Scaloni e Deschamps reconstroem seleções de Argentina e França na final

Por lesões ou opção, os técnicos de Argentina e França realizam ajustes nas equipes antes e durante a Copa do Mundo do Qatar e são destaques nas campanhas

técnicos | Juan Marabromata/AFP e Gabriel Bouys/AFP
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Argentina e França confirmaram as expectativas e decidirão a Copa do Mundo do Qatar. Se em campo as seleções são comandadas por Messi e Mbappé, fora das quatro linhas são Lionel Scaloni e Didier Deschamps que lideram as equipes. Na campanha até a decisão, os técnicos tiveram papéis fundamentais, encontrando soluções e fazendo os ajustes necessários para os países chegarem à decisão deste domingo, no Estádio Lusail, sonhando com o tricampeonato mundial.

Em diferentes contextos, tanto Scaloni quanto Deschamps fizeram alterações, e as seleções de Argentina e França chegam à decisão com equipes diferentes das que eram consideradas titulares no início do Mundial. Méritos dos treinadores que trabalham com talentosas e jovens gerações.

Antes da Copa do Mundo começar, Lionel Scaloni soube que não poderia contar com Lo Celso, um dos principais articuladores da Argentina, por causa de uma lesão. Após a convocação para a disputa da Copa do Mundo, o treinador precisou cortar os atacantes Joaquín Correa e Nico González, uma vez que não estavam 100% fisicamente.

Scaloni e Deschamps disputarão a final da Copa do Mundo (Foto: Juan Marabromata/AFP e Gabriel Bouys/AFP)

Na estreia na competição, a principal dúvida era sobre o substituto de Lo Celso. Procurando mexer pouco na formação da equipe, Scaloni optou pela entrada de Papu Gómez. No entanto, o veterano não teve o efeito esperado no time, e a derrota diante da Arábia Saudita ligou o sinal de alerta na Albiceleste.

Após a decepção na estreia, Lionel Scaloni promoveu cinco mudanças para o confronto contra o México. E desde então, o treinador da Argentina alterou esquemas, peças e fez questão de não repetir escalações até a semifinal. A equipe que entrava em campo era a melhor para jogar contra o rival da vez.

Sem se prender em convicções, o comandante colocou no banco de reservas Lautaro Martínez, artilheiro no ciclo da Copa do Mundo, e optou pela entrada de Julián Álvarez, jovem atacante do Manchester City que já soma quatro gols na competição. Dessa forma, o treinador moldou a melhor Argentina em busca do tricampeonato.

Kimpembe, Nkunku, Maignan, Pogba, Kanté, Benzema...Os vários desfalques dificultaram a missão de Didier Deschamps desde a convocação final. Com 10 remanescentes do título de 2018, o técnico fez apostas e teve decisões contestadas, como levar nove zagueiros e apenas um lateral-direito na lista de 26. As escolhas, até agora, foram fundamentais para a França voltar à decisão do Mundial.

No aspecto tático, Deschamps deixou o sistema com três zagueiros para trás e voltou à linha defensiva com quatro homens. Logo na primeira rodada, contudo, perdeu os laterais: Lucas Hernandez, lesionado, e Pavard, em "má fase", segundo o técnico. Então, apostou em Theo na esquerda, com características mais ofensivas do que o irmão, e Koundé na direita. O zagueiro improvisado reequilibrou a defesa, enquanto Theo faz ótima Copa como dupla de Mbappé.

O meio de campo e o ataque também foram reconstruídos para e durante o Mundial. Com Dembélé e Mbappé abertos e Giroud como referência, Tchouaméni, Rabiot e Griezmann dão sustentação ao setor. Diferente de 2018, quando atuou no 4-4-2, a formação deu maior responsabilidade a Griezmann, destaque da França pela segunda Copa consecutiva, mas em função distinta. Já os dois volantes, com as responsabilidades de substituírem Pogba e Kanté, também fazem grande Mundial.

Apesar dos ajustes e soluções encontradas por Deschamps para o Mundial do Qatar, os vários cortes tiveram seu peso. O elenco francês não tem a profundidade desejada, e os sinais foram dados pelo treinador. As quartas de final e a semifinal foram os maiores desafios na Copa, e o técnico fez apenas uma substituição contra a Inglaterra e duas contra Marrocos, respectivamente.

A diferença de idade entre Deschamps, de 54, e Scaloni, de 44, é apenas um detalhe se olharmos os currículos dos dois no futebol. O argentino fez carreira no futebol europeu, atuando nas principais ligas por duas décadas. Contudo, com bem menos destaque do que o francês supercampeão na Juventus (ITA) e com passagens importantes por Nantes, Olympique de Marselha e Chelsea (ING).

Em termos de seleção, a comparação é ainda mais distante entre os jogadores. O ex-volante Deschamps foi campeão do mundo em 1998 e é um dos nove atletas com mais de 100 jogos pelos Bleus. Já o ex-lateral-direito Scaloni tem apenas sete atuações pela Argentina. Além do histórico como atleta, Deschamps chegou ao comando da França após trabalhos vitoriosos por Mônaco, Marselha e Juventus, assumindo a seleção em 2012. Hoje, é o técnico mais longevo após chegar ao ápice em 2018, entrando para a seleta lista de campeões mundiais como jogador e treinador.

A ascensão de Scaloni é, por outro lado, meteórica. Com experiências apenas como auxiliar técnico no Sevilla, na Espanha, e das seleções Sub-20 e principal da Argentina, foi alçado ao comando do time em 2018. Inicialmente, de forma provisória. Os resultados e o desempenho da equipe deram tempo para que chegasse à Copa do Mundo do Qatar como o técnico mais jovem da competição.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES