20 anos após voltar à Globo, Galvão acumula bordões e xingamentos

Carlos Eduardo dos Santos Galvão ficou na Globo de 1981 até 1992, quando embarcou em um projeto da Rede OM.

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"Vai que é sua, Taffarel!"

"Quem é que sooooobe?"

"Bem amigos da Rede Globo"

É muito fácil saber quem é dono destes bordões, apenas três entre tantos. Mas há 20 anos, o apenas locutor Galvão Bueno voltava para a Globo para tentar fazer com que a emissora conseguisse subir sua audiência, principalmente na F-1.

Carlos Eduardo dos Santos Galvão ficou na Globo de 1981 até 1992, quando embarcou em um projeto da Rede OM. Na empresa paranaense, ele ainda conseguiu narrar um torneio que até então poucos davam bola: a Libertadores. E foi a voz da conquista do São Paulo, marcada principalmente por duros confrontos contra o Criciúma. Na capital paulista, os jogos foram transmitidos pela CNT/Gazeta.

Mas a passagem do narrador no Paraná durou um ano e, em fevereiro de 93, ele retomava as conversas para retornar para a Globo, que viu a audiência estancar sem o locutor. Cléber Machado e Luiz Alfredo não convenceram muito na função --foram prejudicados, obviamente, pelos maus resultados de Ayrton Senna em 1992.

Amigo de Senna, Galvão tinha fácil acesso ao mundo da F-1. O seu relacionamento com o piloto era tão forte que o atleta não dava entrevistas para Reginaldo Leme. Tudo porque o locutor havia brigado com o repórter/comentarista. A força de Galvão foi tanta que a emissora afastou Leme das transmissões em junho de 1991. "A Globo administra um incompatibilidade de gênios entre Leme e Bueno". Estão rompidos há seis GPs e praticamente não se falam e costumam trocar farpas em várias transmissões".

"Nós não perdemos audiência no ano passado, o que prova que a F-1 é um esporte consolidado na TV, com um público cativo. Mas claro que a experiência do Galvão e o conhecimento dele e do Reginaldo são importantes nas transmissões", afirmou, em 1993, o então diretor de esportes da Globo, Ciro José. "A tendência é melhorar", completou.

Desde então, Galvão passou a ser o narrador oficial da Globo e esteve nas principais conquistas de atletas do país, com exceção, como já lamentou, dos títulos de Gustavo Kuerten, em Roland Garros. A mais clássica de todas foi a cena dele pulando ao lado de Pelé na conquista da Copa do Mundo de 1994, nos EUA, e o "é tetra, é tetra" ganhou o país.

"Nunca me preocupei em criar nenhum bordão. Algumas coisas pegam, ficam, mas vêm meio que sem querer. A história do "Bem, amigos da Rede Globo". Um dia eu fui abrir uma transmissão e me deu um branco. Eu não sabia se diria "boa tarde", "boa noite", o que falava - porque estou de noite em algum lugar, era de tarde no Brasil. Então, falei: "Bem, amigos da Rede Globo..." Depois, voltei para casa e falei: "Esse negócio é legal, porque já não me preocupo mais". E ficou. Caiu no gosto popular", conta Galvão em entrevista publicada no site especial sobre a memória da Globo.

Hoje, com a explosão das mídias sociais e do acumulo de gafes, o agora também apresentador/narrador/empresário (ele vende vinhos) é um dos alvos preferidos de xingamentos principalmente em grandes eventos, como o Brasil na Copa de 2010. O #calabocagalvao virou top no Twitter, livro e assunto obrigatório em mesas de bar. Já seu relacionamento com Reginaldo Leme vai muito bem obrigado e ambos são vistos jantando como bons amigos em viagens de cobertura da F-1.

"Esse Twitter é um troço doido. Quando vi, me procuraram Folha, "O Globo", "Veja", "El País", "New York Times". Pra falar um português claro, eu pensei: fodeu", disse.

"Tenho noção da minha responsabilidade. Vejo, quando chego a uma cidade do interior, no Nordeste, no Norte, no jogo do Brasil, a loucura que é. Ao mesmo tempo, ser xingado por 60 mil pessoas no estádio quando a torcida está com raiva de você, ou ser ovacionado por 70, 80 mil pessoas em outro estádio, é uma coisa louca. Não passava na minha cabeça, até porque não tinha acontecido com ninguém na minha profissão. Aumenta a responsabilidade e aumenta, claro, a autoestima. Assusta um pouco. Hoje, eu me policio um pouco mais do que me policiava antes. A idade traz isso: um pouco mais de sabedoria. A gente mexe demais com os sentimentos das pessoas. Meu acelerador é mais forte que o freio. Mas eu sou realizado, feliz, feliz, feliz demais com esses anos todos", disse Galvão Bueno ao site da emissora.

Aos 62 anos, Galvão já afirmou que a Copa do Mundo de 2014 será a sua última como narrador/comentarista.

Pode isso, Arnaldo?



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