Clubes cobram à CBF mais e melhores competições nacionais para a base

Não é somente o Bom Senso FC que têm reivindicado mudanças no calendário do futebol brasileiro

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Equipes se uniram e discutem a criação de um Campeonato Brasileiro que siga o mesmo calendário do profissional, como jogos preliminares. Entidade organiza apenas dois torneios.

Não é somente o Bom Senso FC que têm reivindicado mudanças no calendário do futebol brasileiro. Recentemente, os principais clubes da Série A se uniram para pedir à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) mais competições nacionais voltadas às categorias de base, calendário paralelo ao profissional e padronização das regras. Na visão das agremiações, a entidade que dirige o futebol brasileiro não trata bem a molecada.

Uma das exigências dos clubes é que a entidade regule os torneios e crie um Campeonato Brasileiro de pontos corridos também para a base, seguindo o cronograma dos profissionais. A ideia é que, com a estrutura dos novos estádios do Brasil, as partidas do futebol amador sejam preliminares as do time principal.

?Nós temos competições regionais e nacionais, mas no meu modo de ver deveria abranger mais categorias. Por exemplo, o Campeonato Brasileiro Sub 20 deveria acompanhar o Brasileirão, com partidas preliminares, já que hoje nós temos condições com as grandes arenas. Acho que poderíamos fazer algo deste gênero?, afirmou Jorge Andrade, coordenador da base do Internacional, ao iG Esporte.

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Hoje, apenas dois campeonatos voltados para a molecada são organizados pela CBF: a Copa do Brasil Sub 20, criada em agosto de 2012, e a Sub 17, desenvolvida no ano passado. Com pouco investimento da confederação, os principais torneios são organizados por federações, associações e patrocinadores. São os casos da Copa São Paulo de Futebol Júnior, da Federação Paulista de Futebol; Campeonato Brasileiro Sub 17 e Sub 20, da Federação Gaúcha de Futebol; Taça BH, da Federação Mineira de Futebol; Copa 2 de Julho, da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia; e Northern Ireland Youth Soccer Tournament, a antiga Milk Cup, do Comitê Organizador da Irlanda do Norte.

?Nós gostaríamos que a Copa do Brasil fosse um pouco mais duradoura, assim como é o Campeonato Brasileiro. A competição tem sido importante porque começa com 32 times, mas ainda na primeira fase caem 16, sendo que uma equipe eventualmente corre o risco de fazer somente um jogo. O ideal seria tê-la com mais jogos, para que pudéssemos jogar contra os grandes e ter tempo para avaliar os jogadores?, esclarece Claudiomir Rates, supervisor da base do Cruzeiro.

Cada torneio tem suas regras

Outra preocupação do grupo é uniformizar os campeonatos, que hoje possuem distinção de tempo e número de substituições. ?Todas as federações adotam 40 minutos cada tempo, e a CBF adota 45 na Copa do Brasil. A maioria das federações permitem cinco substituições por jogo, e a CBF, três. Então, o que acontece é que você aumenta dez minutos na partida para atletas de 17 anos e reduz as alterações?, aponta Erasmo Damiani, coordenador da base do Palmeiras.

Os clubes já encaminharam suas insatisfações para a entidade através de Alexandre Gallo, coordenador das seleções de base, mas ainda acham insuficientes as medidas até aqui adotadas. ?A CBF precisa olhar para a divisão da base, não apenas para suas seleções. Ela precisa se preocupar com o desenvolvimento da base, e a CBF peca um pouco neste sentido?, disse Fernando Simone, gerente geral da base do Fluminense.

Apesar das críticas, a CBF minimiza a responsabilidade e considera um avanço organizar duas competições para o futebol amador com ?padrões Fifa?. ?Nós coordenamos as competições sub 17 e sub 20 conforme as regras da Fifa, entidade máxima. Agora, falar sobre o tempo de jogo e substituições é algo que não compete à CBF, pois nós adotamos norma da Fifa que é ter 45 minutos de jogo. As federações são autônomas, optam por números diferentes, e não há muito o que a CBF possa fazer?, defendeu Manoel Flores, gerente de operações de competições da CBF.

Uma nova conversa entre os principais dirigentes da base está programada para acontecer após a Copa do Mundo, durante a disputa da Taça BH, em agosto. O intuito é reforçar tais argumentos e pleitear mudanças já para o calendário de 2015.



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