Dunga expõe mágoas e disseca nova Seleção

“As pessoas gostam de criticar, mas não gostam de sofrerem críticas”, disse o técnico

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Técnico Dunga | Divulgação
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O técnico Dunga teve uma hora para falar sem interrupções, ajudado pelo seu auxiliar Jorginho, na palestra intitulada "Preparação da Seleção para a Copa do Mundo". Sem questionamentos e consequente direcionamento de assuntos, o treinador consumiu boa parte do tempo falando sobre temas que o incomodam desde que assumiu a Seleção Brasileira: a relação com a imprensa e o desconforto com as críticas ao tetracampeonato de 1994.

"As pessoas gostam de criticar, mas não gostam de sofrerem críticas. As perguntas são sempre as mesmas. "O jogador não está comprometido, os jogadores não sabem o que você quer..." Não posso ficar calado vendo as pessoas dizendo coisas erradas. Tenho que esclarecer algumas coisas. Aceito críticas, mas não palavras pejorativas", disse.

"Temos que colocar a necessidade da Seleção acima de tudo. Não posso permitir que um jogador dê entrevista à 1h da manhã ou mude a rotina porque um repórter chegou atrasado", continuou.

Tetracampeão em 1994, Dunga exaltou a sua geração com um slide no PowerPoint listando todas as conquistas desde o Sul-Americano de 1983. A intenção era reforçar a sua visão de que é importante contar com jogadores que desde cedo vestem a camisa da Seleção, mas o treinador não perdeu a oportunidade de atacar quem critica aquela conquista.

"Falam que nossa geração não era boa, não tinha qualidade. Ninguém vence se não tiver qualidade. Cada país tem suas características. Trabalhei um ano como comentarista na Alemanha. Não posso querer que a Alemanha jogue como o Brasil, mas dentro das características deles há qualidade", explicou.

"Nossa geração foi a primeira a ganhar um Mundial em 83, foi a primeira a ganhar medalha olímpica em 84, e em seguida medalha olímpica. Nós ganhamos a Copa América depois de 40 anos. Ganhamos a Copa do Mundo depois de 24 anos, em seguida fomos vice-campeões. Ainda ganhamos a primeira Copa das Confederações e primeira Copa América fora do Brasil. Não tem como falar que não somos vencedores", completou.

Sobre o trabalho que realiza à frente da Seleção, Dunga disse que só aceitou porque lhe foram garantidos comunicação direta com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, autonomia e o aval para comandar a renovação.

Neste último item, Dunga explicou que deu prioridade a jogadores que já tinham passado pela categoria de base da Seleção. "Quer queira quer não, ter um passado na Seleção ajuda. Por isso, fizemos uma lista de jogadores com essa característica para dar chances, observar e integrar a base que já estava montada", afirmou.

A partir de então, Dunga disse que ficou firmado o compromisso de formar uma Seleção que cobrisse a necessidade, e não a vontade os outros. A palavra de ordem passou a ser "comprometimento", que é citada com frequência a cada entrevista de Dunga. "Para jogar na Seleção, não é mais uma questão só de técnica, mas também de muito comprometimento".

Mais amistosos

Segundo Dunga, o objetivo foi concluído. Hoje, não é preciso mais cobrar comprometimento e os próprios jogadores querem mais. "Os jogadores vieram nos pedir para que no ano que vem a gente faça mais amistosos. Isso mostra que a lenda que criaram sobre o jogador não ser ligado à Seleção Brasileira não existe mais", disse.

Dessa forma, Dunga tem a convicção de que caminha para completar a preparação ideal para a Copa do Mundo de 2010. Um grupo comprometido e renovado ele já tem. Agora basta saber se o futebol corresponderá às expectativas na África do Sul.



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