“Ele tem de ganhar a posição”, diz Abel Braga sobre Thiago Neves

Ao mesmo tempo, cria uma dor de cabeça a mais para o técnico Abel Braga na hora de escalar a equipe titular para a temporada 2012

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Um grande reforço e um "problema" da mesma proporção. Brincadeiras à parte, a contratação de Thiago Neves eleva ainda mais a qualidade do já elogiado elenco do Fluminense. Ao mesmo tempo, cria uma dor de cabeça a mais para o técnico Abel Braga na hora de escalar a equipe titular para a temporada 2012. Em um primeiro momento, o comandante avisa que o novo camisa 7 terá de conquistar a posição dentro de campo e revela que pretende utilizá-lo tanto como apoiador como também no ataque.

- Aumenta ainda mais a dificuldade (risos), mas estou feliz. Todo treinador quer ter um grande jogador como o Thiago em seu elenco. No início haverá a restrição normal da torcida por ele ter vestido a camisa do Flamengo, mas no fundo os tricolores gostam dele. Só que no meu time não é só chegar e jogar. Thiago tem de ganhar a posição dentro de campo - explicou Abel, confirmando que a estreia do jogador, mesmo que no banco de reservas, deve ser na primeira partida da Libertadores, dia 7 de fevereiro, contra o vencedor do confronto entre Arsenal de Sarandí-ARG e Sport Huancayo-PER, no Engenhão.

- Thiago Neves ficou quase 50 dias sem treinar. Ele vai começar atrás dos companheiros. Vai realizar uma pré-temporada especial. Mas já me informei e soube que é um jogador leve, que não engorda muito, gosta de trabalhar e recupera a forma física rapidamente. Para o primeiro jogo da Libertadores vai ser difícil vê-lo entre os titulares. Pode ser que ele pegue um banquinho comigo. Vamos esperar a reação dele ao trabalho.

Na campanha do vice-campeonato da Libertadores de 2008, durante a primeira passagem de Thiago pelas Laranjeiras, o jogador se destacou na competição sul-americana jogando como quinto homem do meio-campo, quase como um atacante, no esquema 4-5-1 do técnico Renato Gaúcho. Neste retorno, Abelão já deixou claro que pode utilizar o camisa 7 tanto na criação quanto mais avançado.

- Ainda não sei o que fazer. No Fluminense é assim, quando o negócio está mais ou menos certo, chega um grande reforço e "atrapalha" tudo (risos). Em 2005, veio o Petkovic e eu tive de mudar todo o meu esquema para ele entrar na equipe. Agora é a vez do Thiago, mas um jogador de qualidade. Só não podemos desequilibrar o time. No último Campeonato Brasileiro fizemos muitos gols, mas a defesa foi uma das piores da competição. Não pode ser assim. A posição do Thiago Neves vai depender do jogo. O importante é que ele faz bem as duas funções. Joga muito bem mais livre pela direita e também recompõem rapidamente pelo meio. Vamos ver a melhor maneira. Primeiro tenho de observar como a equipe vai iniciar a temporada. Mas se tiver de jogar o Thiago Neves, o Rafael Sobis, o Wagner, não importa. É como Fred e Rafael Moura. Esse é o lado positivo de ter um grande elenco. Pena que só posso escalar 11 titulares - frisou.

Para especialistas, o 4-2-3-1 é o esquema ideal

Para ajudar o técnico Abel Braga, o GLOBOESPORTE.COM pediu a opinião de dois blogueiros do site especializados em táticas. Para o jornalista Eduardo Cecconi, do Blog Tabuleiro e que acompanhou de perto a passagem de Abel pelo Internacional, o comandante tricolor é marcado pela ofensividade de seus esquemas. Um treinador capaz de enfrentar o Barcelona 2006 de Ronaldinho Gaúcho com Alexandre Pato, Iarley e Fernandão no ataque sem medo de ser feliz. Diante da fartura de meias ofensivos e de atacantes que podem atuar em uma faixa mais recuada no elenco tricolor, ele sugere um esquema 4-2-3-1 como tendência mais lógica para o momento.

- Dentro deste contexto, o 4-2-3-1 do Fluminense pode variar características. O trio ofensivo que municiará Fred se tornaria cerebral, por exemplo, com Wagner e Thiago Neves pelos lados - o ex-flamenguista saindo da direita para o meio, quase como um segundo atacante - enquanto Deco centralizaria a articulação. Partindo da titularidade do camisa 20, as duas posições laterais do meio-ofensivo poderiam também variar para uma formação mais agressiva, trocando Wagner por Rafael Sobis, ou Wellington Nem. O importante para Abel é ter reposição nas três funções que sustentam o ataque (sem contar Rafael Moura na reserva de Fred, também uma alternativa qualificada) com possibilidade de variar a característica do time - mais cerebral ou mais agressivo - conforme os jogadores disponíveis e as exigências do jogo - opinou Cecconi.

Uma possível vulnerabilidade defensiva proporcionada pela vocação de Abel ao ataque, e também pela característica do elenco formado para 2012, também foi abordada.

-Essa questão precisa ser compensada a partir dos laterais. Isso torna-se ainda mais importante caso Deco seja o segundo volante. Abel precisaria manter ao menos um lateral, e por vezes ambos, na base da linha defensiva, permitindo aos zagueiros manter o posicionamento sem abrir espaços. Outro comportamento exigido pelo futebol moderno - e isso cabe mais aos atletas do que ao técnico - é o comprometimento. Para sustentar um 4-2-3-1 tão ofensivo, os meias precisam participar do combate, fechando a passagem dos laterais e protegendo os volantes sem a bola - disse.

André Rocha, do Blog Olho Tático, concordou com o esquema sugerido pelo companheiro de site e foi além, pensando também em uma opção ainda mais ofensiva.

- Abel deve manter o 4-2-3-1 e a base da reta final do Brasileiro 2011. A tendência é que Thiago Neves atue mais à direita procurando a diagonal para concluir de canhota ou abra o corredor para a passagem do bom lateral-direito Bruno. Deco centralizaria a articulação atrás de Fred e Sobis seria mais incisivo pela esquerda, quase um segundo atacante - disse André, prevendo ainda variações para surpreender os adversários.

- O Fluminense seria ainda mais ofensivo com Deco recuado para qualificar o toque de trás, como fez tantas vezes no Barcelona e no Chelsea, e Thiago Neves fazendo o papel de meia central, se juntando a Sóbis e Wágner, meia canhoto que funciona bem aberto, como nos tempos de Cruzeiro. A formação requer o trabalho do quarteto ofensivo na pressão sobre a saída de bola do adversário e na recomposição. Ou então Abel poderia dispor de um trio de meias de ofício: Deco armando no meio e Thiago Neves e Wágner alternando pelos lados e se aproximando de Fred. Nesse caso, Jean poderia entrar na vaga de Diguinho para acelerar ainda mais o jogo tricolor. Edinho continuaria mais fixo à frente da defesa, auxiliando os zagueiros na cobertura dos ofensivos laterais tricolores.



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