresário na área da educação e recebi o convite para ser secretário de Fazenda, aos 29 anos de idade. Todo mundo sabe que meu pai era político, foi deputado e candidato a governador, mas ele estava aposentado da política quando eu recebi o convite do governador Wellington Dias em novembro de 2014. Foi uma grande decisão que tive que tomar na minha vida. Por que eu, como secretário, a gestão pública iria tomar maior parte do meu tempo, obrigando-me a uma mudança de rota muito grande.

Claro que acompanhei meu pai na política e ficou guardado na minha memória, mas eu não imaginava uma mudança de rumo tão grande. Antes de ser secretário me dediquei para fazer tudo bem feito, cumprir minha missão. Ajudar o governador Wellington essa missão foi a mais espinhosa, com o impeachment de Dilma, Wellington Dias passou a governar sem presidente aliado, isso piorou com a eleição do presidente Bolsonaro, com a pandemia. Então fomos testados enquanto gestores, o governador Wellington e eu como secretário. Esse desafio deu visibilidade à nossa atuação.

Claro que essa escolha para ser candidato partiu inicialmente do governador Wellington, que escolheu e perguntou se eu tinha essa disponibilidade.

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