Brasil luta, mas tomba pela quarta vez e se despede no basquete feminino em Londres

Seleção vê o Canadá abrir 14 pontos e vai atrás da virada, mas perde no fim e, assim como em Pequim, está eliminada na fase de grupos das Olimpíadas

Erika protege a bola apesar da forte marcação das canadenses | AFP
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De uma forma ou de outra, as três primeiras derrotas estavam em algum canto do script. Contra França, Rússia e Austrália, a seleção feminina de basquete não conseguiu se impor, e a missão de avançar à próxima fase nas Olimpíadas de Londres se reduziu a dois jogos. Bastou o primeiro para emitir a passagem de volta. Nesta sexta-feira, a equipe viu o Canadá abrir 14 pontos na etapa inicial e, para ficar mais sofrido, ainda emplacou uma reação heroica que bateu na trave. No fim, um doloroso 79 a 73 que manda as meninas de volta para casa antes da hora. Assim como aconteceu em Pequim, a seleção se despede de mãos vazias, eliminada na fase de grupos e com lágrimas nos olhos.

A última partida será contra a Grã-Bretanha, no domingo, às 18h15m (de Brasília), e só serve para cumprir tabela.

Uma das poucas a se salvar na desastrosa campanha brasileira em Londres, a pivô Erika mais uma vez foi o grande nome da partida com 22 pontos e 12 rebotes. A pivô Clarissa também deixou a quadra com um duplo-duplo, anotando 21 pontos e dez rebotes. Pelo lado canadense, os destaques foram as armadoras Courtnay Pilypaitis e Kim Smith, com 14 pontos cada.

Após treinar por mais de dois meses com Iziane, a ala repetiu o filme de 2008 e foi cortada na reta final da preparação por indisciplina - desta vez, levou o namorado para o quarto do hotel. Sem ela, o técnico Luís Cláudio Tarallo teve de refazer o desenho do ataque, e as mudanças não foram suficientes. A equipe fez jogos apertados, mas não conseguiu vencer. Agora tenta a vitória de honra, como aconteceu em Pequim, diante da Bielorrússia na última rodada.

Apagão no 1º quarto, reação no 2º

No primeiro quarto, parecia que o ataque brasileiro não tinha entrado em quadra. Com apenas oito pontos, a equipe de Tarallo permitiu 18 das rivais e viu se abrir um buraco no placar fatal para quem precisava desesperadamente da vitória.

Na segunda parcial, um sopro de otimismo. Sílvia Gustavo acertou duas cestas seguidas da linha de três e cortou a diferença para quatro. Era o momento em que o Brasil parecia engrenar para a virada, mas do outro lado Smith e Pilypaitis tinham liberdade para pontuar. Com as duas carregando o piano no primeiro tempo, o Canadá voltou a abrir. E foi além da dezena. Na saída para o intervalo, o placar era de 39 a 25.

O Brasil errava muitos arremessos, com aproveitamento de 33%, mas ao menos voltou para a segunda etapa com mais vontade. Clarissa gritava na quadra e comemorava cada ponto, cada falta sofrida, cada bola recuperada. E com dois pontos no tapinha de Erika, a vantagem caiu para 11. Só não caía mais porque a defesa continuava abrindo avenidas para as infiltrações canadenses.

De repente, a defesa apertou, Erika resolveu chamar o jogo no ataque, e pintou o equilíbrio. Com dois lances livres de Erika e um de Joice, a diferença despencou para três. A marcação passou a ser na quadra inteira e, pressionadas, as canadenses tiveram de parar o jogo para conversar. Não adiantou, porque logo na volta Joice acertou a mão para deixar o placar em 50 a 49. O jogo ficou lá e cá. Aubry ainda converteu da lateral, Clarissa guardou dois lances livres, Smith matou uma bola de três e, no estouro do cronômetro do terceiro período, Clarissa cortou para dois: Canadá 55 a 53.

A pivô manteve a energia na volta para o quarto período e, com uma cesta seguida de falta, colocou o Brasil à frente. Mas saiu para o retorno de Erika, e o Brasil estourou dois ataques consecutivos com 24 segundos. Karla ainda empatou de novo com um tiro de três, mas as canadenses tinham mais cartas guardadas na manga. Aproveitaram as falhas na defesa, pontuaram na hora da verdade e fecharam a partida.

Para quem já tinha chorado a derrota anterior, a desta sexta veio com dor em dobro. O orgulho de ter mantido o Brasil nas Olimpíadas durante o longo jejum do masculino vira frustração com a segunda eliminação seguida. E as lágrimas caem.



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