Dra. Tatiana Chaves atua na promoção e proteção à saúde dos piauienses

Dra. Tatiana Chaves atua na promoção e proteção à saúde dos piauienses

Tatiana Vieira Souza Chaves nasceu em Iguatu, no Ceará, mas também se considera uma piauiense nata, possui graduação em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Regional do Nordeste, mestrado em Farmacologia Clínica e doutorado em Farmacologia, ambos pela Universidade Federal do Ceará.  

Atualmente é diretora da Vigilância Sanitária do Estado do Piauí desde 2003 e professora universitária atuando principalmente nas áreas de saúde pública, vigilância em saúde, vigilância sanitária, saúde do trabalhador, segurança do paciente, epidemiologia, genotoxicidade, agrotóxicos e intoxicação. 

Também é membro da Câmara Técnica de Vigilância Sanitária e de Qualidade e Segurança do Paciente representante o Estado no CONASS (Conselho de Secretários Nacional Secretários de Saúde) e representa a Vigilância Sanitária na Comissão Intergestora Bipartite(CIB).


Primeira farmacêutica a ocupar cargo de secretária de Saúde

Em 2005, Tatiana Chaves causou um impacto no Estado do Piauí, quando o governador Wellington Dias (PT) anunciou o seu nome como Secretária Estadual de Saúde. Impacto, porque é uma mulher. Depois, porque é uma farmacêutica. O cargo jamais havia sido ocupado por outros profissionais que não médicos.

Como diretora de Vigilância Sanitária do Estado, Dra. Tatiana tem como objetivo promover a proteção da saúde da população pelo controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços de todo o Estado. Em período de pandemia do novo Coronavírus, o órgão é peça fundamental na elaboração de diversas recomendações e notas técnicas com o objetivo de orientar os estabelecimentos que estão aptos a funcionar, aquelas atividades que são consideradas essenciais, além de ter participado de todas as reuniões e decisões para o combate da proliferação da Covid-19. E ainda nas Vigilâncias Sanitárias Municipais, que estão no interior do Piauí, atuando com barreiras nas divisas do Estado e no controle da circulação de pessoas nos municípios.



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“"Eu seria injusta se apontasse entre meus colegas de trabalho ou no público atendido atitudes machistas pessoalmente dirigidas a mim. Sempre tive o respeito e a cooperação de todos os cidadãos e profissionais, como também dos diversos segmentos parceiros""
Doutora Tatiana Chaves

Jornal Meio Norte: Quando decidiu seguir carreira como farmacêutica e bioquímica?

Tatiana Chaves: Em 1980 fiz vestibular e, diante das possibilidades, Farmácia e Bioquímica foram escolhas feitas com o coração, mas pensando também em um futuro seguro. A minha formação representa uma escolha certa que fiz na vida. Sou realizada com todas as atividades que desenvolvo no escopo da minha profissão. Amo o  que faço  e me dedico intensamente, buscando sempre o conhecimento científico e a humildade no desempenho da função que hoje exerço de gestora pública.


JMN: Como foi receber o convite e assumir o cargo de secretária de saúde do Piauí ?

TC: Ser Secretária de Saúde em qualquer Estado é algo muito honroso, não pela vaidade, mas sobretudo, pelos serviços que podemos oferecer à população do Estado principalmente aos usuários do SUS, proporcionando a promoção, a proteção, a recuperação e a assistência à saúde que lhes é necessária. Ser farmacêutica e ser mulher são dois referenciais históricos importantes. Nunca, uma mulher havia assumido o comando da Secretaria de Saúde do Piauí e, por outro lado, todos os secretários da Saúde do Estado eram médicos, então isso só me deu ainda mais responsabilidade de exercer esta função com muito mais compromisso e dedicação.


JMN: Atualmente a senhora exerce o cargo de diretora da Vigilância Sanitária. Qual a maior dificuldade da área e desafio dessa função?

TC: A Vigilância Sanitária me fascina e me impulsiona a um trabalho incessante e gratificante. Temos uma equipe técnica capacitada e comprometida como também, a oportunidade dada pelo Governo do Estado para desenvolvermos as nossas ações, de acordo com toda a legislação vigente e a certeza de estarmos sempre sendo acompanhados, coordenados, treinados e financiados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária e o Ministério da Saúde. O maior desafio é manter-me atualizada com todas as legislações sanitárias. A Vigilância Sanitária tem uma abrangência enorme no seu escopo de atuação, desde o pequeno comércio de alimentos e medicamentos até os serviços muito complexos como Indústria de Medicamentos e Farmoquímica, hospitais com leitos de UTI, onde temos que orientar, monitorar e avaliar todos os procedimentos.


