Iegor Rainer: música eletrônica para Teresina

Produtor musical constrói carreira no Sul do país levando a sonoridade eletrônica do Piauí

O nome dele é Iegor Rainer Xavier de Lima. Nas plataformas de streaming, ele é o Iegor Rainer. O produtor de música eletrônica nasceu em Teresina, mas hoje constrói carreira no Sul do país, em Curitiba, onde estuda música e vivencia uma cena ainda mais aquecida para o segmento.

Com 31 anos de idade, Iegor Rainer chegou a estudar medicina, mas a música falou mais alto. De experimentações como sonoplasta até produzir singles e EPs, Iegor traça uma carreira em um nicho que ainda não é muito explorado no Piauí. A produção de música eletrônica ainda é restrita por aqui.

Do desafio de dominar softwares de música, até ter o feeling de uma pista de dança para entender o que anima ou o que pode entediar o público, ser um produtor musical e DJ é um desafio e tanto. Com apresentações no Piauí e no Sul do Brasil, Iegor busca alcançar cada vez mais ouvintes.

Com colaborações de outros artistas, ou tocando junto com bandas, Iegor é uma pessoa presente na cena alternativa de Teresina, mesmo morando a mais de 3 mil quilômetros de distância da cidade. Os beats por minuto aceleram a conexão do artista com as origens teresinenses.

Para NOSSA GENTE, Iegor Rainer é um exemplo de artista criativo que não tem medo de seguir os próprios sonhos. Se viver de música é um desafio, produzir um "mosh" na pista é ainda mais.

Jornal Meio Norte: Quando você percebeu que você queria ser um profissional da música?

Iegor Rainer: Tenho relações com a música desde a infância, sempre buscando referências com amigos ou em pesquisas próprias, porém foi em 2015, depois de 5 anos trabalhando como DJ em alguns clubes da cidade de Teresina, que vi a possibilidade real de trabalhar profissionalmente com produção musical.



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“Vejo que o maior desafio de produzir música eletrônica atualmente não é mais uma questão de hardware ou software, é mais uma questão de acompanhar o ritmo da evolução do próprio estilo, que se mescla mais e mais"
Iegor Rainer

JMN: Atualmente você mora em Curitiba. Qual a diferença do mercado de música eletrônica do Piauí para o do Sul do país?

IR: Curitiba é uma cidade que está dentro de um grande circuito de música eletrônica entre São Paulo e Santa Catarina, estados que possuem os melhores clubes e festivais do país, ou seja, praticamente todos os grandes DJs passam por aqui, exigindo uma boa estrutura dos clubes. Estou acompanhando toda a nova e a velha geração de DJs da cidade, com suas mentes fervendo de ideias pra ótimos dj sets e live performances, gerando uma concorrência saudável e uma boa diversidade de festas. Existem aqui ótimas escolas de produção musical, específicas ou não pra música eletrônica, sem contar com uma grande quantidade de clubes com seus nichos bem definidos. No geral é uma cidade bem underground, e que valoriza bastante a música eletrônica e o trabalho de DJ, o que particularmente me agrada bastante, assim como era Teresina nos anos 2000.


JMN: Quais os planos futuros do DJ e produtor Iegor Rainer?

IR: O plano é não parar mais. Quem trabalha com produção musical sabe que estudo, dedicação e prática são coisas essenciais para você não parar no tempo e ser um profissional cada vez melhor. Como falei anteriormente, pretendo lançar um álbum ano que vem e continuar meu trabalho, não só de produção autoral própria, como produção para terceiros e minha paixão atual, fazer trilha sonora para cinema e sonorização. Estou com algumas datas marcadas para tocar agora em Teresina em dezembro, aguardem.

JMN: Você acha que o formato de álbum ainda é consumido pelo público de música eletrônica?

IR: Com certeza sim, mas acredito que pela cultura de redes sociais e sua ânsia de começar e terminar logo, músicas cada vez menores em discos cada vez menores tem sido a prioridade, ao meu ver.

JMN: Você já lançou várias músicas, inclusive com colaborações de outros artistas através de singles. Pensa em fazer um álbum inteiro?

IR: Lancei um EP com 6 músicas no ano passado, chamado “Loneliness Is NOT The Norm”, que inclusive performei ele todo na íntegra agora em setembro de 2022, em Florianópolis, SC, em parceira com o projeto Antropofonia, do pessoal do curso de Cinema da UFSC. Foi meu maior trabalho até agora, mas no momento estou em imersão na produção de dois álbuns distintos, um da minha banda INK, outro para o artista visual Carlos Anthem, ambos de Teresina. Provavelmente ano que vem.

JMN: Como você observa a produção de música eletrônica em Teresina e no Piauí?

IR: Vejo que essa cena já aprendeu a andar sozinha. Temos em Teresina excelentes profissionais da produção musical eletrônica, porém vejo que temos uma deficiência em boas escolas de ensino de produção musical, para movimentar ainda mais o mercado local, ao invés de estarmos sempre exportando profissionais.

JMN: O que é mais desafiador na produção de música eletrônica?

IR: Vejo que o maior desafio de produzir música eletrônica atualmente não é mais uma questão de hardware ou software, é mais uma questão de acompanhar o ritmo da evolução do próprio estilo, que se mescla mais e mais, estar sempre estudando, se atualizando e principalmente estar presente nos eventos vendo o que funciona bem nas pistas de dança.

JMN: Quando foi a primeira vez que você atuou como músico profissional?

IR: A primeira vez, não só como músico, mas como produtor musical, creio ter sido a criação da trilha sonora de uma performance de arte contemporânea, chamada Insólitos Balões, na Casa da Cultura de Teresina, em 2014, que foi executada ao vivo durante a peça.

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