Cantora autista na União Brasileira de Compositores

A jovem, que atualmente mora em Parnaíba, faz o maior sucesso através das redes sociais e se destaca pelo seu talento e desenvoltura


Aos 17 anos, Juliana Véras é uma garota autista e já está inscrita na União Brasileira de Compositores. Lançando o single "Estrela Andante", que ela mesma escreveu, ela conquista admiradores em todo o Brasil. A voz doce e suave de Juliana promete muito sucesso.

Da infância ouvindo forró eletrônico à adolescência pesquisando músicas e informações sobre cantoras do cancioneiro brasileiro, como Elis Regina, Clara Nunes, Nara Leão e tantas outras, Juliana sabe de música como ninguém.

Após uma apresentação em um evento sobre autismo, Juliana ganhou visibilidade. Agora ela conquista fãs e admiradores por onde passa. Paralelo à música, a jovem busca a carreira de psicóloga. Ela também se aventura pelas artes plásticas.

Atualmente morando em Parnaíba, Juliana Véras tem todo o apoio dos pais, que incentivam o lado artístico da moça, que está cada vez mais aflorado. Através das redes sociais ela divulga a carreira que começou de forma tímida e hoje abraça muita gente.

Para Nossa Gente, Juliana Véras é um exemplo de que não existem barreiras ou dificuldades para o mais verdadeiro talento. A jovem é uma inspiração para outros jovens autistas que também têm muitos sonhos pela frente.


Jornal Meio Norte: Quando a música passou a fazer parte da sua vida?

Juliana Véras: Desde sempre! Na infância, ouvia DVDs de forró eletrônico (Calcinha Preta, Limão com Mel, Magníficos), da banda Calypso, Fábio Júnior e também de músicas infantis. Eu ficava muito vidrada na TV, dançava, balançava o cabelo. Eu amava! Mas a vontade de cantar só veio depois, quando eu tinha oito anos incompletos.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


“Meu pai tocava pandeiro em um grupo de pagode, e para onde ele ia, eu e minha mãe íamos juntas. Em um intervalo, falei para o meu pai que queria cantar. Ele ficou surpreso, disse que eu não sabia fazer isso. Mas insisti tanto que ele me deu o microfone e comecei a cantar ali. "
Juliana Véras

JMN: E o encantamento por ícones da música popular brasileira, como Clara Nunes e Nara Leão?

JV: Esse encantamento veio quando eu tinha oito anos, ao conhecer e admirar Carmen Miranda. Através dela, conheci outros cantores como Aracy de Almeida, Aurora Miranda. Já a Clara, Nara, Elis, Maysa, Dalva de Oliveira e outros artistas, eu conheci depois, ao pesquisar um pouco sobre a música popular brasileira. Aí, por curiosidade, eu ficava escutando as músicas delas. Então fui ouvindo, ouvindo. E quando me dei conta, já estava completamente rendida pelo talento delas!

JMN: Qual foi a sensação de subir no palco e cantar pela primeira vez?

JV: Foi maravilhoso! Foi em um clube em Timon, no Maranhão. Meu pai tocava pandeiro em um grupo de pagode, e para onde ele ia, eu e minha mãe íamos juntas. Em um intervalo, falei para o meu pai que queria cantar. Ele ficou surpreso, disse que eu não sabia fazer isso. Mas insisti tanto que ele me deu o microfone e comecei a cantar ali.  Quando percebi que as pessoas me assistiam e gostavam muito, vi que a música seria uma bandeira que levantaria a partir daquele momento.

JMN: E quais seus planos futuros?

JV: Fazer faculdade de Psicologia, retomar as aulas de canto, aprender a pintar, e quem sabe, assim que eu aprimorar as técnicas, transformar a pintura num recurso extra.


JMN: E o lado compositor?

JV: Já estou compondo! Às vezes, gravo melodias malucas no meu celular para usá-las em uma composição futura. Aliás, recentemente lancei uma canção chamada "Estrela Andante", com a letra da minha autoria e melodia do Naire Siqueira. Vale muito a pena ouvir.

JMN: Você lança músicas nas suas redes sociais. Quando vamos ter o primeiro álbum da Juliana?


JV: Não tenho previsão. Por enquanto, estou mais interessada em lançar músicas nas redes sociais, pretendo pensar num álbum daqui a um tempo.


JMN: Você é muito conhecida por ser uma artista autista. Como você lida com a sensibilidade artística e o espectro?

JV: Procuro encarar isso de forma natural, e colocar em prática as minhas ideias artísticas.

SEÇÕES