JMN: Já enfrentou ou vivenciou algum tipo de machismo pelo fato de sempre ocupar cargos de gestão?

TC: O machismo é sistemático. Ver uma galeria de fotografias de secretários de Saúde e até 2005 não constar a imagem de nenhuma mulher já é um fato marcante, um histórico de segregação de gênero. Dito isso, eu seria injusta se apontasse entre meus colegas de trabalho ou no público atendido atitudes machistas pessoalmente dirigidas a mim. Sempre tive o respeito e a cooperação de todos os cidadãos e profissionais, como também dos diversos segmentos parceiros.


JMN: De que forma a Vigilância Sanitária tem atuado e colaborado no combate ao coronavírus no Piauí?

TC: Nós temos elaborados diversas recomendações e notas técnicas com o objetivo de orientar os estabelecimentos que estão aptos a funcionar, aquelas atividades que são consideradas essenciais. A Vigilância Sanitária do Estado faz parte do Centro de Operações de Emergência (COE), onde temos participado de todas as reuniões e decisões para o combate da proliferação do novo Coronavírus, participado de reuniões virtuais e videoconferências junto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e a Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (SESAPI) a respeito das ações que devem ser colocadas em prática para o combate da proliferação da doença. Coordenamos no Estado as ações de vigilância sanitária, inclusive, no que diz respeito ao controle do fluxo de pessoas que está sendo efetuado pelas VISAS Municipais no interior e da fiscalização a respeito do cumprimento dos decretos estaduais publicados para este momento que vivemos de pandemia. A saúde do trabalhador também tem fortemente atuado nas ações contra o Coronavírus, por meio do Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) e dos quatro CEREST’s Regionais, que são localizados nos municípios de Parnaíba, Bom Jesus, Uruçuí e Picos. Temos contribuído efetivamente na elaboração de portarias e diversos outros documentos em parceria com a SESAPI, Ministério Público, Conselho Regional de Medicina, Conselho Regional de Farmácia, todos voltados ao combate do Coronavírus. Nosso trabalho tem sido exercido também por meio das Vigilâncias Sanitárias Municipais (VISAS Municipais), que estão no interior do Piauí, atuando dia e noite com barreiras nas divisas do Estado, no controle da circulação de pessoas nos municípios e, nisso, os profissionais ainda têm encontrado resistências de alguns serviços e pessoas, mas eles têm contado com o apoio da Vigilância Sanitária do Piauí para que consigam atuar de forma pontual, com base nas nossas legislações.


JMN: Como avalia a atuação do Piauí no combate ao vírus? Qual a importância da população nesse processo?

TC: Em meio aos dias difíceis que o mundo tem vivido com a pandemia do Coronavirus, os piauienses têm mostrado que é possível unir forças e trabalhar junto com a gestão estadual, em prol das ações preventivas no combate ao COVID-19. Sabemos que é um momento delicado e que o isolamento das pessoas é fundamental para que o processo de combate ao Coronavírus no nosso Estado evolua. Precisamos pensar que isso tudo vai passar, mas que a população precisa cooperar para que saiamos fortalecidos dessa situação e todos com muita saúde.   Por outro lado, somos gratos a cada iniciativa de contribuição e ao imenso coração dos piauienses. Em tempos como estes, a caridade e o amor ao próximo são motivadores para que continuemos incansáveis na luta contra o Coronavírus. As ações do Estado têm contado com a solidariedade de muitos profissionais de ateliês de Teresina, vaquinhas solidárias, que diariamente, tem trabalhado na fabricação de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s), como máscaras, batas, aventais, capotes, face shields, entre outros materiais que são essenciais para os cuidados dos profissionais de saúde junto aos pacientes e permitido a segurança desses profissionais nas instituições.


JMN: O que representa estar na linha de frente na luta contra o coronavírus?

TC: Para mim é sempre uma honra poder ajudar, dar a minha contribuição por meio do meu conhecimento, em prol da saúde pública do nosso Estado. Essa é uma situação que a gente não esperava enfrentar e contamos com a garra de muitos profissionais para lidar com todo o problema que estamos vivendo. E quando falo em muitos profissionais, estendo a todos aqueles trabalhadores que estão diariamente e incansavelmente, dando a sua contribuição para que  a gente consiga vencer essa luta - aos profissionais de saúde, aos motoristas de ônibus, aos trabalhadores de deliverys, aos garis, cozinheiros, enfim, todos estão colocando a sua saúde em risco para que possamos passar por tudo isso com o mínimo possível de pessoas adoecidas pelo COVID-19.


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