China encerra Olimpíadas no Ninho de Pássaro

Sem o tom nacionalista da abertura, cerimônia apostou em espírito universal, já apontando para Jogos

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E novamente o est?dio Ninho do P?ssaro se encheu com cerca de 91 mil pessoas. Desta vez, para encerrar a 29? edi??o dos Jogos Ol?mpicos, apontados por jornalistas do "The New York Times" como os mais bem organizados de todos os tempos (opini?o da qual Fabiana Murer, decerto, discorda).

O come?o teve elementos semelhantes aos vistos na abertura: contagem regressiva feita com fogos de artif?cio (ou efeitos de luz, provavelmente), a multid?o cantando o hino chin?s junto com o presidente Hu Jintao, a tradicional percuss?o fou sendo tocada por crian?as, mulheres e homens. Desta vez, por?m, o baticum foi amplificado por dois tambores gigantes...

Depois, mais uma especialidade chinesa: a onda humana no centro do gramado, formigueiro de figurantes milimetricamente coreografado formando um circuito para rodas de luz. E a China, que durante o mao?smo foi o pa?s das bicicletas, revisitou seu passado recente numa bela imagem em azul e vermelho.

O presidente do Comit? Organizador de Pequim 2008, Liu Qi, comemorou os 38 recordes mundiais quebrados e mencionou o legado deixado, tanto esportivo quanto cultural, lembrando os slogans bem ao gosto marqueteiro do regime chin?s: Olimp?adas verdes, Olimp?adas high-tech e Olimp?adas do Povo.

- Durante os Jogos, o mundo esteve unido como uma fam?lia ol?mpica. Foi uma grande celebra??o do esporte, uma grande celebra??o da paz e uma grande celebra??o da amizade - discursou Qi.

No desfile de atletas, a mistura de na?es e continentes j? marcou a transi??o de Pequim, da milenar civiliza??o tradicionalmente fechada, ? cosmopolita Londres, palcos dos Jogos Ol?mpicos de 2012. Chineses, bielorrussos, espanh?is, jamaicanos, americanos e quenianos, gente de 204 pa?ses festejou junta com alegria contagiante - que pode ser creditada tanto ao fim dos Jogos como pela proximidade da volta para casa e o reencontro com suas fam?lias..

Maurren Maggi, a porta-bandeira brasileira, foi a 39? atleta a aparecer, mas n?o foi muito destacada pelas c?meras da transmiss?o internacional. O levantador Marcelinho, emocionado, apareceu beijando sua medalha de prata, j? recuperado das l?grimas vertidas ap?s a derrota na final para os EUA.

Jacques Rogge, presidente do Comit? Ol?mpico Internacional, entregou as medalhas para os maratonistas, honra que a prova ol?mpica mais nobre reserva aos seus her?is: ouro para Samuel Wansiru, do Qu?nia; prata para Jaouad Gharib, do Marrocos; e bronze para Tsegay Kebede, da Eti?pia. E o hino do Qu?nia ecoou no Ninho de P?ssaro.

Depois da homenagem aos volunt?rios que trabalharam na organiza??o, um outro hino foi executado: o grego, por tradi??o ol?mpica. Como a Gr?cia n?o ganhou nenhuma medalha de ouro em Pequim, foi a primeira vez que a melodia foi ouvida nesta edi??o dos Jogos. Ainda seria escutado na festa outro hino, o brit?nico: "God save the queen", logo ap?s a extin??o da chama ol?mpica.

Um espetacular ?nibus de dois andares, tipicamente londrino, fez a transi??o para a pr?xima aventura na epop?ia ol?mpica moderna. Ele foi se transformando numa representa??o da Torre de Londres, de onde, espetada em um micropalco feito destaque de escola de samba, despontou a cantora Leona Lewis (vencedora da vers?o inglesa do reality show de calouros ?American Idol?). Acompanhada pelo legend?rio guitarrista do Jimmy Page, do Led Zeppelin, ela interpretou uma vers?o surpreendentemente boa de ?Whole lotta love?, cl?ssico da banda inglesa. Page fez todas as caretas costumeiras ao solar, em playback, e empolgou o est?dio. David Beckham, entrando mudo e saindo calado, tamb?m causou como??o. Bastou chutar uma bola e dar simbolicamente o pontap? inicial dos Jogos de Londres.

Ainda haveria um n?mero musical pop estrelado por cantores chineses e coreanos, com o refr?o "Beijing, Beijing, I love you", e um duo entre o tenor espanhol Pl?cido Domingo e a soprano chinesa Song Zuying.

Perto do fim, foi erigida no centro do palco uma bel?ssima Torre da Mem?ria. Alguns cariocas enxergaram semelhan?as entre a estrutura e o carro do DNA usado pelo carnavalesco Paulo Barros, da Unidos da Tijuca, em 2004. Se n?o foi t?o "inesquec?vel" quanto a abertura, o fim dos Jogos de Pequim teve a vantagem da dura??o bem mais curta ("apenas" duas horas) e o m?rito de apontar para outras belezas. Entre elas, a beleza da diversidade.



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